Maria Izabel Reigada   |   30/03/2017 20:11

MG mostra modelo de aviação regional no Ibas

Veio de Minas Gerais, Estado com tamanho comparável ao da Alemanha ou da França, o exemplo de aviação regional apresentado no painel de mesmo tema, na tarde de hoje, dentro das atividades do International Brazil Air Show (Ibas)

Marluce Balbino
Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, moderou o debate, com Fabiana Todesco, da SAC, Oracio Marquez, da Iata, e Rui de Aquino, da Two Flex
Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, moderou o debate, com Fabiana Todesco, da SAC, Oracio Marquez, da Iata, e Rui de Aquino, da Two Flex

RIO DE JANEIRO – Veio de Minas Gerais, Estado com tamanho comparável ao da Alemanha ou da França, o exemplo de aviação regional apresentado no painel de mesmo tema, na tarde de hoje, dentro das atividades do International Brazil Air Show (Ibas). O diretor da empresa de táxi aéreo Two Flex, Rui Thomaz de Aquino, falou do programa Voe Minas Gerais, que conecta 18 municípios do Estado em voos operados por aviões para nove passageiros. Financiado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Condemig), o projeto conecta cidades do interior de Minas a Belo Horizonte, realizando também algumas escalas entre os municípios. Segundo Aquino, em sete meses o projeto já transportou 3.407 passageiros.

Moderado pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, o painel reuniu ainda a gerente de Projetos da Secretaria de Aviação Civil, Fabiana Todesco, e o diretor da Iata, Oracio Marquez. Questionado sobre o custo do programa para o governo mineiro, Aquino afirmou que o investimento foi de R$ 4 milhões. “Mas já houve a geração de receita de cerca de R$ 1 milhão, então esse custo vem sendo reduzido. Para nossa surpresa, 70% da demanda é motivada por serviços médicos”, contou, destacando ainda a ocupação média de 35% nos voos, com alguns destinos já alcançando 55%.

A gerente da SAC falou sobre as dificuldades no desenvolvimento da aviação regional no Brasil. “Dos 86 aeroportos regionais em operação no ano passado, apenas 23% receberam mais de 250 mil passageiros, que é o volume mínimo para assegurar a rentabilidade do aeroporto”, explicou. A gerente falou sobre os recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) e as dificuldades de acesso a eles por conta dos contingenciamentos do governo. “Ainda assim, a meta que projetamos é de 60 aeroportos habilitados em dois anos” disse, explicando que os ciclos de gestão de obras públicas são analisados em prazos de cinco anos. O diretor da Iata defendeu a necessidade de desregulamentação do setor e a diminuição da burocracia. “É preocupante ver que o Brasil não está participando do ciclo de entrada de empresas aéreas de baixo custo realizam em países vizinhos, como a Argentina e a Colômbia”, alertou.

O diretor da Two Flex também defendeu a desregulamentação e ressaltou a importância da aviação regional. “Sabemos que há 45 ou 48 aeroportos, no máximo, com tráfego para aeronaves de 100 lugares. Os demais precisam de aviões menores, porque o tráfego é para dez, 20 ou 30 passageiros”, enfatizou. “Se não olharmos para esses aeroportos, nunca sairemos do número de 130 municípios atendidos pela aviação comercial”, disse.

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