Brunna Castro   |   26/06/2017 16:00

Barioni: Privatização da SPTuris é "importantíssima"

A privatização da SPTuris, que está planejada para acontecer no segundo semestre deste ano, coloca o Turismo em São Paulo em um "momento importantíssimo". É o que defendeu o presidente do órgão, David Barioni, em entrevista ao Portal

A privatização da SPTuris, que está planejada para acontecer no segundo semestre deste ano, coloca o Turismo de São Paulo em um "momento importantíssimo". É o que defendeu o presidente do órgão, David Barioni, em entrevista ao Portal PANROTAS. A empresa privada de capital aberto tem hoje 95% nas mãos da Prefeitura de São Paulo, “o que facilita a venda no pregão da Bolsa”. “Conforme fizermos a venda das ações da SPTuris, os seus ativos – Anhembi, Palácio de Convenções e Sambódromo – irão junto, então fica muito simples. Com certeza deve ser o primeiro ativo da prefeitura a ser desestatizado, por já se tratar de uma empresa de capital aberto”, explica Barioni.
Emerson Souza
David Barioni, presidente da SPTuris
David Barioni, presidente da SPTuris

O presidente ressalta que o processo de privatização da SPTuris não inclui o Autódromo de Interlagos, uma vez que o órgão é responsável apenas pela gestão do espaço, cuja propriedade é do governo municipal.

De acordo com Barioni, o processo de privatização permitirá um olhar mais dedicado para o Turismo na cidade. “Hoje nos toma um tempo muito grande administrar todo esse parque [Anhembi, Palácio de Convenções e Sambódromo]. Quando não tivermos mais isso, poderemos cuidar especificamente do Turismo: a estratégia, o contato com o trade, olhar o que se faz de melhor no mundo. Essas, aliás, são coisas já pertencentes à nossa estratégia, mas que têm o tempo dividido com a gestão de ativos cuja iniciativa privada pode gerir melhor que nós”, afirma ele.

ANHEMBI
Com a mudança no órgão de gestão do Turismo na capital paulista, Barioni aponta que também será possível dar fim a um “conflito de interesses” que existe hoje por conta da gestão do Anhembi. “O que nós queremos, enquanto Turismo, é incentivar o evento de todas as empresas que estão em São Paulo, não só do Anhembi. Quando falo com o trade de eventos, fico sempre com um conflito de interesses porque, embora eu seja responsável pela área de Turismo, eu também tenho o chapéu de gestor do Anhembi”, explica o presidente da SPTuris.

Desse modo, quando a gestão do espaço não for mais vinculada à SPTuris, o órgão participará de reuniões de forma mais neutra. “Cuidaremos de incentivar os eventos, o Turismo e tudo o que a cidade puder fazer, mas sem nenhum conflito de interesse de ter que também vender espaço para eventos no Anhembi”, esclarece o presidente.

AGÊNCIA X SECRETARIA
Segundo Barioni, ainda estão sendo feitos estudos e debates a respeito do formato que a "nova plataforma para o Turismo em São Paulo" terá: agência ou secretaria. "Na realidade, é preciso fazer uma troca entre rapidez de solução e governança. Se olhamos em um gráfico, é isso: o quanto de rapidez eu quero versus a governança. E, para achar o ponto do gráfico, não é tão simples assim", explica ele. O formato de agência, segundo Baroni, traria mais rapidez, mas existe a questão de repasse de um capital que é público. "Com a secretaria, por sua vez, é muito fácil trazer o capital, mas, em compensação, ela está sujeita a questões de governança pública que talvez o mundo privado não aceite, por conta da velocidade", esclarece.

Nesse sentido, o órgão tem avaliado modelos de outros Estados e países, de modo a encontrar um modelo que se encaixe no perfil de São Paulo. Entre os exemplos estudados pelo governo, Barioni destaca a Colômbia, que "profissionalizou o Turismo e realmente reescreveu a história do país".

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