Mercado de Luxo movimentou 1,2 tri de euros em 2017
Cruzeiros tiveram alta de 14% e China aumenta relevância
O mercado global de Luxo, que abrange bens e experiências, cresceu 5% para um valor estimado de 1,2 trilhão de euros, em 2017. Os resultados foram apresentados na 16ª edição do Bain & Company Luxury Study, realizado em colaboração com a Fondazione Altagamma, entidade da indústria de fabricantes de bens italiana.
As vendas de carros continuaram a impulsionar o mercado e cresceram 6%, alcançando 489 bilhões de euros. Já as vendas de alimentos e vinhos de alta qualidade cresceram 6% em relação ao ano passado e os cruzeiros de luxo tiveram crescimento de 14%. O mercado principal de bens pessoais obteve um novo recorde, de 262 bilhões de euros, impulsionado pelo retorno das compras na China, tanto no próprio país quanto as feitas pelos chineses no Exterior, além das tendências de compra mais fortes em outras regiões.
CENÁRIOS IMPORTANTES
A Europa continua em recuperação e cresceu 6%, alcançando 87 bilhões de euros em vendas no varejo, para retomar seu lugar como a principal região em vendas de luxo por valor. O fluxo turístico continuou a aquecer o mercado no Reino Unido, Espanha e França. O consumo local também se fortaleceu, principalmente na Alemanha.
As compras locais feitas pelos clientes chineses, que ganham cada vez mais experiência no mundo da moda, aumentaram as vendas na China para 15%, no mercado de 20 bilhões de euros. As compras por parte de chineses no Exterior também cresceram, somando 32% de todo o mercado mundial de luxo pessoal no ano. O restante da Ásia, desconsiderando China continental e Japão, também se destacou ao crescer 6%.
O mercado norte-americano, assim como o sul-americano, tem enfrentado dificuldades, mas ainda assim conseguiu terminar o ano com crescimento de 2%. Ao movimentar 84 bilhões de euros, esse mercado continua sendo crucial para as marcas de luxo, que ainda enfrentam um ambiente difícil para as lojas de departamentos. Canadá e México estão entre os pontos mais positivos da região. Em outras regiões, o crescimento foi de 1%, com o Oriente Médio afetado pela incerteza econômica.
PLATAFORMAS DE COMPRA
O canal de varejo cresceu 8% e os canais de atacado cresceram apenas 3%, impulsionados por um forte desempenho de lojas especializadas, mas parcialmente compensados de forma negativa pelo desempenho fraco das lojas de departamentos.
As vendas on-line cresceram 24% e o mercado dos Estados Unidos representa cerca de metade desse modelo de venda, que atingiu 23 bilhões de euros. Os acessórios continuam a ser a categoria mais vendida, à frente de vestuário. Beleza e hard luxury (joias e relógios) também estão em alta. Em paralelo, as marcas estão começando a atuar de forma proativa nesse canal, com seus próprios sites, que agora representam 31% das vendas.
A Bain estima que as vendas on-line de bens pessoais representarão 25% do mercado até 2025, e as lojas físicas ainda vão responder por 75% das vendas. Além disso, a expectativa é que esse crescimento continue a uma taxa anual entre 4% e 5% nos próximos três anos, com o mercado de bens pessoais alcançando de 295 a 305 bilhões de euros até 2020.
DICAS PARA A INDÚSTRIA
De acordo com o estudo, as marcas que desejam capitalizar as atuais oportunidades de crescimento precisarão desenvolver relações individuais com gerações mais jovens, consumidores locais e turistas. Além disso, será necessário fornecer experiências inspiradoras e renovadas, personalizar os produtos, serviços e mensagens, além de investirem no talento de seus profissionais.