Diego Verticchio   |   29/06/2016 12:45

Turistas poderão entrar em favelas usando Google Maps

Vinte e seis das 300 favelas do Rio de Janeiro já estão mapeadas pelo Google e passam a fazer parte do Google Maps, serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite fornecido e desenvolvido pela Google

Vinte e seis das 300 favelas do Rio de Janeiro já estão mapeadas pelo Google e passam a fazer parte do Google Maps, serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite fornecido e desenvolvido pela Google. O Tá no Mapa, nome dado à iniciativa, vem sendo feito desde 2014 e teve o Rio de Janeiro como cidade experimental, já que a cidade recebe em menos de 50 dias os Jogos Olímpicos Rio 2016, e conta com favelas “pacificadas”.

O mapeamento foi feito em parceria com a ONG Afroreggae, que já tinha demonstrado interesse em fazer este serviço, mas não tinha acesso à tecnologia. “A Google entrou com a tecnologia e com a capacitação ensinando cartografia digital, por exemplo. Como no Rio há favelas rivais, em cada comunidade foi preciso capacitar uma nova leva de colaboradores. Explicamos o que devia ser mapeado e a forma correta de fazer, mas coube à Afroreggae a seleção de cada colaborador escolhido”, explicou o gerente de Projeto do Tá no Mapa, Luiz Guilherme Brandão.

Oficialmente, o Google garante que o serviço dará mais conforto aos moradores das comunidades, além de mostrar todos os caminhos de uma grande comunidade. “Hoje, se você olhar para qualquer favela do Rio no Google Maps poderá achar empresas de pequeno e médio portes. Até agora, temos mapeado 26 favelas, em que encontramos mais de três mil empresas”, afirmou. “Recebemos um e-mail de um garoto que queria um determinado tênis e descobriu pelo Google Maps que a loja que vendia estava dentro da sua comunidade e ele conseguiu chegar à loja usando o aplicativo. Este é o melhor feedback que podemos ter”, garantiu Brandão. O mapeamento já esta disponível no Waze, aplicativo do Google para GPS.

Um dos passeios mais realizados no Rio de Janeiro é o tour de visita a comunidades pacificadas, como Dona Marta (Botafogo), Vidigal (São Conrado), Chapéu Mangueira (Leme) e Rocinha (São Conrado), considerada a maior favela da América do Sul. As quatro já estão catalogadas e o acesso às favelas fica mais fácil com uso do aplicativo.

Até o final do ano a expectativa é mapear mais quatro favelas, totalizando 10% das comunidades do Rio. O trabalho continuará nos próximos anos, sempre em parceria com a Afroreggae, mapeando comunidades que a ONG tem acesso. Para 2017, o Google promete levar o Tá no Mapa para São Paulo. Higienópolis e Paraisópolis, duas das maiores comunidades do Estado, já estão sendo mapeadas.

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