Karina Cedeño   |   08/01/2018 09:00

Quais perspectivas e preocupações nortearão a indústria de viagens corporativas em 2018?

Os líderes dessa indústria enxergam uma convergência entre o departamento de viagens e o de recursos humanos

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É bom estar atento às próximas tendências
É bom estar atento às próximas tendências
A retomada econômica e o crescimento dos mercados emergentes são sinais positivos para a indústria de viagens corporativas neste ano. E se depender das previsões que diversos líderes da indústria fizeram, o bem-estar dos viajantes estará no centro das atenções. Confira a seguir quais são as inquietações e prioridades deles para o ano que acaba de começar.

Segurança nas viagens
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Seguindo um ano cheio de surpresas e turbulências, os líderes da indústria de viagens corporativas esperam que 2018 traga estabilidade política e crescimento econômico contínuo.

O terrorismo, as mudanças nas regras de imigração e as preocupações com segurança continuam a preocupá-los, principalmente por serem fatores que estão longe de seu controle.

“Tempestades de neve, furacões, terrorismo, instabilidade global - tudo isso impacta os nossos negócios e os dos nossos clientes. Mas minha principal esperança é de que a conexão entre as pessoas esteja no centro dessa indústria, já que profissionais conectados geram negócios eficientes”, afirma o diretor de Vendas e presidente da Travel Leaders Corporate, Gabe Rizzi.

Já para o presidente da Egencia, Rob Greyber, o que será realmente decisivo para este mercado é o fato de as pessoas envolvidas nele ouvirem umas às outras, respeitando as diferenças. “Depois de um ano tão polarizado, eu espero que possamos entender melhor uns aos outros”, desabafou Greyber.

No ano passado, os ataques terroristas na Europa e nos Estados Unidos mantiveram os viajantes - e gestores de viagens - em alerta. E embora as ameaças à segurança aconteçam de forma relativamente isolada, "o impacto psicológico que elas provocam é mais difundido”, comenta o diretor executivo da Associação dos Executivos de Viagens Corporativas, Greeley Koch.

Para este ano, ele espera que não ocorram mais ataques terroristas e nem barreiras de imigração, reduzindo as preocupações com questões de segurança.

E as empresas mais bem preparadas para os problemas, na opinião do VP sênior para as Américas da International SOS (empresa que presta serviços médicos e de segurança para viajantes), Myles Druckman, serão aquelas que játenham enfrentado esses problemas.

Mas não apenas os eventos inesperados afetam os viajantes corporativos. Problemas de saúde crônicos, como diabetes e doenças cardíacas, também devem ser levados em consideração. "Temos que nos esforçar cada vez mais para deixar os nossos viajantes saudáveis", reforça Druckman.

As novas preocupações e oportunidades em 2018 irão requerer flexibilidade, além de comprometimento para que as respostas sejam mais rápidas. A GBTA fez um investimento significativo em uma nova plataforma digital para seus membros no final do ano passado, de acordo com o diretor executivo e de Operações da associação, Mike McCormick. “Também daremos grande ênfase aos nossos programas educacionais neste ano”, ele conclui.

Foco na satisfação do viajante
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Viajantes frequentes estão esperando que suas empresas os tratem de forma melhor, e políticas de viagens mais humanizadas estão se tornando um ponto alto em um mercado tão competitivo.

Como resultado, os líderes da indústria enxergam uma convergência entre o departamento de viagens e de recursos humanos. “As companhias irão começar a relacionar seus programas de viagens com vantagens e benefícios, o que deve atrair os melhores talentos e retê-los dentro da empresa”, afirma o fundador e diretor executivo da Rocketrip (empresa que trabalha com a recompensa a viajantes corporativos por terem economizado na política de viagens), Dan Ruch.

Em uma pesquisa publicada pela Acte em parceria com a American Express Global Business Travel, um terço dos gestores de viagens revelou que é crescente o número de candidatos às vagas que analisam antes como é a política de viagens das empresas recrutadoras. “Isso está acontecendo e grupos de todas as idades e diferentes mercados ao redor do mundo”, conta Koch.

Não à toa a satisfação do viajante e a simplificação dos programas de viagens estão entre as cinco principais prioridades dos gestores de viagens, segundo estudo conduzido em outubro do ano passado pela Acte em parceria com a HRS.

Muitos líderes da indústria de viagens corporativas afirmaram, inclusive, que tecnologias como chatbots e inteligência artificial irão ajudar a atingir essas prioridades, na medida em que ajudam a descobrir do que os viajantes precisam.

“Sabendo o que e como eles querem, fica mais fácil simplificar a experiência de reserva e ainda melhorar o engajamento do viajante no que se refere ao cumprimento da política de viagem, além de melhorar seus índices de satisfação”, ressalta Rizzi.

Já o CEO da ferramenta Tripbam, Steve Reynolds, afirma que a tecnologia deverá mudar as viagens corporativas de outras maneiras e provocar uma disrupção nos modelos tradicionais de RFP, além de tornar o uso do preço dinâmico mais difundido entre os hotéis.

Enquanto os departamentos que cuidam de viagens corporativas estão tentando prover serviços melhores, eles precisam estar certos de que seus viajantes estarão seguros. Neste aspecto, McCormick vê um contínuo foco no gerenciamento de riscos aliado a uma ênfase na satisfação do viajante.

Uma pesquisa da GBTA junto à Concur publicada no último mês de novembro revelou que cerca de dois terços dos viajantes corporativos da Europa e dos Estados Unidos cujas empresas utilizam serviços de TMCs afirmam que o fato de o viajante não fazer reservas por meio dos canais selecionados pela empresa pode comprometer sua segurança, já que isso dificultará o contato das companhias com esses funcionários em meio a uma emergência. Um fato preocupante, se for considerado que sete entre dez viajantes fizeram reservas fora da política no ano passado.

“As empresas precisam encontrar uma forma de capturar esses dados em tempo real e saber como seus viajantes estão agindo, para alertá-los de suas responsabilidades em relação à política”, salienta McCormick.

Greyber ressalta que uma das razões pelas quais os viajantes de negócios não cumprem as políticas de reserva é que a tecnologia utilizada por muitas empresas de gestão de viagens está defasada, o que frustra os viajantes e os incentiva a buscar uma solução à sua maneira.

"Por causa disso, será tendência que as TMC continuem investindo em sua estratégia de uma oferta integrada inspirada pelo consumidor", afirmou. "Startups e os players mais estabelecidos irão abordar isso de maneiras diferentes, e será interessante ver qual método será bem-sucedido".


*Fonte: Skift

conteúdo original: http://bit.ly/2EVGIpb

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