Recados para Tite e a seleção de futebol; veja no editorial
Queremos um ministro do Turismo que tenha um projeto consistente e conversado com o setor
Quem se importa? Queremos mesmo mandar recados para o próximo ministro do Turismo, para nós mesmos do trade, para profissionais, entidades e empresários dessa indústria. Em 2023, o Ministério do Turismo, criado por Lula em seu primeiro governo, lá no longínquo 2003, completará 20 anos e nem nós, nem o governo aprendemos a lidar com ele.
O governo, em muitas vezes, em todos os partidos que comandaram o ministério, ou olhou a pasta como moeda de troca política ou sem entender para que servia. Se o MTur teve um começo promissor, com Walfrido dos Mares Guia e sua equipe, que, mesmo delirando nos números e projeções iniciais (vamos culpar o entusiasmo inicial) tinham um projeto interessante, completo, abrangente e continuado, logo depois sofreu com a inconstância. Os ministros ficavam, em média, um ano e meio no cargo, usado como trampolim político. A cada novo ocupante da cadeira, começávamos tudo de novo e quando houve troca de partido no comando do governo, a tragédia se formou. Não avançamos.
Nem o ministério, a cada hora apontando para um caminho e uma política. Nem o trade, sempre com um tom mais bajulador, temeroso, e de raras críticas, com medo de represálias, como não ajudar na aprovação de medidas ou leis (no Congresso) que beneficiassem o setor. Um bom ministro do Turismo, pasmem, passou a ser quem conseguia falar com frequência com o presidente da República. Era usado, então, para apagar incêndios apenas. Com o macro praticamente igual há décadas. Os gargalos idênticos aos de 20 anos atrás e os poucos avanços frutos de outros setores (como a Economia ou a Aviação) ou da dinâmica do mercado, com a mão quase sempre eficiente e ativa do empresariado do Turismo.
Queremos um ministro, sim, que seja atendido pelo presidente, não por amizade, mas porque o Turismo será estratégico para o governo. E que tenha um projeto consistente e conversado com o setor. Um ministro político, ou com trânsito político, e com os melhores técnicos, de dentro e de fora do MTur, em suas secretarias, coordenações e equipes. Queremos um trade sem medo de represálias do governo. Vejam, as medidas provisórias que geraram os benefícios durante a pandemia (como o prazo de reembolso) foram ações de sobrevivência do setor. Se o ministro do Turismo, e os demais, não estão lá para isso (defender a sobrevivência do setor que representam), então algo está muito errado.
Apresentar ao Congresso as demandas dessa indústria, outra obrigação e não um favor. Afinal, desenvolver o Turismo, estimulá-lo e incentivá-lo, fomentá-lo e torná-lo referência na Economia do País é o que todos queremos – e o ministro deveria querer também . Então agradecer ao ministro por fazer o básico por seu setor chega a ser constrangedor. Mas é assim que a política ainda funciona no Brasil - o coronel joga migalhas e o povo sorri na inauguração da praça em sua homenagem.
Queremos um trade focado nas políticas de fomento do setor, na soma de demandas de cada segmento, na união de players, associações e representantes de toda a esfera. E se o governo não estiver à altura do melhor, do que queremos para o nosso setor, que seja cobrado, contestado e indagado. Isso inclui todos nós, da imprensa especializada às entidades, dos organizadores de evento, desesperados pela participação do MTur em suas feiras, aos estudantes e empresários.
Não dá mais para o governo achar que está fazendo muito e nós embaixo, na plateia, aplaudindo loucuras ou olhando para outro lado, fingindo que não é com a gente . Chega de cara de paisagem. Queremos um ministro do Turismo poderoso, participativo, inovador, ousado, político. Queremos um ministério técnico, próximo, executor, global, eficiente. Queremos um trade ouvido, participativo, crítico, exigente e independente.
Vem aí um novo ministério, para resgatar o tempo perdido de várias gestões que aproveitaram mal a pasta e seu potencial. Vem aí um novo ministério, de um governo que criou o MTur. Vem aí um novo ministério, com a promessa de mais peso político. Vem aí um novo ministério, em um país bem mais dividido que em 2003. Mas o Turismo é um só. Sabemos como crescer, mudar, brilhar. As perspectivas são excelentes, assim como a grandeza dos desafios.
Não queremos um MTur que não atrapalhe. Mas que efetivamente ajude e construa. Não queremos um ministro do Turismo da brigada de incêndio do Planalto. E sim um estrategista, um vendedor, um político hábil. Não queremos mais do mesmo. Nem no MTur, nem nas secretarias de Turismo pelo País. Há exemplos nessas últimas que nos fazem ter muita esperança e a certeza de que é possível. Independentemente de partidos ou grupos de afinidades. Dependendo apenas de nós, nossas ideias e ideais e da visão do que o Turismo é, e muita gente, inclusive no governo, ainda não sabe.
Não queremos um técnico de clube de futebol. Nós somos e queremos ser reconhecidos como uma Seleção. Somos Todos Turismo. E o Turismo é um dos pilares de nosso País – e não apenas quando o avião atrasa, quando o evento atrai milhares de pessoas ou quando é réveillon e carnaval. Turismo é muito mais que isso. E o MTur tem de ser não apenas o espelho do que somos, mas um farol, um guia, um incentivador.
Lá vamos nós outra vez.
Esse editorial é parte da edição 1546 da Revista PANROTAS, que circula nesta semana. Veja a revista completa a seguir.
O governo, em muitas vezes, em todos os partidos que comandaram o ministério, ou olhou a pasta como moeda de troca política ou sem entender para que servia. Se o MTur teve um começo promissor, com Walfrido dos Mares Guia e sua equipe, que, mesmo delirando nos números e projeções iniciais (vamos culpar o entusiasmo inicial) tinham um projeto interessante, completo, abrangente e continuado, logo depois sofreu com a inconstância. Os ministros ficavam, em média, um ano e meio no cargo, usado como trampolim político. A cada novo ocupante da cadeira, começávamos tudo de novo e quando houve troca de partido no comando do governo, a tragédia se formou. Não avançamos.
Nem o ministério, a cada hora apontando para um caminho e uma política. Nem o trade, sempre com um tom mais bajulador, temeroso, e de raras críticas, com medo de represálias, como não ajudar na aprovação de medidas ou leis (no Congresso) que beneficiassem o setor. Um bom ministro do Turismo, pasmem, passou a ser quem conseguia falar com frequência com o presidente da República. Era usado, então, para apagar incêndios apenas. Com o macro praticamente igual há décadas. Os gargalos idênticos aos de 20 anos atrás e os poucos avanços frutos de outros setores (como a Economia ou a Aviação) ou da dinâmica do mercado, com a mão quase sempre eficiente e ativa do empresariado do Turismo.
Queremos um ministro, sim, que seja atendido pelo presidente, não por amizade, mas porque o Turismo será estratégico para o governo. E que tenha um projeto consistente e conversado com o setor. Um ministro político, ou com trânsito político, e com os melhores técnicos, de dentro e de fora do MTur, em suas secretarias, coordenações e equipes. Queremos um trade sem medo de represálias do governo. Vejam, as medidas provisórias que geraram os benefícios durante a pandemia (como o prazo de reembolso) foram ações de sobrevivência do setor. Se o ministro do Turismo, e os demais, não estão lá para isso (defender a sobrevivência do setor que representam), então algo está muito errado.
Apresentar ao Congresso as demandas dessa indústria, outra obrigação e não um favor. Afinal, desenvolver o Turismo, estimulá-lo e incentivá-lo, fomentá-lo e torná-lo referência na Economia do País é o que todos queremos – e o ministro deveria querer também . Então agradecer ao ministro por fazer o básico por seu setor chega a ser constrangedor. Mas é assim que a política ainda funciona no Brasil - o coronel joga migalhas e o povo sorri na inauguração da praça em sua homenagem.
Queremos um trade focado nas políticas de fomento do setor, na soma de demandas de cada segmento, na união de players, associações e representantes de toda a esfera. E se o governo não estiver à altura do melhor, do que queremos para o nosso setor, que seja cobrado, contestado e indagado. Isso inclui todos nós, da imprensa especializada às entidades, dos organizadores de evento, desesperados pela participação do MTur em suas feiras, aos estudantes e empresários.
Não dá mais para o governo achar que está fazendo muito e nós embaixo, na plateia, aplaudindo loucuras ou olhando para outro lado, fingindo que não é com a gente . Chega de cara de paisagem. Queremos um ministro do Turismo poderoso, participativo, inovador, ousado, político. Queremos um ministério técnico, próximo, executor, global, eficiente. Queremos um trade ouvido, participativo, crítico, exigente e independente.
Vem aí um novo ministério, para resgatar o tempo perdido de várias gestões que aproveitaram mal a pasta e seu potencial. Vem aí um novo ministério, de um governo que criou o MTur. Vem aí um novo ministério, com a promessa de mais peso político. Vem aí um novo ministério, em um país bem mais dividido que em 2003. Mas o Turismo é um só. Sabemos como crescer, mudar, brilhar. As perspectivas são excelentes, assim como a grandeza dos desafios.
Não queremos um MTur que não atrapalhe. Mas que efetivamente ajude e construa. Não queremos um ministro do Turismo da brigada de incêndio do Planalto. E sim um estrategista, um vendedor, um político hábil. Não queremos mais do mesmo. Nem no MTur, nem nas secretarias de Turismo pelo País. Há exemplos nessas últimas que nos fazem ter muita esperança e a certeza de que é possível. Independentemente de partidos ou grupos de afinidades. Dependendo apenas de nós, nossas ideias e ideais e da visão do que o Turismo é, e muita gente, inclusive no governo, ainda não sabe.
Não queremos um técnico de clube de futebol. Nós somos e queremos ser reconhecidos como uma Seleção. Somos Todos Turismo. E o Turismo é um dos pilares de nosso País – e não apenas quando o avião atrasa, quando o evento atrai milhares de pessoas ou quando é réveillon e carnaval. Turismo é muito mais que isso. E o MTur tem de ser não apenas o espelho do que somos, mas um farol, um guia, um incentivador.
Lá vamos nós outra vez.
Esse editorial é parte da edição 1546 da Revista PANROTAS, que circula nesta semana. Veja a revista completa a seguir.