Artur Luiz Andrade   |   11/08/2016 09:02

Schultz: "arrumar a casa não é estar mal de finanças"

A entrevista que Aroldo Schultz deu ao Portal PANROTAS durante a Avirrp 2016 e publicada esta semana deu bastante repercussão. Em um ano de crise, Schultz mostrou as decisões difíceis que teve de tomar (como demissões e retirada de produtos pouco competitivos do portf&oa


Da Redação
Aroldo Schultz

A entrevista que Aroldo Schultz deu ao Portal PANROTAS durante a Avirrp 2016 e publicada esta semana deu bastante repercussão. Em um ano de crise, Schultz mostrou as decisões difíceis que teve de tomar (como demissões e retirada de produtos pouco competitivos do portfólio), os caminhos que encontrou, e como traçou uma estratégia de recuperação das vendas. Alguns leitores, porém, interpretaram que a empresa estava mal financeiramente e enviaram mensagens para ele com alguns questionamentos. Falamos com o empresário por telefone, para esclarecer qualquer dúvida que possa ter ficado quanto à reestruturação da operadora.

PORTAL PANROTAS - Aroldo, empresários de todos os setores da economia tiveram de reestruturar seus negócios para uma nova realidade. No Turismo não foi diferente e várias empresas demitiram e mudaram suas estratégicas e prioridades. Teve quem não entendesse sua entrevista como algo positivo ou necessário?

AROLDO SCHULTZ - A maioria das pessoas sabe que o ano é difícil e que requer medidas duras e rápidas. Até porque mesmo os leitores tiveram de tomar várias medidas em suas empresas. Ou viram as companhias em que trabalham repensar seus negócios. A Schultz optou por cortar funcionários (todos indenizados no começo do ano) e produtos pouco competitivos e focar no que está dando mais certo. O início do ano teve a questão do imposto que me forçou a tomar a decisão de pagar os fornecedores em meio à indefinição de quanto seria esse mesmo imposto (sobre remessas ao Exterior) no futuro. Isso mais a queda de vendas (e quem disser que está crescendo este ano está mentindo para criar uma imagem irreal ao mercado) fizeram com que os ganhos diminuíssem, mas não significa que estamos com dívidas. Basta ligar para qualquer fornecedor. Reestruturamos a empresa, e isso significa financeiramente também. Não estamos com as finanças abaladas. O País está em crise e nós nos adaptamos.

PP - O fato de vender financiado complicou a situação?

SCHULTZ - Sim e não. O financiamento é bom para o cliente e o agente de viagens. Só que a operadora recebe o total da venda ao longo do ano. Mas sabemos lidar com isso, continuaremos financiando. Repito: estamos com a casa em ordem e quem não estiver corre riscos sérios. Há um dever de casa a ser feito. A Schultz fez.

PP - Você entende que haja uma preocupação dos agentes ou considera exagerado o comportamento do trade?

SCHULTZ - Entendo, claro. E é bom que se preocupem. Há empresas que fecharam e isso não foi bom para eles e o mercado. Tem que perguntar sim, tem que pesquisar. Tem que saber o que uma empresa planeja. Nosso megafam para Portugal já está lotado, há setores que já mostram recuperação. O País vai sair da crise em 2017 e quem está com a casa arrumada sai na frente. O que o mercado precisa entender, ou parte do mercado, na verdade, é que o empresário que arruma a casa, que tem de demitir, que recua em alguns pontos, não está errado. Ele está se preservando e preservando o mercado. Há oportunidades de crescimento em várias frentes. No geral, o País ainda está em crise, mas não parou. E o leitor da PANROTAS tem todo o direito de desconfiar de quem diz que está contratando ou crescendo, ou do que se fala. Tem gente que exagera. Nós, como você já sabe e me conhece, não maquiamos dados. A transparência sempre foi uma tônica da Schultz em sua parceria com os agentes de viagens. O ano está difícil, mas somos ativos e criativos.

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