Usina de Itaipu se prepara para ser um polo de tecnologia para o Turismo; veja como

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A história do Itaipu Binacional no turismo começou logo quando as obras da usina foram iniciadas, com curiosos que queriam ver de perto os desdobramentos do projeto, que por 21 anos foi detentor do título de maior barragem do mundo.

Desde o início das construções, Itaipu criou espaços para que essas pessoas pudessem entender de perto a dimensão da obra, e o efeito disso é visto até hoje, com visitações guiadas, passeios noturnos e programações infantis, que também enfatizam o compromisso com a sustentabilidade.

Mas a conexão de Itaipu com o turismo vai além disso. O complexo está se preparando para ser um polo de tecnologia destinado ao setor, conforme explica Yuri Benites, diretor de Turismo do Itaipu Parquetec.

"Nós passamos por uma reestruturação recente e atual gestão recebeu a meta de olhar o turismo como atividade econômica, ampliando a estrutura e saindo do complexo, abrangendo todo o Paraná e os 35 municípios do Mato Grosso do Sul. A gente, então, criou uma diretoria de turismo e começamos a trabalhar um centro de tecnologia para fomentar inovações no setor. Em parceria com a Embratur e Ministério do Turismo, captamos startups de inovação que possam olhar para problemas e oportunidades do turismo no Brasil"

Yuri Benites, diretor de Turismo do Itaipu Parquetec

Através de editais, o Itaipu consegue trazer para perto empresas que pensam tecnologias e inovações no turismo, podendo usufruir de toda uma estrutura dedicada a isso dentro do complexo. "Com esse espaço, as startups podem testar sua tecnologia, com uma operação diária, trabalho de logística e auditoria. Nosso objetivo é fazer com que o mercado seja, cada vez mais, equipado com novas tecnologias. Com isso, passamos a funcionar como um espaço de produção e oferta de tecnologia nacional. Temos um verdadeiro parque tecnológico que tem um setor turístico para contribuir, seja no público ou no privado", apontou o executivo.

Nesta tomada, o complexo espera trazer o Observatório Nacional de Turismo para dentro de Itaipu, reunindo dados da Embratur, do Ministério do Turismo, da Infraero, das associações de turismo, e os compilando, transformando em informações e formando inteligência.

"Com isso, esperamos orientar indicadores, nos posicionar como um espaço que desenvolve tecnologia, trazendo a valorização da ciência para o turismo. Tudo o que fazemos aqui, seja no público ou no privado, construímos juntos, obtendo dados cada vez mais qualificados", disse Yuri.

Da visitação nas obras à visitação educativa

Apesar de um grande trabalho para fomentar tecnologias dedicadas ao turismo, a usina também possui um trabalho de turismo para visitações, fruto daqueles curiosos que queriam conhecer as obras da barragem. Agora, os passeios são estruturados e o turista pode escolher entre uma gama de experiências para vivenciar no complexo, com uma infraestrutura agora muito mais adequada a esse público.

"Nós estruturamos as experiências, oferecendo um transporte qualificado, profissionais que falam em idiomas diferentes, e um atendimento de domingo a domingo. Passamos a cobrar ingressos, enxergando o produto como um atrativo turístico e auto suficiente de maneira financeira", explica Yuri.

Com isso, alguns passeios distintos podem ser realizados no Itaipu Binacional:

• Itaipu Especial: Tour de duas horas e meia que permite acesso ao interior da barragem, incluindo a sala de comando central e áreas técnicas.
• Refúgio Biológico Bela Vista: Passeio realizado em veículos especiais por áreas de mata reflorestada. Também conta com uma caminhada de dois quilômetros para conhecer recintos de animais e participar do plantio de árvores nativas.
• Itaipu Panorâmica: Com duração de pouco mais de uma hora, passeio apresenta a história da construção da usina e inclui paradas em mirantes.
• Itaipu Iluminada: Visita noturna que destaca a iluminação da barragem acompanhada por apresentações musicais.

Trabalho com o trade

Com a estruturação do turismo em Itaipu, o trabalho com o trade turístico se aprimorou. Segundo Yuri, a promoção do Itaipu Binacional acontece, principalmente, pelo Convention Bureau de Foz do Iguaçu. "Nós nos unimos. Parquetec, Itaipu, secretaria de Turismo, Conselho de Turismo e por aí vai... A gente se conecta para fazer um plano integrado de ações, cada um investe em um setor e dessa forma não temos sobreposição de recursos, e a nossa atuação é muito forte neste sentido”, diz.

Com esse foco em dados, o Itaipu Parquetec também entra na discussão de políticas públicas no Brasil, ampliando a atuação para todo o Paraná e alguns municípios do Mato Grosso do Sul. "Lançamos editais para projetos de infraestrutura turística, investindo R$ 35 milhões nestas cidades. Cada município sabe sua infraestrutura e tem sua necessidade, e nos apresenta tudo isso por meio dos editais", aponta.

A complexidade do turismo na fronteira

Em uma cidade potencialmente turística como Foz do Iguaçu, - e localizado em dois países - o Itaipu Binacional foi impactado com a pandemia, principalmente em conectividade e por sua situação de fronteira, o que influencia até hoje os números de visitantes no complexo. De acordo com o executivo, 2024 teve um crescimento tímido em turistas e o ano de 2025 segue os mesmos passos.

O Complexo Turístico Itaipu (CTI), responsável pela operação do turismo na Usina, recebeu 485.990 visitantes ao longo de 2024. Os argentinos foram os visitantes estrangeiros de 128 países com maior presença (5.754), à frente dos chilenos (3.447), americanos (3.218), alemães (3.138) e chineses (3.080).

"Precisamos olhar para essas regiões de fronteiras com políticas que favoreçam e estimulem a circulação turísticas, considerando os aspectos dos destinos e a distância dos grandes centros", aponta Yuri. Neste sentido, o turismo de Itaipu vem trabalhando com o MTur para aumentar o número de turistas, ao mesmo tempo que estrutura passeios e a infraestrutura.