EUA apuram o "Caso do Incrível Encolhimento" de assentos
Juízes pedem apresentação de fatos que comprovem a segurança dos passageiros diante da diminuição dos assentos dos aviões no país
Uma ação do grupo Flyers Rights (Direitos dos Passageiros, em português) quer fazer com que as autoridades dos Estados Unidos revejam a decisão de não regular o tamanho dos assentos das companhias aéreas como um item de segurança. O pedido foi atendido por um tribunal de apelação, que apelidou fato de "Caso do Incrível Encolhimento dos Assentos Aéreos".
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos é, ao lado das companhias aéreas, o principal alvo do Flyers Rights. O grupo de consumidores afirma que a diminuição e aproximação dos assentos para que caibam mais pessoas nas aeronaves pode causar, além de desconforto, lentidão em possíveis evacuações. Além disso, também alegam que os viajantes tendem a desenvolverem coágulos nas veias devido ao aperto durante as viagens.
A diminuição do espaço entre fileiras de aviões não ocorre apenas nas aéreas dos Estados Unidos, mas por lá é bastante notório. Segundo o The Guardian, a low cost Spirit Airlines tem um pitch (espaço entre um descanso de cabeça e o da frente) de 71 centímetros. Já a American Airlines planejava a encomenda de novos B737 com 74 centímetros, mas, após a notícia vazar e a empresa receber diversas queixas, a medida foi aumentada para 76 centímetros – ainda abaixo da medida atualmente praticada pela empresa.
O grupo de consumidores ainda reclama do "encolhimento" lateral das poltronas, que teria passado de 47 centímetros de largura para 43 em uma década.
A AÇÃO
Realizado na capital de Washington, o painel de apelação contou com três juízes, que concluíram em levar a discussão adiante. Segundo eles, a FAA se baseou em estudos desatualizados ou irrelevantes para definir que o espaço dos assentos era uma questão apenas de conforto, e não de segurança. A decisão foi enviada à entidade governamental, que precisará se apresentar para discutir as fundamentações da decisão que hoje habilita os assentos das aéreas norte-americanas.
Porta-voz da AFAA, Ian Gregor afirma que a discussão de regulamentar o tamanho dos assentos já é conversada internamente na Administração. O executivo, porém, afirma que todas as linhas do avião são testadas para garantir a evacuação segura dos passageiros em uma situação de emergência, descartando assim uma das acusações do Flyers Rights.
A discussão agora está nas mãos do Tribunal, mas pode ser levada ao congresso caso não haja uma definição final. No ano passado, o senador Charles Schumer já denunciou o "encolhimento" dos assentos dos aviões, comparando os passageiros a sardinhas.
*Fonte: The Guardian