Brunna Castro   |   17/08/2016 10:06

Germanwings: órgão propõe novas regras para pilotos

Após o acidente com o voo 9525 da Germanwings, que aconteceu em março de 2015, a European Aviation Safety Agency (Easa) propôs um plano de ação com o intuito de reforçar os requisitos médicos para pilotos.

Após o acidente do voo 9525 da Germanwings, que aconteceu em março de 2015, a European Aviation Safety Agency (Easa) propôs um plano de ação com o intuito de reforçar os requisitos médicos para pilotos.
Facebook/Eurowings

As propostas incluem novas exigências que irão fortalecer os exames médicos para os pilotos, incluindo detecção de drogas e álcool, uma avaliação completa da saúde mental e melhores acompanhamentos de condições psiquiátricas anteriores.

Além disso, o treinamento, supervisão e avaliação dos examinadores médicos aeronáuticos deve ser intensificada e as demais medidas serão postas em prática para evitar fraudes.

As propostas da Easa serão utilizadas como base para uma proposta legislativa da Comissão Europeia, que está prevista para o final de 2016.

Em resposta à tragédia da Germanwings, o órgão também consultou a comunidade da aviação a respeito da regra de duas pessoas no cockpit, introduzida em março de 2015, e reviu recentemente a sua orientação para uma abordagem "mais flexível baseada no risco".

De acordo com a Air Transport World, em termos simples, a avaliação de riscos pode ser estabelecida através de exames psicológicos e de segurança, bem como a análise na estabilidade no emprego da companhia aérea e no índice de turnover. Com isso, uma companhia aérea pode então decidir manter o procedimento com duas pessoas na cabine do piloto.

ACIDENTE
O Airbus 320 da Germanwings foi levado deliberadamente para os Alpes franceses durante um voo regular de Barcelona a Düsseldorf, matando as 150 pessoas a bordo da aeronave. Um relatório preliminar sobre o acidente feito pela agência francesa BEA revelou que copiloto Andreas Lubitz, sozinho na cabine de comando, trocou a altitude selecionada de mais de 11,5 mil metros para 30,48 metros – o valor mínimo possível em um Airbus 320 - e aumentou a velocidade da aeronave, colocando em movimento uma descida intencional em direção aos Alpes.

Foi descoberto mais tarde que Lubitz, que bloqueou o piloto para fora da cabine e se recusou a abrir a porta nos últimos minutos do voo, estava à procura de tratamento para a depressão. Um médico particular o encaminhou a um psicoterapeuta e psiquiatra um mês antes do acidente e diagnosticou uma possível psicose duas semanas antes do acidente, como afirmou o relatório BEA.

O psiquiatra havia prescrito antidepressivos um mês antes do ocorrido e outros medicamentos do gênero oito dias antes do acidente. Nenhum dos prestadores de cuidados de saúde, entretanto, relataram quaisquer preocupações de medicina aeronáutica para as autoridades.

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