Diego Verticchio   |   29/03/2016 20:57

Especial Rio 2016: como fica o Turismo na Cidade Maravilhosa

Segundo maior portão de entrada do País e principal destino turístico brasileiro, o Rio de Janeiro vive seu melhor momento turístico em 450 anos de história.

Cristo Redentor (Foto: Fernando Maia - Riotur)

Segundo maior portão de entrada do País e principal destino turístico brasileiro, o Rio de Janeiro vive seu melhor momento turístico em 450 anos de história. O extenso calendário de eventos, que começou em 2011 e termina em 2016, trouxe para a cidade muito mais do que turistas: investimentos. e muitos deles no Turismo.

As novidades foram tantas que fizeram o destino “ganhar” um novo bairro. Outrora abandonada, a Zona Portuária está passando por uma revitalização milionária. A principal obra foi a queda da Perimetral, via expressa que ligava à Zona Sul à avenida Brasil, e com o fim do viaduto, novos atrativos surgiram, como a Praça Mauá, que deixou de ser residência para moradores de rua.

Próximo dali está o futuro Aqua Rio, o maior aquário marinho da América do Sul. Com previsão de inauguração em abril deste ano, o empreendimento terá, ao todo, 28 tanques que vão receber oito mil animais de 350 espécies. As duas maiores atrações serão um túnel onde o visitante poderá caminhar “entre” os peixes e um tanque onde será possível mergulhar com tubarões. O equipamento está sendo construído pela iniciativa privada e é inspirado nos aquários de Lisboa, em Portugal, e Monterrey, na Califórnia.

O responsável pela obra é Sávio Neves, diretor do Trem do Corcovado e que também está à frente das obras do Hotel das Paineiras. Um dos mais emblemáticos meios de hospedagem do Rio, o Hotel das Paineiras será um novo complexo turístico aos pés do Cristo, com shopping center, espaço para convenção e restaurante. Um terceiro projeto (roda-gigante inspirada na London Eye) estava no projeto, mas não foi liberado pela prefeitura.

CAI UM MITO
Museu do Amanhã (Foto: Alexandre Macieira - Riotur)

No Rio costuma-se dizer que carioca não troca a praia por museu. Não trocava... Os investimentos estão trazendo à cidade três novos museus. O Museu de Arte do Rio (MAR), inaugurado em 2013, marcou a virada cultural da cidade. Localizado na Zona Portuária, o MAR foi construído em formato de uma onda e embora esteja no meio de prédios, seu terraço oferece vista privilegiada para a Baía de Guanabara.

Próximo dali está o mais novo museu do Rio, o Museu do Amanhã. Aberto em dezembro do ano passado e responsável por longas filas, o local já conta com vendas pela internet (www.museudoamanha.org.br) e visitas guiadas. O Museu do Amanhã foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Seu design exterior tem formato de bromélia, uma das plantas mais encontradas por ele nos jardins do Rio de Janeiro. Juntos o MAR e o Museu do Amanhã formam a nova cena cultural do bairro e há um pacote que inclui, por R$ 16, a entrada em ambos os museus.

Antiga capital da República, o Rio de Janeiro ainda tem museus históricos e belíssimos, como o Museu Nacional de Belas Artes, Museu de História Natural, Museu Histórico Nacional, Museu de Arte Moderna, Centro Cultural Banco do Brasil, entre tantos outros.

Já em Copacabana ficará a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), que em 2015 completou 50 anos. Construído depois de muita discussão – este era o único espaço em frente à praia de Copacabana inutilizado, o museu conta com sete andares e 9,8 mil metros quadrados de área. A nova sede foi concebida pelo escritório americano Diller Scofidio + Renfro para ser um boulevard vertical e foi inspirada nas curvas do calçadão de Copacabana.

E a parte cultural de “Copa” vai muito além do MIS. No canto direito da praia fica o Forte de Copacabana. O monumento conta história do início do século 20. O turista pode escolher entre a visita restrita (apenas às áreas externas) e a completa (incluindo o interior do forte e o Museu histórico-militar). Bem próximo está a Praia do Arpoador, marcando a divisa do bairro com Ipanema. Subindo o litoral chega-se ao Leblon, São Conrado e, enfim, Barra da Tijuca.

UM DESTINO DENTRO DO DESTINO

Prainha (Foto: Alexandre Macieira - Riotur)

A Barra da Tijuca é a menina dos olhos da prefeitura e do Rio Convention & Visitors Bureau. Para o carioca que mora na Zona Sul, a Barra da Tijuca é tão longe quanto São Paulo. Exageros à parte, a modernização do bairro está deixando-o mais próximo das outras regiões do Rio. Até julho deve ser inaugurado a Linha 4 do metrô e, quando estiver em operação, o transporte será responsável por ligar à Zona Sul à Barra sem trânsito.
E por conta desta facilidade, além de ser o epicentro dos Jogos Olímpicos, a Prefeitura do Rio está tratando a Barra da Tijuca como um destino exclusivo dentro do Rio. Na concepção da prefeitura, o visitante não precisa se dirigir até a Zona Sul ou Centro para “viver” a cidade.

“A Barra e toda região que a cerca oferecem as melhores praias do Rio, vias largas, ótimos restaurantes, opções para caminhada, muitas alternativas para esporte, com trekking e surfe. Na parte cultural tem cinemas, um espaço dedicado à arte e shoppings. Só sai da Barra quem quer visitar o Cristo ou Pão de Açúcar”, afirmou o secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello.

Responsável pela promoção das empresas privadas do Rio em mercados estratégicos, o Rio Convention & Visitors Bureau tem dado uma atenção especial ao bairro. Nas ações promocionais o Rio CVB destaca, entre outras coisas, a aptidão do bairro para eventos – a Barra reúne os dois maiores espaços para congressos e convenções do Rio (Riocentro e Windsor Conventions Center). “A Barra sempre se destacou por conta do Riocentro, mas não oferecia tantas opções de hospedagem o que fazia o congressista ter que se deslocar da Zona Sul e, consequentemente, perder muito tempo. Com essa leva de hotéis, isso acabou”, destacou o diretor-executivo do Rio CVB, Michael Nagy.

O Riocentro continua sendo o principal endereço de eventos e viu crescer ao seu redor o parque olímpico. Toda esta infraestrutura servirá de legado para a cidade e moradores do Rio, tornando ainda mais democrático e turístico no bairro. A democracia também paira nas praias da região. O prefeito Eduardo Paes chegou a dizer que as praias são as atrações turísticas mais democráticas do Rio. E praia é o que não falta naquela região.
As praias da Zona Oeste do Rio de Janeiro detém a maior faixa do litoral com mais de 27 quilômetros de praias. E como essa região da cidade só começou a ficar densamente habitada no final da década de 1980, ainda consegue ter uma extensa área de preservação ambiental e matas nativas por aqui.

A ordem das praias é: Joatinga (na divisa entre São Conrado, último bairro da Zona Sul e a Barra da Tijuca), Pepê, Barra da Tijuca, Praia da Reserva, Recreio dos Bandeirantes, Pontal, Macumba, Secreto, Prainha, Abricó (de nudismo), Grumari, depois vem as praias selvagens Inferno, Funda, Meio e Perigoso e a Barra de Guaratiba, essa já bastante urbana. Pouquíssimos cariocas conhecem todas.

BY BIKE
O Rio sob duas rodas. Cidade plana (ok, há exceções, como a Floresta da Tijuca) e recheada de belas paisagens, pedalar no Rio é um convite ao bem-estar e à saúde. E não é que a cidade se mostrou acessível para os praticantes do pedal? Ao todo, a cidade tem 450 quilômetros de ciclovia. No link www.ta.org.br/ciclorio é possível conferir todos os caminhos by bike da cidade.

Entre tantos caminhos, o mais famoso é sempre aquele que corta o mar e o que não falta são espaços para andar de bike, patins e skate. Já é possível pedalar do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, até o Recreio dos Bandeirantes. É preciso, porém, disposição para encarar os mais de 40 quilômetros, mas quem consegue terá cruzado talvez uma das ciclovias mais bonitas do mundo. Este caminho, no entanto, nem sempre foi possível. A prefeitura inaugurou recentemente o trecho ligando Leblon a São Conrado, trajeto que passa pelo hotel Sheraton Rio e Morro do Vidgal, um dos mais “hipster” do momento. Outro trecho que está prestes a ser inaugurado e vai ligar São Conrado à Barra passando pela Joatinga. Este promete ser o trecho mais bonito de todo o percurso onde terá de um lado o atlântico e de outro o verde das montanhas.

Nos finais de semana ensolarados, todos os endereços levam à Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a ciclofaixa se torna tão disputada quanto as areias de Copacabana e Ipanema. Falando nessas duas praias, aos domingos uma das vias beira mar são fechadas para automóveis tornando o calçadão ainda maior e mais convidativo para passeios.

Para quem vem de fora há inúmeras lojas alugando bikes. Há empresas também fazendo uma série de roteiros. Para os mais independentes é possível explorar todos estes roteiros com as bikes “laranjinhas”, aquelas patrocinadas pelo Itaú. Para ter sua bike, no entanto, é preciso baixar o app, cadastrar seu cartão e seguir as instruções. O processo é bem parecido com aqueles que têm no Exterior.

TRIVIAL
Visitar o Rio e não ir até o Cristo é tão clichê quanto “ir a Roma e não visitar o Papa”. Para quem já conhece o monumento não há nada de novo, embora a paisagem deslumbrante mereça, no mínimo, visitas diárias. O Cristo continua lá, de braços abertos abençoando tudo e todos, portanto se seu passageiro nunca esteve por lá não há com o que se desesperar. O Cristo entrou na modernidade e passou a vender há cerca de dois anos ingressos pela internet (www.corcovado.com.br). Há possibilidade de adquirir o bilhete tanto para quem for subir pelo Trem do Corcovado ou de van. A dica é evitar os finais de semana, mas se não for possível os primeiros horários e os últimos são sempre menos cheios.

A mesa dica serve para o Bondinho. Localizado no coração da Zona Sul, o Bondinho Pão de Açúcar divide com o Cristo Redentor o posto de atração mais visitada da cidade e faz jus à posição no ranking. Além da beleza incomparável, o Bondinho possui estrutura de primeiro mundo, com estações climatizadas, bondinhos grandes e espaçosos e ótimas instalações. Aqui também é possível comprar bilhetes pela internet (www.bondinho.com.br), ideal para quem vai visitar o Rio na alta temporada.

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