Turismo nacional fatura R$ 17,6 bilhões em abril, alta de 9,8%
Segundo a FecomercioSP, no acumulado do ano, elevação foi de 15,8%, representando ganho de R$ 9,8 bilhões
Impulsionado pelo transporte aéreo, o Turismo nacional segue em expansão. Em abril, o setor registrou faturamento de R$ 17,6 bilhões, índice 9,8% acima do apontado no mesmo período de 2022, como mostram os dados do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que tem como base as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, a elevação foi de 15,8%, o que representa ganho de R$ 9,8 bilhões, para um total de R$ 73 bilhões. Esse é o melhor resultado desde 2015.
Transporte aéreo impulsiona índice
O segmento de transporte aéreo liderou o desempenho do Turismo nacional, com alta anual de 18,1% em abril, ao faturar R$ 5,6 bilhões. Apesar do número de passageiros transportados no quarto mês do ano ser 5% abaixo do registrado no mesmo período de 2019 (pré-pandemia), o valor médio mais alto das tarifas aéreas é um dos principais fatores para o desempenho do setor.
A segunda maior variação no mês ficou por conta do grupo de atividades culturais, recreativas e esportivas, que constatou faturamento de R$ 1,3 bilhão, o que representa 12,3% a mais em relação a abril de 2022. De acordo com o levantamento, o faturamento foi recorde para a época. Apesar disso, o grupo ainda está com desempenho abaixo dos níveis constatados em 2019.
Os serviços de alimentação e alojamento também seguiram tendência positiva, avançando 6,9% em abril, com faturamento de R$ 5,05 bilhões, ainda que o nível atual esteja 6,5% abaixo do registrado há quatro anos. O cenário pode ser justificado pelo fato de a inflação de alimentos, nos últimos anos, ter gerado impacto negativo a bares e restaurantes, que precisaram repassar o aumento de custos aos consumidores. Por isso, é natural que haja uma limitação de gastos fora de casa. No entanto, o cenário de elevação menor nos preços e a recomposição do poder de compra vão permitir a continuidade do desempenho favorável do setor de alimentação.
O grupo de transporte terrestre obteve desempenho tímido, com crescimento de 1,6%. No entanto, o faturamento de R$ 2,74 bilhões está próximo aos maiores níveis para o mês da série histórica. É esperado que ocorra um ajuste de crescimento após um ciclo forte de expansão e, ao mesmo tempo, o aumento da concorrência pelo transporte aéreo, que tem apresentado preços cada vez mais competitivos.
De acordo com a FecomercioSP, o Turismo de lazer e as viagens corporativas estão crescendo de maneira sólida. O segundo setor, por exemplo, registrou aumento de 29% no primeiro trimestre deste ano, responsável por aproximadamente 45% para o desempenho geral do setor, conforme dados do Levantamento de Viagens Corporativas, o LVC, também da Federação, em parceria com a Alagev. O resultado mostra que as empresas estão gastando mais com passagens aéreas, transporte terrestre, meios de hospedagens, locação de veículos, entre outros.
Números ainda não refletem lucro das empresas
Embora seja uma conjuntura positiva, a Federação ressalta que, da mesma forma como ocorre no varejo, os números não refletem necessariamente lucro das empresas de Turismo. Um exemplo disso é a aviação, que tem seguido com resultados financeiros negativos nos últimos anos, enfrentando o impacto expressivo do aumento nos custos.
Segundo a FecomercioSP, o setor, felizmente, está bastante aquecido, uma vez que a demanda por viagens no pós-pandemia cresceu, assim como o número de pessoas que estão fazendo reservas financeiras para esse fim. A tendência deve seguir dessa forma, pois a inflação está incomodando menos o bolso do consumidor, e o mercado de trabalho continua em ascensão. Além disso, a redução próxima dos juros deve estimular o crédito, variável importante para o consumo de serviços de turismo no Brasil. Portanto, apesar das variações menos expressivas, o setor segue em trajetória favorável no médio e no longo prazo.