Rodrigo Vieira   |   01/11/2024 17:45

Turismo e Tecnologia: veja ofertas de empresas tradicionais e startups

Mercado parece estar experimentando uma transformação digital, impulsionada por startups e outras empresas


AdobeStock

O Turismo é há um bom tempo estigmatizado por ter processos manuais e fragmentados. Contudo, o mercado parece estar experimentando uma transformação digital, impulsionada por startups e outras empresas consolidadas que se reinventam para atender a uma busca por eficiência, personalização e experiências enriquecedoras. Daí, soluções tecnológicas têm surgido cada vez mais no mercado, abrangendo desde a gestão de viagens corporativas até a distribuição de produtos turísticos de lazer.

Neste cenário, empresas como Copastur, Iterpec, Krooze, Lemontech, Ligaí, Onfly, Paytrack, Planne e ViagensPromo são algumas que, se não nasceram digitais, estão ao menos investindo para se modernizar tecnologicamente. A adoção de ferramentas como inteligência artificial, big data, cloud computing e automação de processos robóticos (RPA) está transformando a forma como as viagens são planejadas, reservadas, adquiridas e realizadas.

As empresas do setor estão investindo em soluções que permitem a análise de grandes volumes de dados para identificar padrões de comportamento, personalizar ofertas e otimizar a experiência do cliente. Além disso, a pandemia acelerou a digitalização do setor, impulsionando a adoção de canais de venda on-line e soluções de pagamento digital. As empresas que conseguiram se adaptar rapidamente a esse novo cenário e oferecer soluções flexíveis e seguras aos seus clientes foram as que mais se destacaram.

A seguir, veja alguns exemplos:

Copastur

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Alessandro Silveira, CTCXO da Copastur
Alessandro Silveira, CTCXO da Copastur

O C+ é o coração da tecnologia da Copastur. O "superapp" construído internamente é capaz de atender a todas as empresas do grupo e seus clientes dos mais diferentes modelos de atuação, segundo o CTCXO - Chief Transformation and Customer Experience Officer Alessandro Silveira.

Em sua análise, cada um dos clientes da chamada biosfera de marcas da Copastur - que além da TMC atua em setores de Mice, offshore, lazer, luxo, intercâmbio, documentação e E-Sports - tem necessidades diferentes. Ele, ao lado de CTO João Carlos Fornari e suas respectivas equipes trabalham, portanto, em um mercado em que não aceita padrões quando o assunto é tecnologia.

"Por isso o C+ tem inúmeras funções e possibilidades. Dentro do software, é atendida a uma amplitude de segmentos e empresas. Da mobilidade à gestão de despesas, do gerenciamento de frotas à integração da política de viagens corporativas, passando por reservas, integração com outros sistemas, suporte, segurança... contamos com uma equipe 100% dedicada a criar novas soluções para os clientes, o Copastur Labs", afirma Silveira.

Segundo o executivo, o NPS do C+ é alto, com elogio dos clientes em benefícios como redução de custos, aumento de produtividade, melhoria da experiência do colaborador, visibilidade e controle. Silveira acrescenta ainda que o C+ é responsivo para web e mobile e conta com o selo 27001, o que atesta sua cibersegurança.

Em tempo real

Um dos segredos para o sucesso do superapp é sua capacidade de, para a TMC, acompanhar em tempo real a jornada do viajante corporativo. "Hoje consigo fazer pesquisa em touch point para atuar na experiência enquanto ela ainda está acontecendo. Isso nos permite entregar para o cliente o que ele precisa no momento certo, com o valor que ele deseja pagar. Depois que o problema acontece, é mais difícil reparálo, e o viajante dará avaliações negativas", explica Silveira.

Portanto, quando um cliente dá uma nota detratora ou neutra, o sistema emite um alerta e o supervisor intervém. Por isso a área de experiência do cliente está tão ligada à de tecnologia na Copastur", acrescenta o CTCXO. Apesar de serem seu principal escopo, viagens corporativas são só mais um local de atuação da companhia em sua biosfera. Dentro do C+ já foram criadas, por exemplo, lojas virtuais para o B2C e lojas virtuais para a própria empresa cliente Copastur atendesse seus colaboradores com demanda de lazer. Outro diferencial, de acordo com Silveira, é ter o atendimento ao cliente espelhado dentro do superapp, em um trabalho de colocar toda biosfera conectada no omnichannel.

Iterpec

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Roberto Esteves, CEO da Iterpec
Roberto Esteves, CEO da Iterpec

Se houver algum lugar para se hospedar, esse estabelecimento estará na API da Iterpec. Assim o CEO Roberto Esteves define a broker hoteleira, que possui mais de 1,8 milhão de propriedades, entre hotéis, vacation homes e outros modelos. Seja OTA, broker, operador, programa de fidelidade ou qualquer empresa que tenha algo disruptivo para trabalhar com hotel, como um programa de benefícios de RH para funcionários ou um site de casamento para hospedar os convidados, a API da Iterpec pode ser útil. "É assim nós trabalhamos. Nossa ideia é dar toda a disponibilidade de hotéis que existe no planeta, com vários tipos de tarifas diferentes, com ou sem café da manhã, reembolsável ou não, para que qualquer empresa tenha um custo de entrada muito pequeno e assim poder concorrer em igualdade com os grandes players do mercado", explica Esteves.

De acordo com ele, a Iterpec tem priorizado a diversificação de conteúdo por meio de nichos. Por exemplo, recentemente um broker de hotelaria em destinos de luxo foi integrado e a empresa passou a ter Maldivas e Seychelles totalmente on-line. "Também trouxemos conteúdos e acordos diretos com redes hoteleiras agregando quase 85 mil hotéis no mundo", comenta o CEO da plataforma. "Outra novidade na qual trabalhamos muito forte, a parte mais legal de todas, por se tratar de uma demanda muito importante dos clientes, é que independentemente do país ou da moeda o cliente pague sempre em reais, e nos responsabilizamos pelos trâmites financeiros e cambiais. Por meio de nossa expertise, a compras de hotelaria internacional podem ser feitas, portanto, sem a preocupação com a volatilidade do câmbio através de hedge cambial", completa.

Na análise do CEO, mesmo a reserva mais off-line do mundo passa por alguma tecnologia. Segundo Esteves, não há como se pensar em Turismo e vendas em volume sem que haja automações e tecnologias para a distribuição. "Para nós, a empresa escalável é aquela que possui pouco e bom capital humano, tecnologias estáveis e sempre antecipando as tendências do mercado e muita informação para que o cliente tenha segurança ao comprar. Vemos na tecnologia uma forma de agregar valor aos operadores, OTAs, TMCs e Traveltechs por meio de conteúdo de hotelaria e suas ramificações, que custariam muito recurso financeiro e humano, com baixo investimento e grande capacidade de escalar", aponta ele. Esteves conta que além de uma API que organiza e mapeia todos os hotéis, a Iterpec oferece conteúdos de tours e transfers da Easy Travel Shop (ETS), além de "condições muito competitivas para que a distribuição em Turismo seja ágil, eficiente e sem grandes entraves".

Krooze

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Paulo Papoy, CEO da Krooze
Paulo Papoy, CEO da Krooze

Praticamente toda operadora de Turismo do Brasil que vende cruzeiros utiliza a Krooze como plataforma de distribuição. Com a função de conectar as companhias de cruzeiros aos vendedores de viagens, a empresa é uma travel tech por essência. Em um único ambiente on-line, agrega informações de dezenas de companhias marítimas, otimizando o processo de orçamento e vendas para os agentes de viagens de forma gratuita.

A Krooze acaba de se tornar omnicanal, proporcionando aos consumidores uma experiência de compra integrada. Agora, os clientes podem iniciar um orçamento tanto na agência física quanto no site, seja pelo computador ou dispositivo móvel, e concluir a compra em qualquer uma dessas plataformas, conforme sua conveniência.

Segundo o CEO da companhia, Paulo Papoy, esse era um pedido recorrente operadores e agentes de viagens, pois com o acréscimo dessa função, diminuem as chances da desistência do cliente no meio de uma jornada de compra.

"Colocamos na prática o tão sonhado omnichannel. Nada mais é do que um orçamento vivo, em que todo conteúdo é atualizado, inclusive de preços. Seja na loja, no conforto de seu lar ou em qualquer lugar do mundo por meio de um dispositivo móvel ele passa o cartão e adquire um cruzeiro. Não importa a operadora ou a companhia marítima, a venda é omnichannel", explica Papoy.

Vem por aí na Krooze

Em breve, promete Papoy, diversas integrações de marketing serão lançadas pela Krooze. O CEO conta que hoje o sistema já está conectado em ferramentas já conhecidas como Google Analytics, Meta e Adwords, e em breve estará integrado com alguns CRMs do mercado, como RD Station, para que a conversa entre empresas e clientes seja mais facilitada, com tudo integrado em ferramentas de cruzeiros.

Para o ano que vem a promessa é de diversas funcionalidades de inteligência artificial e integração com WhatsApp para atendimento. Também vem aí na Krooze a inclusão de cruzeiros fluviais na plataforma. Esta ainda para 2024. "Krooze é mais do que uma empresa tecnológica, somos uma solução de diversos serviços. Embora a maior parte da nossa equipe ser de Tecnologia, nós não somos só desenvolvedores, temos conteúdo, marketing e várias áreas que apoiam a venda, sempre com o objetivo de auxiliar as agências de viagens", conclui Papoy.

Lemontech

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O CTO da Lemontech, Lucian Schirmer\n\n
O CTO da Lemontech, Lucian Schirmer\n\n

Empresa de tecnologia dedicada ao mercado de viagens corporativas e gerenciamento de despesas, a Lemontech tem um novo aplicativo em 2024. Recém-lançada, a ferramenta está mais intuitiva, ágil e com imagens mais bem trabalhadas. É o que diz o CTO da empresa, Lucian Schirmer.

De acordo com ele, os usuários estão elogiando atualizações tais como a aba de hospitalidade, que conta com um mapa para mostrar a localização do hotel; em expense, na qual é possível tirar foto da nota fiscal e deixá-la salva no sistema por cinco anos; e na facilidade para integrar a política de viagem e despesas da empresa para autorizar transações de forma on-line.

"Isso sem contar as famílias tarifárias bem explicadas de cada companhia aérea e a revalidação de reserva pelo próprio app. Isto é, se o aprovador deixa a reserva cair, conseguimos revalidar o aéreo. O novo aplicativo ainda tem prevenção de fraude como diferencial, protegendo, via OCR nos cupons fiscais, usuário e empresa. Em breve, implementaremos a identificação de fraude pelo CPF do usuário", afirma Schirmer.

Em mobilidade, o CTO acrescenta ainda diferenciais como GPS por quilômetro rodado, em que o aplicativo passa a ler o KM do percurso todo para pagar reembolso, independentemente do tipo de veículo. "Antes o usuário colocava pontos A e B e qualquer desvio da rota não era contabilizado na política de viagens da empresa. Com Waze e Google Maps integrados, a amostragem será menos simplista", explica.

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A diretora de Vendas e Relacionamento\n\nda Lemontech, Juliana Costa
A diretora de Vendas e Relacionamento\n\nda Lemontech, Juliana Costa

Muita integração foi e ainda será feita em termos de conteúdo, aponta o CTO ao lado da diretora de Vendas e Relacionamento da Lemontech, Juliana Costa. Confira:

  • Carro, rodoviário e seguro on-line: O sistema terá reservas on-line de locação de veículos, ônibus e vouchers de proteção, seguindo regras, acordos e políticas das empresas clientes.
  • Reemissões on-line: O app também terá NDC Latam e novo barramento Azul.
  • Sabre NDC e venda de ancillaries: Promessa de entrega em dezembro de 2024
  • Em relação a segurança de dados, Juliana aponta que "hoje os acordos e fornecedores preferenciais só podem ser configurados ou alterados pela Lemontech. Em breve teremos a notificação para o gestor cliente e gestor agência com a data de expiração dos acordos cadastrados no sistema".
  • Para auxiliar na área de Duty of Care, a Lemontech passou a oferecer tracking de passageiros, com informações em tempo real ao gestor.

O software também permite configurar bloqueio de países e cidades para as quais seus viajantes não podem realizar viagens, para evitar áreas de conflito e que passam por catástrofe climática.

Também é possível ter maior controle de viajantes em voos, os impedindo que embarquem no mesmo avião, se assim for estratégico.

"Essas melhorias foram cuidadosamente planejadas para enriquecer a experiência de compra, tanto na web quanto por meio do aplicativo móvel disponível gratuitamente para Android e iOS", aponta Lucian Schirmer.

"Com as recentes atualizações, cotações e novas solicitações serão realizadas exclusivamente por meio dos perfis solicitante/aprovadores, garantindo uma gestão mais eficiente e intuitiva. Os gestores continuarão desempenhando suas funções habituais, mas agora terão acesso a todas as funcionalidades necessárias para realizar cotações e criar solicitações por meio dos perfis", conclui o CTO.

Ligaí

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Sidney Lima Filho e Marcelo Cohen, CEO da Ligaí e CEO da BeFly, respectivamente
Sidney Lima Filho e Marcelo Cohen, CEO da Ligaí e CEO da BeFly, respectivamente

Um "Excel do Turismo", uma plataforma na qual empresas de qualquer categoria da indústria colocam os dados e os utilizam de múltiplas maneiras: geração de relatório, execução de Business Intelligence até a construção de robôs que monitoram todos os procedimentos operacionais de uma agência de viagens, facilitando a vida do emissor.

Essa é a Ligaí, uma empresa brasileira que oferece uma plataforma de integrações inteligentes, conhecida como iPaaS (Integration Platform as a Service), prometendo agilidade e eficiência aos usuários. Essa plataforma permite conectar de forma rápida e segura diversos sistemas e aplicativos, eliminando a necessidade de programação manual e otimizando processos.

Estabelecida em 2020, a companhia, três anos depois, ganhou investimento e passou a fazer parte do ecossistema BeFly. O CEO da Ligaí, Sidney Lima Filho, diz que criou a empresa com a crença de que o Turismo precisa de uma plataforma que democratize o acesso à web 3.0 e elimine o trabalho de ficar redigitando dados entre os sistemas.

"Permitimos que as agências criem sua própria tecnologia, seu próprio diferencial, e extraia valor de suas informações", aponta ele, mencionando algumas das principais vantagens da plataforma:

  • Integrações inteligentes: A Ligaí conecta sistemas como ERPs, CRMs, plataformas de e-commerce, sistemas financeiros e muito mais.
  • Automação de processos: A plataforma automatiza tarefas repetitivas, reduzindo o tempo gasto em atividades manuais e aumentando a produtividade.
  • Análise de dados: A Ligaí permite analisar dados de diferentes sistemas, o que segundo o CEO permite oferecer insights valiosos para a tomada de decisões.
  • Escalabilidade: A plataforma é escalável, permitindo que as empresas cresçam e se adaptem às suas necessidades.

Força no setor de viagens corporativas

Sidney Lima Filho comenta que praticamente todas as TMC associadas à Abracorp utilizam a Ligaí. E pelo fato de ter um sistema facilmente personalizável, cada agência de viagens corporativas utiliza o sistema de maneira diferente. "Não temos um produto fechado, de maneira que cada TMC entendeu a proposta da Ligaí e a aplica de acordo com suas necessidades", afirma.

Inteligência artificial em 2025

Com base nessa amplitude, a travel tech está notando os produtos mais recorrentes e, em 2025 vai lançar um novo produto de inteligência artificial, com novas funções. "Agências de viagens têm hoje grande dificuldade de criar seus modelos e seus sites, pois utilizam múltiplos sistemas. Estão sempre 'nas mãos de alguém', seja no BackOffice, nos GDSs e nas várias operadoras", explica Sidney Lima Filho.

"Em janeiro, entregaremos um novo modelo, pronto, com as variedades definidas e o agente poderá preencher com qualquer fonte de dados. Não importa se ele usa Sabre e Argo, Amadeus e Concur, nossa nova plataforma integrará tudo, e com isso o dado se torna da agência, o modelo é personalizado pra ela. Ou seja, entregaremos o modelo de IA pré-pronto para a agência alimentar a plataforma e dali extrair seus dados inteligentes", completa o CEO.

Após investimento da BeFly, a Ligaí acredita que pode liderar o segmento de inteligência artificial no Turismo. "Nascemos na indústria, temos a essência do que as empresas precisam. Acreditamos que podemos ser líder no segmento, pois as empresas costumam pegar soluções de big techs que também fornecem a outros setores. Nossa dedicação a uma só indústria é o que nos faz ter vantagem competitiva.

À época do negócio feito com a BeFly, o CEO da holding, Marcelo Cohen, comentou que "a sociedade no Ligaí chega em um momento de crescimento e expansão do grupo. Chega para trazer mais agilidade no mercado do turismo com integração de sistemas e inteligência artificial, eliminando o trabalho manual repetitivo e burocrático. E, ainda analisa e gera novas oportunidades de receitas com esses dados processados na plataforma".

Onfly

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Marcelo Linhares, CEO da Onfly
Marcelo Linhares, CEO da Onfly

Poucas empresas brasileiras definem melhor o conceito de travel tech B2B do que a Onfly. Os mineiros já nasceram no digital, em 2018, fecharam ano passado com 1,2 mil clientes e devem encerrar 2024 com 1,7 mil. Em 2023, a Onfly recebeu um investimento de R$ 80 milhões, e boa parte deste recurso foi canalizado para a terceira versão de seu software, em breve disponível no mercado.

"Estamos em beta e em novembro já soltaremos para metade de nossa base para, em janeiro, 100% dos nossos clientes já estarem utilizando esta versão, que vai mudar o jogo de um sistema que já é apreciado pelos usuários. Terá cloud escalado, microsserviço, muito foco em inteligência artificial incorporada, terá mais agilidade em previsão de preço e merge de hotéis", afirma o CEO da Onfly, Marcelo Linhares.

"O cliente vai ter uma ferramenta ainda mais ágil. Viagem a trabalho não é sonho, então nossa obsessão é fazer o usuário entrar, pedir reserva e ter a aprovação no menor tempo possível. Para isso, redesenhamos a solução inteira, a plataforma em sua totalidade, e entregaremos uma WEX muito elaborada, com cache para facilitar. Estamos prometendo um sistema realmente ágil", completa.

Linhares entende que a versão três da ferramenta será um sucesso muito por conta da equipe de Tecnologia da Onfly, claro, mas destaca a participação de Peterson Prado, recém-chegado para cuidar das áreas de Vendas e Estratégias da companhia, por usar sua experiência de décadas no setor de viagens corporativas e orientar atributos à ferramenta.

"O Peterson é um cofundador que chegou tarde, é chamado aqui dentro de late cofounder, de tanto que ele se encaixou no time", brinca Linhares. "E nessa camada técnica de viagens corporativas, vimos que grandes empresas precisam de personalização. Trabalhamos, então, em uma camada low code para que as empresas possam personalizar", completa o mineiro.

No âmbito da customização, ele menciona que o mobile foi totalmente redesenhado para se encaixar dentro da nova estrutura, e que o usuário terá inúmeras possibilidades. "Vamos ouvir muitos clientes para poder deixar o software à sua maneira. Para dar uma noção do quão personalizável o software poderá ser, no setor rodoviário conseguiremos aplicar a política de viagem de cada viação, em um segmento bem pulverizado", exemplifica.

Continuidade na ampliação do conteúdo

Em outubro, a Onfly assinou com a empresa de moradia flexível Charlie uma parceria estratégica. Com o acordo, as companhias passam a oferecer aos clientes opções de hospedagem residenciais que atendem as exigências das viagens corporativas.

Segundo a travel tech, a presença e capilaridade do Charlie em São Paulo foi essencial para a parceria, diante do alto preço das diárias da hotelaria tradicional e do aumento da procura pelo short term rental no corporativo. Estima-se que, em cinco anos, 60% das reservas corporativas serão nesse formato.

Agora, com as opções de hospedagem flexível disponíveis diretamente no processo de reserva da Onfly, os clientes poderão realizar reservas em poucos cliques e sem necessidade de solicitações externas. Eles também terão a liberdade de ajustar seus horários de viagem conforme necessário, acompanhar em tempo real, controlar créditos, gerenciar políticas e bilhetes não utilizados, otimizando custos operacionais e promovendo eficiência em cada etapa do processo.

"Continuamos na estratégia constante de ampliar o inventário com fornecedores de ponta, inclusive tentando trazer produtos do lazer para o corporativo. Fomos os primeiros a integrar com o NDC da Latam e o webservice da Azul. Na hospitalidade, consigo puxar o mesmo hotel de várias fontes diferentes. Isso sem contar nosso worfklow com aprovação via WhatsApp, um sucesso entre os clientes", pondera Linhares.

"Também temos um excelente feedback na questão da gestão de custos, com a política de viagens das empresas integrada. A plataforma contribui para redução de custos e transparência dos gastos, desde a despesa do café do aeroporto até passagem aérea, hotel, carro e ônibus. Para os colaboradores, a plataforma permite que uma reserva de viagem e relatório de despesa possam ser realizados em apenas alguns minutos", conclui.

Paytrack

PANROTAS / Emerson Souza
Pedro Góes,CEO da Paytrack\n\n
Pedro Góes,CEO da Paytrack\n\n

A Paytrack acaba de lançar ao mercado uma solução que utiliza big data para gerenciar despesas de viagens corporativas. A ferramenta está sendo disponibilizada neste último trimestre aos clientes da empresa, após um estudo que analisou mais de 350 mil transações em dois anos e revelou padrões no comportamento de reservas. A pesquisa aponta que, dependendo da data de aquisição das passagens, a variação de preço pode chegar a 200%. "O maior desafio dos gestores de viagens corporativas é poder sair do operacional para ter tempo de atuar estrategicamente, em busca de mais economia e eficiência. Essa nova ferramenta é mais uma solução da Paytrack que permite isso, por meio de análise preditiva", afirma o CEO da Paytrack, Pedro Góes.

Por meio de big data e análise preditiva, a plataforma chega para auxiliar as empresas a identificarem o momento ideal para a compra de passagens e reservas de hotéis. O sistema é aprimorado com recursos como monitoramento de gastos totais, incluindo hospedagem e serviços adicionais, visibilidade de créditos não utilizados, automação de reembolsos e gestão de conformidade com políticas corporativas.

"Por meio dessa solução, o usuário consegue entender o comportamento de compra, tudo cruzado com o perfil das empresas. São múltiplas as possibilidades de análise de dados entregues por essa ferramenta, tudo integrado com a política de cada empresa, o que é uma característica da Paytrack, a plataforma all in one especializada em gestão de despesas corporativas mais completa do mercado", completa.

Segundo Góes, mais da metade do orçamento da Paytrack em 2024 está sendo investida no pilar de viagens corporativas, o que resultou em um crescimento de mais de 100% nessa frente de negócio. "Vamos mais do que dobrar o faturamento na nossa solução travel neste ano", aponta o CEO.

De acordo com análise da Paytrack, o lançamento da ferramenta ocorre em um momento crucial para o mercado de viagens corporativas. Segundo a Global Business Travel Association, os gastos globais no setor devem atingir um recorde de US$ 1,48 trilhão em 2024, tornando a gestão eficiente desses recursos cada vez mais estratégica para as empresas.

Cofundador da companhia, Edson Gomes explica: "Identificamos que comprar passagens com 30 dias de antecedência pode representar uma economia substancial. Para ilustrar, imaginemos uma situação em que uma empresa precise organizar uma viagem para 20 pessoas. Comprando as passagens com antecedência, ela poderia pagar R$ 450 por bilhete, totalizando R$ 9 mil. Sem esse planejamento, o custo poderia chegar a R$ 1,2 mil por passagem, resultando em um gasto total de R$ 24 mil. Neste cenário, a economia seria de R$ 15 mil.”

"Os números mostram que há um grande potencial de economia ainda inexplorado por muitas empresas", pondera Gonçalves. "Nossa plataforma transforma esses dados em insights acionáveis, permitindo que as empresas tomem decisões mais inteligentes e econômicas em suas viagens corporativas, superando as limitações do modelo tradicional de gestão”, conclui o cofundador.

Planne

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Jonathan Szablevski, CTO da Planne, com Gregório Nardini, CEO da startup
Jonathan Szablevski, CTO da Planne, com Gregório Nardini, CEO da startup

Uma startup que desenvolve soluções em e-commerce, um marketplace B2B para o setor de Turismo e Entretenimento. Assim é definida a Planne, original da Serra Gaúcha e já com alcance em várias regiões do Brasil. A plataforma foi especialmente desenvolvida para negócios como receptivos, parques, atrações, museus e restaurantes.

Com a Planne, os fornecedores, sobretudo de menor porte e sem estrutura tecnológica de distribuição, podem vender seus produtos e serviços on-line. A meta da empresa é simplificar e ampliar o público e as vendas desses produtos e atrações por meio de profissionais de várias categorias, desde motoristas de aplicativo a recepcionistas de hotéis, desde guias autônomos a agências de viagens e receptivos.

Neste ano, a empresa conseguiu captação de R$ 2,6 milhões em rodadas com vários investidores, dentre eles Marcelo Sanovicz, um dos principais nomes da consolidação aérea brasileira, que se tornou sócio da Planne. Com o aporte, a companhia vai buscar penetração em maiores distribuidores, como as operadoras. Já desenha uma parceria com a ViagensPromo para entregar esse tipo de portfólio organizado e mais agentes de viagens poderem vender. Uma espécie de Omnibees de passeios e atrações, como define o CEO da Planne, Gregório Nardini.

"Agora é nosso momento de explorar o mercado e alcançar outras categorias que não sejam só esses microvendedores. Estamos fazendo vários estudos, dado que nosso e-commerce e base de dados estão maduros. Vamos evoluindo, entendendo bem o desafio dos distribuidores e planejando o produto ideal para que operadoras e agências de viagens possam usar a Planne para oferecer mais produtos a seus clientes. No momento, estamos fazendo movimento de pegar essa base de fornecedores e conectar às operadoras e distribuidoras", explica.

A Planne foi elaborada em 2018, mas foi em 2020 mesmo que seus diretores colocaram a mão na massa. Chegada a pandemia, a empresa acelerou processos de digitalização de fornecedores parceiros, e desde então a startup já conta com mais de 30 pessoas e processa centenas de milhões de reais por ano em pagamentos. Conta com 250 fornecedores, todos brasileiros, como os gramadenses Alpen Park, Hard Rock e Hector Pizzaria.

Segundo Nardini, ao ouvir os agentes de viagens em pesquisa, ele nota que estes profissionais, quando têm o cliente comprando pacote, às vezes deixa de vender por não ter acesso a uma plataforma como a Planne.

"Agora, entendendo bem a cadeia produtiva, principalmente em termos de automatização, notamos que o agente perde receita ao não vender ou nem oferecer um parque, justamente pelas burocracias e trâmites contratuais. Estamos chegando para solucionar isso”, aponta o CEO.

Não confundir com uma operadora: enquanto empresas fazem distribuição de tíquetes para atrações, como a Civitatis, por exemplo, a Planne funciona como um software de distribuição da catraca do parque. "Nossa capacidade de conectar e distribuir sem intermediário é o canal mais saudável. Com a Planne, um agente de viagens de Manaus pode vender um pacote a seu cliente a Gramado e ele já poderá ir diretamente ao parque, sem ter de passar na bilheteria ou comprar com terceiros."

Feita a penetração com os maiores distribuidores de viagens do Brasil, o próximo passo da Planne será internacionalização. Inspirada em empresas como Fareharbor e Peek, a companhia pretende agregar fornecedores do Exterior para vender no Brasil. "Estando nas grandes distribuidoras, a chance de nos destacarmos e virarmos uma solução óbvia para os grandes fornecedores é maior", conclui.

A monetização da Planne é 90% baseada em transação.

ViagensPromo

PANROTAS / Filip Calixto
Renato Kido, CEO da ViagensPromo
Renato Kido, CEO da ViagensPromo

Investimento em tecnologia, na ViagensPromo, é principalmente voltado ao seu software próprio de BackOffice e em inovações. Ao entender que os agentes de viagens parceiros estão satisfeitos com a utilização do Infotera para se conectar à operadora, o CEO Renato Kido foca na aceleração da eficiência ao criar um time dedicado a entender os processos internos e otimizá-los.

"Estamos constantemente em busca de ganhar efetividade, melhorar o tempo de resposta e acelerar processos como reconfirmação de reserva, processos de chamada e pagamento e uma melhor comunicação entre os setores comercial e financeiro, por exemplo. Geralmente as operadoras focam no frontoffice, mas vejo que a ViagensPromo pode ser melhor para o agente de viagens se tiver maior agilidade e eficiência internamente. Mais para frente pensaremos no front, para o qual também temos novas ideias", afirma.

Kido também acredita que tecnologia é fundamental para desenvolver uma das principais características da ViagensPromo: o arrojo na criação de produtos exclusivos que buscam ajudar os agentes de viagens a ganhar margem e serem mais competitivas. "Essa é a maior dificuldade das operadoras de lazer B2B no Brasil. Não adianta ter um time bom em vendas se não tenho produto que me trazem competitividade", explica o empresário.

As maquininhas VPPay, em parceria com a Faturepag, são um exemplo mencionado por Kido como uma forma de fazer o agente rentabilizar mais. "Não deixa de ser uma tecnologia, tal como também são os leads gerados aos clientes com a campanha do Cauã Reymond, que utilizam inteligência de dados para fazer as vendas serem mais assertivas."

Inovação também é o fundo que a ViagenPromo vem construindo com a mesma Faturepag, diz o CEO da operadora. "Não adianta inovarmos nosso BackOffice e criarmos diferentes opções de produtos exclusivos sem ter recurso para fazer isso acontecer. A ViagensPromo quer mostrar a outros mercados que o Turismo é um bom segmento para se investir. Por isso o FIDC – Fundo de Investimento de Direitos Creditórios que vem aí é tão importante para nós", conclui.

Vem aí o Travel Tech Hub Day

No próximo 4 de novembro, segunda-feira, especialistas e entusiastas de tecnologia para o Turismo - e tecnologia no geral - terão um dia cheio de conteúdos e oportunidades de networking no Travel Tech Hub Day. O evento será realizado no Cubo Itaú, em São Paulo, e é idealizado pela Travel Tech Hub, comunidade criada por Alexandre Cordeiro com apoio da PANROTAS. Confira tudo sobre o evento aqui.

O conteúdo acima é parte integrante da Revista PANROTAS Especial Tecnologia - A Era da Personalização. Veja a revista na íntegra abaixo:

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