Rodrigo Vieira   |   13/03/2025 16:54
Atualizada em 13/03/2025 22:44

Advogado da ViagensPromo reconhece dificuldades, mas acredita em volta via fusão

Anthonio Araújo, da ABLAW, falou com o Portal PANROTAS

PANROTAS / Rodrigo Vieira
Escritório da ViagensPromo está fechado nesta quinta-feira (13). Equipe está de home office
Escritório da ViagensPromo está fechado nesta quinta-feira (13). Equipe está de home office

A ViagensPromo acredita em se reestruturar financeiramente, honrar pagamentos e em retomar as vendas, mas reconhece que o processo será doloroso, “sem milagres” e precisará do envolvimento de mais players do setor, sejam eles impactados ou não com a crise da operadora.

O escritório de advocacia ABLAW foi contratado pela operadora no último fim de semana, além da consultoria financeira SSH, para fazer mapeamento dos passivos e encontrar a melhor forma para recuperar a operadora de Renato Kido.

À frente do caso, o advogado Anthonio Araújo conversou com o Portal PANROTAS. Ele afirma que lidera uma equipe que trabalha dia e noite para resolver o caso em várias frentes: possibilidade de financiamento, possibilidade de obtenção de crédito, negociação com a hotelaria, negociação aérea e outros trâmites técnicos, tudo isso simultaneamente.

"Houve, sim, um desencaixe na configuração do fluxo de caixa da ViagensPromo. Reconhecemos que uma situação como essa danifica o mercado como um todo. A responsabilidade é, sim, da ViagensPromo, mas precisamos de parceiros para nos ajudar, sejam outras operadoras, sejam fornecedores, sejam investidores. Quanto mais players se movimentando para resolver, melhor, mas não será em curto prazo. Estamos tentando manter operação no ar, fazer os voos voarem, os check-ins se realizarem, mas essa recuperação ainda está no início, é um projeto embrionário. Ainda não dá para falar como vai ser, mas vai ter. Estamos conversando com credores e outros stakeholders"

Anthonio Araújo, da ABLAW, escritório de advocacia da ViagensPromo

Recuperação judicial não é ideal, mas fusão poderia ser

A recuperação judicial, segundo o especialista, não seria a melhor solução para a ViagensPromo, mas um processo de fusão ou aquisição (M&A) poderia ser. "O que queremos é um fôlego para operar, mas, para isso, precisamos de vendas. Uma excelente solução seria obter um financiamento para adquirir o equity da empresa e viabilizar um M&A, mantendo Renato Kido como peça-chave, já que ele é uma personalidade reconhecida no mercado e sabe vender. Estamos, portanto, abertos à possibilidade de captação de recursos, e isso está sendo negociado", afirma o advogado.

Possibilidade de voltar a vender

Anthonio Araújo acrescenta que, resolvidos os desafios atuais, a ViagensPromo trabalha concretamente com a possibilidade de voltar a vender. "Estamos trabalhando incansavelmente para sanar as questões atuais. Vamos tratar com cautela toda a sequela do momento e quando isso for resolvido, Renato Kido irá ao mercado, de agência em agência, pagando D-0, à vista, dando as devidas respostas ao consumidor e o agente. Porém, para isso tem que haver funding. É por isso que não queremos recuperação judicial, queremos fôlego para operar, mas para isso precisamos de vendas", afirma o advogado.

E o FIDC para o Turismo?

O pagamento à vista mencionado por Araújo envolveria, segundo o advogado, a FaturePag. A mesma FaturePag que é um dos pivôs da crise da ViagensPromo. A operadora contou com o FIDC - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios prometido pela empresa financeira. Em princípio, o fundo bilionário sairia no início de dezembro e hoje, quatro meses depois, ainda não saiu...

Questionado, portanto, sobre Alan Barros, FaturePag e FIDC, o advogado Anthonio Araújo afirma que não está em contato com esta parte, mas está ciente da possibilidade.

"Não posso falar por eles. Tudo o que sei é que Alan está estruturando um FIDC para o Turismo e aguardando sinal verde da CVM. Entendo que há possibilidade de sair o FIDC e que Barros é amigo de Renato Kido. Se sair, esse crédito pode ajudar a ViagensPromo, mas isso é diferente do funding que nós da ABLAW, ao lado da SSH, tentamos."

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