Especial Rio 2016: todos os investimentos feitos no Rio de Janeiro
Receber uma edição dos Jogos Olímpicos é muito mais do que preparar a cidade para milhares de atletas e turistas. É preciso seguir um cronograma rígido de obras e buscar investimentos para conseguir tirar do papel tudo aquilo que foi prometido durante a campanha. É preciso muito planejamento.
Receber uma edição dos Jogos Olímpicos é muito mais do que preparar a cidade para milhares de atletas e turistas. É preciso seguir um cronograma rígido de obras e buscar investimentos para conseguir tirar do papel tudo aquilo que foi prometido durante a campanha. Em resumo, é preciso muito planejamento.
Um dos motivos que levou o Rio de Janeiro a ser escolhido como sede era o fato do Brasil viver, naquele período, um momento de crescimento econômico que, atrelado ao apelo que a Cidade Maravilhosa exerce, principalmente no turismo, fez com que o Rio fosse eleito como sede do maior evento esportivo do planeta.
A partir de 2009 era preciso “preparar” a cidade e, inspirada nos Jogos de Barcelona, o prefeito Eduardo Paes decretou que este seriam os jogos realizados com investimentos privados e não públicos. Para isso, foi traçado um plano que consistia na criação da Rio Negócios, uma agência oficial de atração de investimentos da cidade. Na prática, o papel da agência era buscar investidores para a cidade, dando benefícios e facilidades.
A Rio Negócios fecha o ciclo olímpico tendo atraído 66 projetos que injetaram R$ 9 bilhões em investimentos e mais de 16,5 mil novos postos de trabalho, apenas na cidade do Rio de Janeiro.
Uma das principais conquistas da agência durante esse ciclo olímpico foi o primeiro Centro de Pesquisas Global da GE na América Latina – um investimento de U$ 500 milhões instalado no Parque Tecnológico da UFRJ. Além da GE, multinacionais de diversos setores, como Rolls Royce, IBM, Cisco, Microsoft, Nissan, Coca-Cola, FTSE, Lafarge, Emiliano, Ramada, Windham, Premier Oil e Columbia University foram atraídas para a cidade pela Rio Negócios.
Inspirada na londrina London & Partners, a unidade foi criada em 2010, em uma parceria público-privada entre a prefeitura e a Associação Comercial do Rio de Janeiro. Desde sua criação, a agência sistematizou o trabalho de atração de investimentos através do uso de Inteligência de Negócios para identificar oportunidades e estimular a criação de clusters setoriais nas áreas consideradas vocações econômicas (infraestrutura, indústria criativa, energia, ciências da vida, serviços financeiros, tecnologia e turismo) – além de melhorar o ambiente de negócios da cidade.
FOCO EM NÉGOCIOS
As ações promocionais durante os Jogos Olímpicos de Londres (2012) e a Copa do Mundo do Brasil (2014) superaram as expectativas. Nos dois casos, a Rio Negócios realizou edições da Rio Conferences – conferências setoriais – que tiveram a participação de quase duas mil empresas. Essas ações atraíram 14 projetos de investimento para o Rio de Janeiro. Nesses seis anos de atuação, a agência também marcou presença em eventos setoriais internacionais, realizando 20 roadshows em 14 países.
“Já começamos a planejar o pós-2016. Com a transformação pela qual a cidade passou, fortalecemos a atratividade do Rio. O aumento da capacidade dos aeroportos e do porto, investimento em saneamento básico e transporte em áreas com grande potencial para logística, indústria e comércio, e o amadurecimento de toda cadeia produtiva de turismo, tudo isso nos faz mais otimistas para o trabalho pós Jogos”, afirmou o presidente da Rio Negócios, Marcelo Haddad.
RESUMO RIO NEGÓCIOS
- 66 projetos
- R$ 9 bilhões em investimentos
- R$ 9 bilhões em investimentos
- 16 mil empregos diretos permanentes
Setores mais procurados:
36% energia,
19% tecnologia,
12% saúde,
10% hotelaria
País/região com mais interesse na cidade:
61% Estados Unidos
17% Europa (UK 7%)
17% Brasil
5% China
INVESTIMENTO TOTAL
Vale lembrar que estes investimentos (R$ 9 bilhões) dizem respeito apenas ao que foi captado pela Rio Negócios. Se somar todo e qualquer tipo de investimento que entrou no Estado do Rio a partir de 2014, esse montante salta para R$ 235,6 bilhões, segundo o documento Decisão Rio, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O estudo fez um mapeamento entre 2014 a 2016. Esse total representa acréscimo de 11,4% em relação aos investimentos anunciados para o período 2012/2014.
Do total, R$ 143 bilhões, equivalentes a 60,7% do total, são investimentos na área de exploração e produção de petróleo e gás; R$ 40,5 bilhões na indústria de transformação, destacando o setor petroquímico (R$ 20,9 bilhões). Os investimentos previstos em função da Olimpíada de 2016, já inseridos no volume global, alcançam R$ 22,6 bilhões, somando investimentos em instalações olímpicas (R$ 9,9 bilhões) e em infraestrutura e turismo (R$ 12,7 bilhões). Embora de cifras impressionantes, esses números representam apenas 9,6% do total de investimentos que o Estado do Rio de Janeiro receberá entre 2014 e 2016 - grande parte do total anunciado para o Rio de Janeiro no triênio será destinada à indústria de transformação e à infraestrutura.