Beatrice Teizen   |   09/03/2022 18:05
Atualizada em 10/03/2022 12:24

Já podemos falar de retomada? Gestores de viagens respondem

Reunimos, durante o Lacte 17, alguns profissionais para dividirem suas percepções sobre as viagens

Uma pesquisa realizada pela Alagev em conjunto com a FecomercioSP, divulgada no segundo dia de Lacte 17, aponta que, em 2021, o setor de viagens corporativas faturou R$ 48,6 bilhões. Este número representou uma alta de 46% em relação a 2020.

No entanto, como as comparações devem ser feitas ao período pré-pandemia, em 2019 – já que em 2020 as viagens a negócios ficaram praticamente estagnadas –, a indústria ainda está em um patamar 47,6% abaixo.

Durante a 17ª edição do Lacte, perguntamos a gestores de viagens de empresas de diferentes segmentos se já é possível falar em uma retomada e como estão os níveis dos deslocamentos de suas companhias em comparação com três anos atrás.

Confira a seguir algumas das respostas.

VIVIANE LUCENA – PWC BRASIL

PANROTAS / Emerson Souza
Viviane Lucena
Viviane Lucena
"Está devagar, mas já está retomando, esse retorno já iniciou. Mas ainda está bem lento e acredito que não retornaremos ao volume que tínhamos antes. Atualmente são realizadas somente as viagens essenciais voltadas ao negócio da empresa. As viagens de motivos internos, como reuniões entre áreas e treinamentos, não voltaram e esses encontros continuam de forma virtual. Falar de perspectivas é a pergunta de milhão, mas eu diria que devemos chegar em uns 60% do volume pré-pandemia ao longo desse ano."

RAQUEL PEDREIRA – WARTSILA

PANROTAS / Emerson Souza
Raquel Pedreira
Raquel Pedreira
“Neste ano, pela primeira vez, consigo visualizar esse cenário de retomada, depois de dois anos. Como somos uma empresa de energia, tivemos durante toda a pandemia demanda de suporte, com técnicos especializados que nunca pararam de viajar, por exemplo, inclusive para o Exterior. Houve uma retração em relação à equipe de vendas, administrativas, de contato com fornecedores. Esse pessoal ficou extremamente remoto e deu para substituir pelo virtual. Acho que em 2022 vai engrenar. As pessoas querem retomar, querem voltar a viajar.”

ROSANA TRINDADE – RHODIA

PANROTAS / Emerson Souza
Rosana Trindade
Rosana Trindade
“Desde que começou a pandemia, o movimento de viagens foi baixíssimo. Nos primeiros meses não tivemos nada de volume e, depois, só aquilo que era realmente essencial, principalmente as equipes comerciais. Final de 2021, com as pessoas vacinadas e se sentindo mais seguras e confortáveis para voltar a viajar, algumas demandas começaram a surgir na empresa, como encontros com times globais. Com a ômicron em janeiro, deu uma parada de novo, algumas viagens que estavam para acontecer, inclusive no internacional, também tiveram uma pausa. Agora, o pessoal já está agendando. Não dá ainda para comparar com 2019, ainda estamos muito longe disso, mas já percebo uma certa movimentação. No entanto, as restrições de viagem para o grupo continuam, estamos todos em home office e a recomendação ainda é ficar em casa e evitar o deslocamento. Mesmo assim, tenho algumas viagens internacionais acontecendo. Minha visão é de que isso já é um bom sinal e a expectativa é que melhore ainda mais para os próximos meses. Acho muito difícil falar em retomada este ano, mas acredito em um 2022 muito diferente do ano passado e 2020.”

JOÃO BRIXNER E TOVAR MORAIS – PHILIP MORRIS BRASIL


PANROTAS / Emerson Souza
Tovar Morais e João Brixner
Tovar Morais e João Brixner
“A incerteza ainda é muito grande. Havia uma retomada, mas na virada do ano voltaram as restrições, o surgimento da nova variante... Focamos muito mais em viagens domésticas do que internacional, até porque existem as questões de entrada nos países, que são mais complicadas. Por isso, a razão da viagem tem de ser muito clara, sensível, objetiva. Para 2022 não vamos dizer que vai aumentar nem diminuir, realmente não há como saber. Vamos sentindo no momento. A longo prazo está muito difícil dizer sobre a questão da retomada das viagens. Mas temos muito mais luz no fim do túnel do que tínhamos em 2020.”

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