Da Redação   |   08/02/2017 08:57

EUA têm queda de 6,5% em voos após veto de Trump

O número total de reservas de voos para os Estados Unidos sofreu sofre uma queda de 6,5% entre os dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior.


Facebook/Donald J. Trump
Veto à imigrantes assinado por Trump prejudica a economia dos Estados Unidos
Veto à imigrantes assinado por Trump prejudica a economia dos Estados Unidos

O veto imposto por Donald Trump no dia 27 de janeiro à entrada de pessoas de sete nações majoritariamente muçulmanas desestimulou viajantes de outros países a ir aos Estados Unidos. O número total de reservas para os Estados Unidos entre os dias 28 de janeiro e 4 de fevereiro caiu 6,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao se analisar as reservas dos sete países citados no veto (Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen), a queda é de 80%. O levantamento não levou em conta os números da China e de Hong Kong por conta do efeito sazonal causado pelo ano novo chinês. A informação é da empresa de inteligência de análise em Turismo Fowardkeys, que monitorou permanentemente padrões de viagens acompanhando 16 milhões de reservas de voos por dia.

O número de reservas de viagens em um dia aleatório pode variar muito de um ano para o outro, mas a comparação entre períodos equivalentes de dois anos diferentes costuma ser mais estável, aponta o estudo da Fowardkeys. Ainda segundo a análise, os oito dias após a publicação do veto foram o primeiro período desde a eleição presidencial com uma sequência negativa no número de reservas se comparado a um período equivalente no ano anterior. A título de comparação, o total de reservas para os Estados Unidos caiu 0,4% em 2016.

Ao se analisar o número total de reservas de cada região, também é possível perceber que os Estados Unidos perderam share em quase todos os casos. A queda foi de 1% no leste europeu, 13% no Oriente Médio e 8,9% na Ásia, enquanto o norte da Europa manteve-se estável e o sul do velho continente aumentou 3,1%. No centro-oeste europeu houve um aumento das reservas para os Estados Unidos de 15,8%, mas a região teve um crescimento generalizado de 12% no número de reservas para o exterior.

De acordo com o CEO Forwardkeys, Olivier Jager, "os dados levam a conclusão de que os vetos de Donald Trump causaram uma queda imediata no número de reservas de voos para os Estados Unidos e impactaram nas viagens futuras”. Como as viagens vindas do exterior são uma indústria de exportação, trazendo moeda estrangeira, “essa não é uma boa notícia para a economia norte-americana”, avaliou.

Jager lembrou que esta é uma análise de um período de apenas oito dias. “Nós continuaremos a monitorar o que acontece conforme a situação política se desenvolve”. A Forwardkeys monitora a origem das viagens e não a nacionalidade dos viajantes. Pessoas com nacionalidade de um dos sete países banidos que vivem em outros lugares também tiveram sua entrada proibida nos Estados Unidos. Vale lembrar que ontem a Asta, equivalente à Abav Nacional nos Estados Unidos, e outras importantes entidades atacaram a postura de Donald Trump dizendo que ela tem um "efeito assustador". O veto de Trump está temporariamente suspenso.


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