Artigo: como o agente de viagens precisa evoluir?
CEO da RP Travel Education, Rogéria Pinheiro, preparou um artigo exclusivo com dicas e insights
Em comemoração aos 50 anos da PANROTAS, a CEO da RP Travel Education, Rogéria Pinheiro, preparou um artigo exclusivo, focado em como o agente de viagens precisa evoluir. Nele, a executiva da dicas e insights para esses profissionais que vão desde o processo de decisão de compra ao significado do Turismo na vida das pessoas., confira o conteúdo:
"O que funcionava há 5 anos, não funciona mais. O consumidor mudou. O dinheiro descentralizou. As gerações estão conectadas entre si. A concorrência ganhou outras nuances. As decisões de compra passam hoje por várias etapas. O conhecimento é de todos. E o estilo de vida foi completamente alterado.
E o Turismo ganhou outro significado na vida das pessoas e se popularizou como nunca. Entramos em um momento na história contemporânea que podemos dizer que viajar é quase para todos. E as motivações para viajar hoje são inúmeras, conceitos abstratos se tornaram nichos de mercado e ganha o cliente aquele que está mais antenado, que entende sua importância e que se faz útil e imprescindível. Atendimento de qualidade é rei. E o conhecimento específico e sua utilização estratégica são os caminhos para a evolução do mercado de Turismo.
Não podemos mais generalizar grupos etários, nem posição social, nem potencial financeiro. Tudo isso caiu por terra, porque existem mais exceções do que regras e as motivações são intrínsecas e tão particulares que seguir argumentos de venda em uma apostila se torna uma estratégia datada e ineficaz.
Primeiro deve-se entender que poucas compras na vida contemporânea podem gerar mais felicidade e satisfação do que investir em uma viagem. O consumidor, mais do que nunca, está valorizando esse momento de escolher um destino, decidir por um meio de hospedagem, criar um roteiro personalizado, imaginar suas reações nas experiências locais. A internet deixou isso mais palpável e influenciadores e celebridades levaram isso a outro patamar, ao compartilhar suas próprias experiências que inspiram viajantes de todos os lados. Cada seguidor de uma conta famosa é um possível novo viajante para aquele destino dos sonhos, e dependendo do nível da influência, que atinge nichos específicos, o influenciador ou celebridade acabam convertendo viajantes e os instigando a visitar o destino X ou Y.
Então se as opções de destinos não são mais apresentadas em um encarte de jornal ou em displays em agências de viagens, o agente de viagens precisa dissecar essas opções. É preciso fazer seu dever de casa, estudar o zeitgeist, ou o espírito do tempo, compreender as motivações das viagens, muitas delas motivadas pela nostalgia e pela possibilidade de experimentar o novo, reconectar-se com memórias afetivas ou construir novas para o futuro, veja os adultos se divertindo e gastando nos parques de Orlando, vivendo o sonho de princesas ou o mundo mágico de Harry Potter; hoje aos 30 a 45 anos, os que leram os livros, assistiram aos filmes e que agora podem visitar parte daquele mundo com amigos ou com seus filhos.
Ou visitar Taormina, na Itália, inspirado pelas cenas deslumbrantes da série “White Lotus”, ou os bairros parisienses por conta de “Emily in Paris”. Nunca antes o audiovisual fez tanto pelos destinos como hoje, o que vem gerando até problemas sérios para alguns locais em que o fluxo de turistas está excedendo a normalidade e afetando os moradores. Isso tudo tem a ver com o poder de influência e com a descentralização do conhecimento, que democratizou o acesso à informação qualificada.
Esse conteúdo curado é uma fonte de informações valiosas para o viajante e também para o agente de viagens. O olhar atento para o viajante é a grande chave para a evolução desse profissional que possui o conhecimento técnico capaz de separar o joio do trigo, de realizar O MATCH PERFEITO.
O que eu tento passar sempre nas minhas aulas, palestras e mentorias é que o agente de viagens deve vender a solução dos problemas do viajante, quando esse profissional se apropria das ferramentas disponíveis e combina com seu olhar singular ele é capaz de ampliar as possibilidades no seu mercado.
O "pulo do gato" para mim é voltar o olhar para o cliente e focar no que é importante para ele e não ficar preso em convenções e formatos de trabalho ultrapassados. É assim que o agente de viagens vai poder continuar evoluindo na sua atuação, tornando-se relevante para seu cliente.
Dominar a execução de uma venda consultiva que conecta desejos e necessidades a soluções realmente personalizadas, ser curador de informações e trazer seu repertório técnico que te distancia da seara das dicas de viagens, antecipar necessidades específicas e traduzir gostos pessoais em experiências únicas. Se você fizer isso, a evolução será constante"
Revista PANROTAS Especial 50 anos
Este artigo é parte integrante da Revista Especial de 50 anos da PANROTAS, onde você encontra várias histórias do Turismo nestas últimas cinco décadas, e também dicas e ferramentas para turbinar seu negócio.