Perspectiva de hotéis e restaurantes no verão frustra FBHA
Somente 23% das empresas afiliadas à FBHA esperam crescer em 2016 na comparação com 2015, embora 2,5 milhões de turistas sejam esperados para esta alta temporada. Na direção contrária, aproximadamente 36% das empresas afiliadas à FBHA esperam
O setor começa a sentir sintomas de um momento melhor na economia e aposta neste verão, a época mais esperada do ano pelo Turismo brasileiro, para definir de vez seu status de retomada. Entretanto, os principais hotéis, restaurantes, bares e similares no Brasil não estão tão otimistas assim para a época mais quente do calendário.
Uma amostra disso é que somente 23% das empresas afiliadas à FBHA esperam crescer em 2016, na comparação com 2015, embora 2,5 milhões de turistas sejam esperados para esta alta temporada. Na direção contrária, aproximadamente 36% das empresas afiliadas à FBHA esperam um faturamento menor do que o registrado em 2015 e 53% nem sequer abrirão vagas temporárias de emprego para o período. Os dados fazem parte de sondagem realizada pela própria Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação com empresas de todo o País.
Apenas 34% dos respondentes indicaram a pretensão de contratar entre um e cinco funcionários para a alta. Cerca de 7%, entre seis e dez empregados no período; e 4% devem contratar entre 11 e 16 pessoas. Só 1% intende chamar mais de 17 profissionais só para a alta. Vale lembrar que o verão é a época em que mais funcionários temporários são contratados no Brasil pelos estabelecimentos dessa característica.
Dos 23% que preveem aumento na receita, o crescimento máximo esperado é de 5%. Uma alta até 10% é esperada por 16% dos hotéis, bares, restaurantes e similares, e apenas 7% acreditam em alta entre 11% e 30%. Um faturamento estável, sem crescimento nem queda ante 2015 é aguardado por 18% dos afiliados. Considerando que o ano passado estava longe de representar o melhor dos cenários para o setor, a perspectiva é pessimista para este verão.
"Com o cenário de crise e alto índice de desemprego no país, o brasileiro preferiu cortar os gastos com viagens. Do outro lado, sem expectativa de melhorias, os empresários estão receosos em investir, principalmente em mão de obra”, explica o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, também presidente do Conselho Empresarial de Turismo da CNC. “Uma alternativa à baixa contratação seria a regulamentação dos contratos de trabalho intermitentes, modalidade com jornada descontínua, contando por hora laboral do empregador, que seria de grande vantagem aos empresários e aos trabalhadores”, conclui, ainda ressaltando que é necessário continuar investindo em Turismo e usá-lo como chave para impulsionar a economia do País.
Das empresas que responderam à pesquisa, 61% são hotéis e/ou restaurantes de pequeno porte; 33%, de médio porte; e 6% de grande porte, refletindo a realidade dos negócios do setor de Turismo no País. Destes, 41% estabelecimentos empregam até dez pessoas; 34%, entre 10 e 30; 20%, entre 30 e 50; e 5%, acima de 50 profissionais.
O setor de hospedagem e alimentação conta com mais de 940 mil empresas em todo o País.