Presidente da SPTuris aponta setor como base na recuperação econômica
Artigo é assinado por Gustavo Pires, atual presidente da SPTuris
Atual presidente da SPTuris (São Paulo Turismo) - empresa de Turismo e eventos da Prefeitura da capital paulista -, Gustavo Pires acredita que o setor de viagens pode ser crucial na recuperação socioeconômica da região onde atua e do Brasil como um todo. Para defender esse pensamento, ele escreveu um artigo no qual faz uma retrospectiva sobre o impacto do setor e uma projeção para secretarias e empresas que lidam com a atividade.
Confira logo a seguir o artigo na íntegra:
"Sem esquecer os impactos e perdas, Viagens e Turismo é fundamental para a recuperação socioeconômica
Depois de dois anos e meio sob pandemia, poder celebrar o Dia do Mundial do Turismo com o mercado em funcionamento, além de prova de resistência e resiliência do setor, gera diversas reflexões. Em que pese o impacto generalizado, as viagens foram particularmente prejudicadas, o mesmo vale para os eventos, segmento forte na capital paulista.
Nos últimos dez anos as cidades passaram a ter papel ainda mais estratégico para os negócios relacionados a viagens e turismo: além do emissivo, já que concentram a população, assumiram a liderança como destinos, em roteiros 100% urbanos ou integrados. E foram justamente elas, onde a convivência é o leitmotiv do desenvolvimento, o ambiente propício para o alastramento do coronavírus. As qualidades passaram a ser os defeitos.
Maior ajuntamento urbano do País, São Paulo colocou à prova o quanto a ação do poder público deve estar preparada para responder a demandas que não teriam sido previstas nem nos piores cenários. O foco prioritário, naturalmente, foi a preservação de vidas e, neste sentido, o título de “Capital Mundial da Vacina” atesta o quanto a gestão Bruno Covas/Ricardo Nunes empreendeu esforços. Do cenário invariavelmente negativo da pandemia, São Paulo emergir associada a uma política eficiente de saúde não deixa de ser também um lustro em sua imagem.
Principal destino receptivo e maior emissor, a cidade perdeu nas duas pontas com a covid. Operadoras e agências de viagens pararam de vender; hotéis trabalharam com índices de ocupação próximos a zero; organizadores e promotores de eventos com as mais diversas temáticas passaram a olhar para o calendário mais com ansiedade que esperança.
Neste setembro, depois de meses consecutivos no positivo, o setor volta a apresentar índices de pré pandemia, com animador viés de alta. A se confirmarem as expectativas, e os dados preliminares começam a indicar isso, até dezembro teremos conseguido ultrapassar os bons resultados históricos e 2023 se desenha da mesma forma: teremos o melhor ano do turismo.
O otimismo não é despropositado. Os grandes eventos, que acontecem em São Paulo porque atraem muita gente e atraem muita gente porque acontecem em São Paulo, serão os indutores da boa performance no receptivo local e do emissivo nacional. Em março, por exemplo, além do importantíssimo segmento de feiras de negócios, teremos a coincidência da inédita Fórmula E – corrida com protótipos similares aos de Fórmula 1, porém elétricos – a ser disputada no circuito de rua na região do Distrito Anhembi, e o Lolaapalooza, no Autódromo de Interlagos. Acontecerão no mesmo final de semana.
O segundo semestre de 23 começa a ter seus âncoras mais famosos: em setembro o inédito The Town, dos mesmos organizadores do Rock in Rio, e em novembro o GP São Paulo de F1.
Não devemos esquecer, jamais, o que aconteceu ao setor e às pessoas durante a pandemia. Foi possivelmente o fato mais dramático das nossas gerações, a começar pela perda de vidas. Limitadas, viagens, lazer, entretenimento e eventos passam agora a ser parte de uma forte recuperação que contribuirá para o bem-estar social e econômico, principalmente pela oferta de empregos. Este é um dos principais motivos a se lembrar no Dia Mundial do Turismo."