8 tendências do Turismo pós-vacinação
Evento LatAm Talk, promovido pela Phocuswright, aponta alguns caminhos para o setor
A pandemia mudou os hábitos de viagens do consumidor. Desde a maneira de fazer reserva até a procura por destinos e hospedagens foram impactados pelo isolamento social, fechamento de fronteiras e questões sanitárias. A boa notícia é que a retomada está mais próxima do que nunca esteve, a vacinação avançou, o pior ficou para trás e conviver com vírus em circulação não é mais motivo de pânico no Brasil e no mundo.
Promovido pela Phocuswright, o evento LatAm/Talk abordou algumas das realidades e tendências pela qual o Turismo passa na América Latina e no mundo. "Mesmo durante a pandemia, os consumidores saíram de casa para ver amigos e familiares. Países como Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido ficaram próximos do 50% do nível pré-pandemia em viagem", aponta a vice-presidente sênior da Phocuswright, Charuta Fadnis.
VEJA TENDÊNCIAS GLOBAIS DE VIAGENS PARA 2022
1. MUDANÇA NA ESCOLHA DE DESTINOSDestinos lotados e aglomerados, palcos de overtourism no passado, estão sendo evitados de maneira geral pelos consumidores de viagens. Em vez disso, está havendo uma preferência por locais a céu aberto, contato com a natureza, destinos que seja, favoráveis a reconexão interior.
Cidades litorâneas ganham ainda mais relevância neste contexto. A procura por praia/oceano lidera nas tendências apontadas pela Phocuswright.
2. FLEXIBILIDADE É MAIS IMPORTANTE DO QUE NUNCA
Companhias aéreas, hotéis, operadoras e agências têm de se preocupar cada vez mais em oferecer flexibilidade de compra para os clientes. O consumidor dará preferência a compras que não tenham o estresse de perder dinheiro com devido ao fechamento de fronteiras ou de uma nova variante que o obrigue a cancelar a viagem.
Cancelamento flexível, remarcação e reembolsos estão muito mais importantes hoje do que no pré-pandemia. "Os fornecedores criaram expectativa nos consumidores em relação a isso. Muitos estão dispostos a pagar mais para assegurar que poderão mudar a data de suas viagens. Não todos, mas muitos", aponta Charuta.
3. NÔMADES DIGITAIS
Nômades digitais, que podem estar em qualquer lugar, trabalhando, curtindo, morando, continuam cada vez mais impactantes na indústria. "A pandemia ampliou o perfil dos nômades digitais, que agora têm faixa etária mais ampla e trabalham em tempo integral, têm alto nível educacional, ganham bem, podem ser sêniores, casados e com filhos os acompanhando", afirma a executiva.
4. MENOS INTERAÇÃO FÍSICA
Quanto mais ferramentas sem toque físico as empresas e fornecedores apresentarem a seus clientes, melhor. Pagamento, abertura de quarto, autenticação, assinatura... O viajante se acostumou a ter uma experiência mais digital e sem toques, e continuará demandando isso.
"No entanto, a linha é tênue entre higiene e biossegurança e perda de privacidade. Máscaras, distanciamento, álcool gel e outros protocolos são bem-vindos, mas governos e empresas precisam tomar cuidado, pois há algumas resistências a formulários médicos e aplicativos que requerem informações sensíveis", pondera Charuta.
"Passaportes sanitários digitais são estratégicos para a retomada das viagens e das recreações na Europa. Ainda assim, metade dos viajantes acredita que requerimentos desta natureza são invasivos."
5. SUSTENTABILIDADE
Pensar no impacto ambiental é essencial para as empresas conquistarem os clientes. Medidas que se comprovem realmente efetivas para a proteção do meio ambiente e de um positivo impacto na comunidade são cada vez mais requeridas pelos viajantes.
"Os consumidores estão considerando amplamente o meio ambiente e as práticas governamentais e empresariais antes de escolher o que comprar. Com viagens não é diferente", afirma a especialista.
A busca por modais menos poluentes, hotéis eco-friendly e ingredientes locais são fatores importantes na decisão de compra.
6. VIAGENS MULTIGERACIONAIS
Na América Latina, esta é uma tendência ainda mais relevante em comparação com o resto do mundo. O latino é culturalmente apegado às pessoas amadas e tem o hábito de estar com elas para construir experiências memoráveis de férias. "De avôs a netos, as famílias querem se manter juntas e curtir cada momento", ilustra Carol Sass de Haro, da Phocuswright e da Mapie.
7. VIAGENS MULTIPROPOSITAIS
Empresas, hotéis e destinos têm de se adaptar e serem mais flexíveis para alcançar um cliente que viaja a trabalho, a lazer, para se aventurar, sair à noite e curtir a família, tudo em uma só viagem.
Os roteiros são cada vez mais cheios de propósitos e a linha entre corporativo e lazer se torna ainda mais tênue. "Os viajantes corporativos notaram que podem melhorar sua produtividade trabalhando de fora, inclusive fazendo reuniões na piscina", aponta a brasileira.
8. MULTICANALIDADE
Quase 100% dos viajantes fazem pelo menos uma ação on-line em suas viagens, seja com reservas, pesquisas, seja um post nas redes sociais ou a procura pelo mapa. As empresas precisam se comunicar em todos os canais de maneira fluida.