Cinco cuidados ao planejar um intercâmbio em meio de carreira
Dada a crescente popularização da cultura de intercâmbio no Brasil nos últimos anos, muitos profissionais da geração X que por algum motivo não viajaram por um período estendido para aprimorar idiomas no passado agora se fazem a pergunta: "
Dada a crescente popularização da cultura de intercâmbio no Brasil nos últimos anos, muitos profissionais da geração X que por algum motivo não embarcaram em uma viagem educacional no passado agora se fazem a pergunta: "Posso fazer intercâmbio sendo mais velho?"
Por mais óbvio que o "sim" possa parecer, é preciso levar em conta alguns aspectos importantes para a retomada da carreira profissional interrompida, conforme lembra a professor e coordenador do mestrado executivo em gestão empresarial da FGV, Marco Tulio Zanini, em especial para a coluna "Divã Executivo", do jornal Valor Econômico.
São eles:
1 - POUPANÇA
Ao responder ao questionamento de uma contadora de 46 anos que pretende fazer intercâmbio de sete meses em Nova York, para melhorar seu inglês, o consultor observa que é primordial acumular uma poupança que dê conta de imprevistos na volta ao mercado de trabalho.
Segundo ele, é importante pensar sobre contas contínuas e aposentadoria.
2 - REPUTAÇÃO
O especialista observa a importância da reputação que o profissional tem entre os contatos do mercado em que atua. Para ele, uma boa rede de relacionamento e reconhecimento das competências fazem parte do ativo mais importante que um profissional pode ter: seu nome.
"Se você tiver uma boa reputação e uma boa rede, o risco é consideravelmente menor."
Para Zanini, o profissional que passou boa parte de sua carreira em um escritório exercendo funções com pouco foco em relacionamento tende a concorrer com profissionais mais jovens na hora de se recolocarem no mercado de trabalho. A consequência disso pode ser brigar por salários menores.
3 - AVALIE SEUS TRÊS CAPITAIS
Para o professor, é importante avaliar o capital financeiro, o capital intelectual e o capital social ao planejar um intercâmbio em meio de carreira. "Se os três forem suficientes, há pouco risco na tomada de decisão."
Zanini diz que a falta de um tipo de capital pode ser muito bem compensada pelos outros dois.
4 - CUIDADO COM A MODA DO "ANO SABÁTICO"
Em alta, o hábito de tirar um "ano sabático" é ocasionalmente confundido com férias. Como lembra o professor, o termo é comum no mundo acadêmico, onde docentes interrompem suas aulas por tempo determinado para avançar nos estudos com um doutorado ou pós-doutorado - que são em geral integrais e custeados por terceiros.
"Poder parar um ano é um luxo para poucos. Mesmo no mundo acadêmico e de consultoria, a minha experiência é que se você ficar um ano fora para seu sabático, na volta perde contato com eventuais clientes e no mercado de palestras. Ou você volta melhor e com uma nova oferta de valor, ou pode descobrir que outros ocuparam seu espaço."
5 - FOQUE NO QUE PRETENDE DESENVOLVER
"Busque definir um objetivo que tenha relação com sua vida pessoal e profissional", ressalta o professor na coluna. "Pense no sabático como um investimento de tempo necessário ao desenvolvimento de alguma competência que queira adquirir."