Karina Cedeño   |   28/09/2017 23:54

Empresas que auditam processos para TMCs podem se tornar concorrentes

Algumas dessas empresas podem buscar oportunidades de negócios que conflitam com a proposta das TMCs

Emerson Souza
O debate aconteceu durante a 45ª Abav e 48º Encontro Comercial Braztoa
O debate aconteceu durante a 45ª Abav e 48º Encontro Comercial Braztoa
Os debates durante o Fórum Abracorp, realizado hoje durante a 45ª Abav e 48º Encontro Comercial Braztoa, tiveram diversos momentos quentes, e um deles foi o debate entre TMCs e gestores de viagens no que diz respeito à auditoria de processos das agências de viagens corporativas. O diretor da Solid e do Reserve, Luís Vabo, lembrou que é preciso ter cuidado ao contratar empresas que dizem prestar serviço de auditoria quando na verdade não o fazem, pois estão buscando oportunidades de negócios que conflitam com a proposta das TMCs.

Já o travel manager da Philips na América Latina, Fernão Loureiro, defendeu a opinião de que se as TMCs não concordam com o serviço oferecido pelas empresas de auditoria, é questão de entrar na justiça para resolver, mas Vabo se contrapôs dizendo que não há necessidade disso, já que no caso é preciso apenas “analisar bem a proposta dessas empresas, questionando pontos-chave e tendo uma relação transparente com elas”.

A opinião de Vabo foi defendida pelo VP da Maringá, Alexandre Castro, que ressaltou que para resolver este problema é preciso enquadrar a auditoria em uma proposta de valor. “O primeiro ponto a estabelecer é um relacionamento de confiança entre as duas partes, combinando as regras do jogo e encontrando uma empresa séria que tenha a proposta de apenas prestar consultoria em auditoria”, ressaltou Castro.

O tema gerou diversos apartes dos participantes e nenhum nome foi citado no painel, mas sabe-se que uma empresa especificamente tem causado dor de cabeça nas TMCs, pois depois de ter acesso a seus dados sigilosos e contratos, estaria oferecendo “a solução” para os clientes por meio de uma outra empresa sua. Ou seja, sem independência. Loureiro repetiu mais uma vez que o caminho deve ser a Justiça, como ocorreu com uma importante TMC recentemente.

“É possível recusar uma RFP por não concordar com sua proposta de negócio, tendo em mente que fazer auditorias independentes é uma coisa e fazer auditoria para ter benefícios é outra. Precisamos evoluir neste sentido e fazer o melhor, de forma transparente”, complementou Castro.

“A regra tem que estar clara para ambos os lados e cabe ao mercado eliminar naturalmente o que não funciona bem, deixando espaço para o que funciona”, destacou o gestor de viagens e eventos da Roche, Rodrigo Cezar. O painel foi mediado pelo editor chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, e também contou com a participação do VP da Avianca, Tarcísio Gargioni, do diretor da Delta no Brasil, Fábio Camargo, do diretor de Vendas da Localiza, Paulo Pires, do diretor de Vendas da Atlantica Hotels, Marcos Vileski e do Latin America travel lead da Accenture, Ronaldo Linares.


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