Victor Fernandes   |   11/08/2022 15:54

CNC melhora projeções de crescimento do Turismo em 2022

A perspectiva é que o setor encerre 2022 com 319,4 mil postos de trabalho criados

Divulgação
José Roberto Tadros, presidente da CNC
José Roberto Tadros, presidente da CNC
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de 3,5% para 4,3% a expectativa de crescimento do Turismo, em relação ao ano passado, por conta da tendência de atendimento à demanda reprimida nos últimos anos. A perspectiva é que o Turismo brasileiro restabeleça o nível de ocupação de antes da pandemia a partir do início do período de contratações para a próxima alta temporada, encerrando 2022 com 319,4 mil postos de trabalho criados.

Para o setor de serviços, a despeito da aceleração de preços, a entidade revisou de 1,9% para 2,5% a previsão de alta do volume de receitas deste ano em relação a 2021. O volume de receitas do setor de serviços cresceu 0,7%, em junho, em relação a maio de 2022, já descontados os efeitos sazonais, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (11) pelo IBGE. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a alta de 6,3% foi a 16ª seguida.

O maior destaque do mês são os avanços de 3% nos serviços gerais prestados às famílias, de 2,4% nos transportes terrestres e de 2,2% nos serviços técnico-profissionais. “Além da volta da circulação normal das pessoas após a pandemia, que tem impulsionado essas atividades desde a segunda metade do ano passado, os preços dos serviços ainda não sofreram todo o choque esperado, mesmo tendo acelerado significativamente nos últimos meses”, explicou José Roberto Tadros, presidente da CNC. Para um IPCA de 11,9% no acumulado de 12 meses até junho, o grupo “serviços” acusava variação de 8,7%.

“Apesar de ter sido um dos mais atingidos pelas consequências econômicas decorrentes da pandemia, quando comparado aos demais setores da economia, o setor de serviços apresenta atualmente crescimento de 7%, o maior em relação ao nível de atividade verificado antes do início da crise sanitária”, concluiu Tadros.

RETOMADA DOS VOOS
“Apesar de ter voltado ao vermelho após restabelecer o volume de receitas no nível pré-pandemia em maio, o Turismo ainda segue com expectativas favoráveis, principalmente levando-se em consideração o potencial de regeneração do fluxo de visitantes no Brasil”, afirmou o economista da CNC, Fabio Bentes.

Tomando-se como termômetro o fluxo de aeronaves, nos 10 principais aeroportos do País – responsáveis por quase 7 em cada 10 voos diários –, após uma queda de 89% durante a primeira onda da pandemia, iniciou-se um consistente processo de recuperação. Bentes analisa: “esse fluxo diário ainda está 15% abaixo do verificado no início de 2020, mas os aeroportos com vocação para o atendimento de demandas regionais já recuperaram o movimento habitual”.

Um dos fatores que vêm freando a aceleração da retomada do Turismo é o preço das passagens aéreas. Segundo o IPCA, houve variação de 122,4% no acumulado de 12 meses até junho deste ano.

RECUPERAÇÃO DE VAGAS
Outro indício da aposta na recuperação nos próximos meses tem sido a reação do mercado formal de trabalho nessas atividades. Nos seis primeiros meses da pandemia, a queda abrupta da atividade levou o setor a eliminar 469,8 mil vagas formais – um encolhimento equivalente a 12%.

Nos meses subsequentes, o setor apresentou recuperação robusta, recolocando, no acumulado de outubro de 2020 a junho de 2022, 365,1 mil dessas vagas. O destaque é para a contratação de 271 mil pessoas nos bares e restaurantes e 67,4 mil nos serviços de hospedagem. Desde maio do ano passado, os saldos mensais entre admissões e desligamentos são positivos.

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