Em visita à Orinter, CEO da Mondee diz que transformação está só no começo
Em reunião com Ana Maria Berto, Roberto Sanches e Carlos Bueno, executivos demonstram apetite pelo Brasil
"Bem-vindo, Prasad Gundumogula." Quem vai essa semana ao escritório da Orinter se depara com a saudação ao fundador, presidente e CEO da Mondee Holdings, empresa que comprou a operadora de Ana Maria Berto no ano passado por R$ 220 milhões, posteriormente a Interep (R$ 45 milhões) e, há algumas semanas, a Tailor Consolidadora, renomeada para Mondee Brasil Consolidadora.
Em mais esta semana importante para a Orinter, após a realização do Top Sellers na África do Sul, o Portal PANROTAS foi recebido na sede da operadora, onde estava o empresário indiano, que garante: "esse é só o começo da transformação que vamos causar no Turismo brasileiro".
A confiança de Prasad Gundumogula vem basicamente de um fator: tecnologia. Foi o desenvolvimento de softwares sob medida para o Turismo que fez a Mondee escalar globalmente, para então começar a fazer aquisições e se tornar um dos líderes de mercado da América do Norte.
Pronta para colocar em prática
E desde que bateu o martelo pela Orinter, há cerca de 14 meses, a Mondee ainda estava na fase de entender as demandas da operadora brasileira e seus clientes agentes de viagens. Estava, ainda, ajustando backoffice e midoffice antes de colocar para jogo o sistema que considera, de fato, que transformará a vida do agente de viagens.
"Traçado o mapa sobre as características da Orinter e as necessidades de seus agentes de viagens, nosso novo sistema vai chegar para mudar o cenário. Nossa inteligência artificial em plataforma de pacotes, uma ferramenta pioneira já em funcionamento para os agentes de viagens dos Estados Unidos, vai ser apreciada aqui. Isso tudo acontecerá em muito breve, na hora certa. Apesar de ser uma travel tech, a Mondee não fura processos: primeiro tínhamos de entender conteúdo, gestão, pessoas, backoffice, processos financeiros. Agora é a hora dos sistemas, é hora de fazer as grandes diferenças. Estou muito certo de que faremos uma grande disrupção."
Prasad Gundumogula, fundador, presidente e CEO da Mondee Holdings
Estar aberto a mudanças é trunfo da Mondee
A Mondee Holding conseguiu crescer na indústria global de Turismo devido a uma grande capacidade de adaptação para cada mercado, demanda e cliente, segundo Gundumogula. Na visão do indiano, os maiores players globais de Turismo, incluindo OTAs, TMCs e bedbanks, são burocráticos e relutantes em fazer mudanças.
"Tecnologia é fundamental, mas no fim das contas viagens são sobre pessoas, conteúdo, não sobre ferramenta de reserva. A Mondee, com sua flexibilidade e capacidade de adaptação, escuta seus parceiros e clientes. Por meio deles, sabemos o que o viajante quer lá na ponta. Por isso, passado esse tempo da Mondee no Brasil, estamos confiantes de que estamos ao lado das pessoas certas e vamos surpreender o mercado com nossos grandes planos. Tem muita coisa em jogo", afirma Gundumogula.
Mais aquisições no radar
Ao lado do chairman da Mondee Holding, Orestes Fintiklis, Gundumogula revela que o sucesso com as aquisições de Orinter, Interep e Tailor só abriram o apetite por expansão no Brasil e novas aquisições estão no radar, inclusive no segmento corporativo.
Fintiklis relembra que 30 anos atrás, quando as vendas diretas eram praticamente inexistentes, a internet chegou e aterrorizou a vida dos agentes de viagens. "Muitos davam a profissão como extinta, tudo por conta da chegada da internet. Porém, conexão a internet hoje se tornou algo básico, que deixou de ser disruptivo. O movimento de clientes que busca um especialista para viajar é maior a cada mês em mercados como os de Estados Unidos e Brasil. Por isso que viemos para cá: para dar aos verdadeiros agentes de viagens as ferramentas necessárias para que eles reganhem esse share."
"Sempre trabalhamos no lado B2B da indústria. Tivemos muita chances de crescer para o B2C, como os grandes players, mas acreditamos mesmo é nos agentes de viagens. Sentimos que, em troca, ganhamos a confiança desses profissionais, o que é muito importante para nós", completa Gundumogula.
Orinter foi uma das líderes de mercado em 2023
A Orinter foi uma das operadoras de maior destaque no mercado de Turismo do Brasil em 2023: faturou R$ 1,32 bilhão, volume de vendas 51% superior ao ano anterior. "Nosso crescimento em 2023, que já era esperado para ser grande, foi excepcional", ilustra Ana Maria Berto. "Isso por conta da entrada da Mondee, em janeiro daquele ano. Essa aliança internacional nos colocou em um patamar de governança altíssimo, de empresa multinacional mesmo. Passamos a conquistar melhores acordos com os fornecedores, melhores condições de oferta de promoção aos clientes, maior poder para contratar profissionais qualificados e, evidentemente, uma consolidação do nosso posicionamento de mercado B2B. Hoje somos, provavelmente, operadora líder entre as 100% B2B no Brasil", sugere a CEO da Orinter.