Tendências no setor de viagens e eventos vão além da tecnologia
Especialistas argumentam sobre a necessidade de gestão de custos, banco de dados e preocupação com bem-estar durante evento da Globalis
A tecnologia é um dos pontos centrais quando a discussão envolve tendências de mercado, mas este não é o único fator determinante. De acordo com especialistas, outros fatores importantes são a gestão de custos, banco de dados e preocupação com o bem-estar dos clientes. O assunto foi o tema central do evento promovido pela Globalis no Paris 6 Burlesque, em São Paulo.
“Ao pensar sobre tendências, a primeira coisa que surge em mente é a tecnologia, mas o grande destaque do momento é a implementação da gestão estratégica dos recursos envolvidos no setor de viagens e eventos. Os segmentos que não utilizavam a ferramenta de eventos na geração de negócios, por exemplo, hoje estão utilizando. Isso faz com que a gestão seja uma tendência pela sua necessidade”, comenta a CEO da consultoria Evento Único, Roberta Nonis.
“Nas empresas que têm áreas de eventos, o dono da verba costumava ser o marketing, que sempre quem mandava no que seria gasto. Hoje isso não acontece mais. É claro que a verba disponível deve ser utilizada, mas de maneira bem gasta.”
Ainda sobre essa consciência na hora de gastar, a chief procurement officer da Arcelor Mittal Brasil, Raquel Pittella, argumenta sobre o que poderia melhorar neste processo. “Temos o desafio de desenvolver no mercado a análise de custos e prazos. A área de marketing mesmo sendo inventiva, precisa ter mais antecedência e oferecer mais opções e provedores de serviços.”
IMPORTÂNCIA DOS DADOS
Sobre as mudanças no cenário das viagens corporativas e eventos, o CEO da Inteegra Tec, Rogério Miranda, alertou para a necessidade de se reunir mais informações. “Um ponto fundamental é a ciência de dados. A partir do momento que estruturamos uma base de informações antes, durante e depois da jornada, esses dados são extremamente relevantes para analisar vários aspectos. Dessa maneira, as tomadas de decisão são muito mais assertivas e a experiência dos participantes torna-se algo bastante satisfatório. O desafio é levar as informações de forma estratégica.”
Além dos detalhes de gestão e dados, outro fator essencial para uma boa experiência do cliente corporativo é o bem-estar, segundo Fernão Loureiro que, após anos como gestor de viagens para América Latina da Philips, criou a sua própria empresa, a Loureiro Consultores. “Temos que nos preocupar com o estresse e bem-estar do viajante, além da costumer experience. As grandes empresas têm essa jornada mapeada, mas as pequenas e médias nem tanto porque o foco maior costuma ser o aumento das vendas.”
Loureiro ainda sugere que o cenário do mercado brasileiro será melhor em 2020. “No próximo ano haverá aquecimento econômico no País, então o gestor tem que descentralizar as funções e prever a jornada do viajante, algo que muitas vezes não é previsível."