Renato Machado   |   23/05/2016 12:04

Doméstico teve pior abril dos últimos 4 anos, diz Abear

"Definitivamente não há boa notícia nesse primeiro quadrimestre". Foi assim que o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, resumiu o cenário apresentado em números nesta segunda-feira. Pelo nono mês consecutivo, houve queda na demanda (-12,22%), a

Emerson Souza
Eduardo Sanovicz, da Abear, apresenta números do "pior mês desde fevereiro de 2013"
"Definitivamente não há boa notícia nesse primeiro quadrimestre". Foi assim que o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, resumiu o cenário apresentado em números nesta segunda-feira. Pelo nono mês consecutivo houve queda na demanda (-12,22%), maior que a retração na oferta (-10,31%). Os voos tiveram ocupação média de 79,30% (-1,73% em relação a abril de 2015).

Este foi o pior mês, em números absolutos, desde fevereiro de 2013. “O cenário do ano (para a aviação) é muito ruim, absolutamente alinhado ao cenário nacional”, disse. O total de 6,9 milhões de passageiros pagos transportados significou uma queda de 12% em relação ao mesmo mês do ano passado e o pior abril desde 2012 em volume de passageiros. Em uma hipotética melhora súbita da economia, o presidente da Abear afirma que, “a partir de meados de 2017, voltaríamos a ter números positivos”.

Eduardo Sanovicz projeta que a queda de oferta será mantida por todo 2016. “Seguiremos com esse ajuste de oferta, a malha aérea será reduzida em volumes superiores a 10%”. O acumulado do ano, entre janeiro e abril, já mostra queda de 5,26% na oferta. “Esse ajuste é uma saída das companhias aéreas para manter sua sustentabilidade financeira”, explica. O market share, em RPK, foi assim dividido entre as empresas associadas a Abear: Latam (36,85%), Gol (33,88%), Azul (17,49%) e Avianca (11,77%).

Segundo Sanovicz, foram poucos os casos de interrupção completa de rotas, com cidades perdendo voos diretos com grandes centros nacionais. “Cerca de 95% do ajuste é em frequência de voo. Há 4% ou 5% de ajustes em destinos por inevitabilidade”, afirmou. O presidente conta que, ano passado, com o aumento de custos em 24% e queda na receita em 19%, alguns destinos se tornaram inviáveis para algumas aéreas.

“Assim como os aviões, o mercado da aviação não faz curvas bruscas”. Dessa forma, Sanovicz explicou que resultados, sejam eles bons ou ruins, são sentidos tardiamente pelo segmento. "Apesar das retrações no doméstico já estarem acontecendo há meses, essa é a primeira vez que sente-se a retração também no mercado internacional". Em abril, em comparativo com o mesmo período do ano passado, houve queda de 6,81% em oferta e 3,62% em demanda. Apesar disso, a ocupação das aeronaves subiu 2,7%, para 81,70% em média.

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