Laura Enchioglo   |   03/07/2023 15:36

Turismo nacional fatura R$ 17,6 bilhões em abril, alta de 9,8%

Segundo a FecomercioSP, no acumulado do ano, elevação foi de 15,8%, representando ganho de R$ 9,8 bilhões

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No acumulado do ano, a elevação foi de 15,8%
No acumulado do ano, a elevação foi de 15,8%

Impulsionado pelo transporte aéreo, o Turismo nacional segue em expansão. Em abril, o setor registrou faturamento de R$ 17,6 bilhões, índice 9,8% acima do apontado no mesmo período de 2022, como mostram os dados do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que tem como base as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, a elevação foi de 15,8%, o que representa ganho de R$ 9,8 bilhões, para um total de R$ 73 bilhões. Esse é o melhor resultado desde 2015.

Transporte aéreo impulsiona índice

O segmento de transporte aéreo liderou o desempenho do Turismo nacional, com alta anual de 18,1% em abril, ao faturar R$ 5,6 bilhões. Apesar do número de passageiros transportados no quarto mês do ano ser 5% abaixo do registrado no mesmo período de 2019 (pré-pandemia), o valor médio mais alto das tarifas aéreas é um dos principais fatores para o desempenho do setor.

A segunda maior variação no mês ficou por conta do grupo de atividades culturais, recreativas e esportivas, que constatou faturamento de R$ 1,3 bilhão, o que representa 12,3% a mais em relação a abril de 2022. De acordo com o levantamento, o faturamento foi recorde para a época. Apesar disso, o grupo ainda está com desempenho abaixo dos níveis constatados em 2019.

Os serviços de alimentação e alojamento também seguiram tendência positiva, avançando 6,9% em abril, com faturamento de R$ 5,05 bilhões, ainda que o nível atual esteja 6,5% abaixo do registrado há quatro anos. O cenário pode ser justificado pelo fato de a inflação de alimentos, nos últimos anos, ter gerado impacto negativo a bares e restaurantes, que precisaram repassar o aumento de custos aos consumidores. Por isso, é natural que haja uma limitação de gastos fora de casa. No entanto, o cenário de elevação menor nos preços e a recomposição do poder de compra vão permitir a continuidade do desempenho favorável do setor de alimentação.

O grupo de transporte terrestre obteve desempenho tímido, com crescimento de 1,6%. No entanto, o faturamento de R$ 2,74 bilhões está próximo aos maiores níveis para o mês da série histórica. É esperado que ocorra um ajuste de crescimento após um ciclo forte de expansão e, ao mesmo tempo, o aumento da concorrência pelo transporte aéreo, que tem apresentado preços cada vez mais competitivos.

De acordo com a FecomercioSP, o Turismo de lazer e as viagens corporativas estão crescendo de maneira sólida. O segundo setor, por exemplo, registrou aumento de 29% no primeiro trimestre deste ano, responsável por aproximadamente 45% para o desempenho geral do setor, conforme dados do Levantamento de Viagens Corporativas, o LVC, também da Federação, em parceria com a Alagev. O resultado mostra que as empresas estão gastando mais com passagens aéreas, transporte terrestre, meios de hospedagens, locação de veículos, entre outros.

Divulgação/FecomercioSP

Números ainda não refletem lucro das empresas

Embora seja uma conjuntura positiva, a Federação ressalta que, da mesma forma como ocorre no varejo, os números não refletem necessariamente lucro das empresas de Turismo. Um exemplo disso é a aviação, que tem seguido com resultados financeiros negativos nos últimos anos, enfrentando o impacto expressivo do aumento nos custos.

Segundo a FecomercioSP, o setor, felizmente, está bastante aquecido, uma vez que a demanda por viagens no pós-pandemia cresceu, assim como o número de pessoas que estão fazendo reservas financeiras para esse fim. A tendência deve seguir dessa forma, pois a inflação está incomodando menos o bolso do consumidor, e o mercado de trabalho continua em ascensão. Além disso, a redução próxima dos juros deve estimular o crédito, variável importante para o consumo de serviços de turismo no Brasil. Portanto, apesar das variações menos expressivas, o setor segue em trajetória favorável no médio e no longo prazo.

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