Fabio Godinho: "EBITDA da CVC Corp no 1T24 vem muito mais limpo"
CEO da companhia debateu sobre os resultados no período, que traz melhora neste índice e no take rate
A CVC Corp publicou ontem (9) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2024. Com um prejuízo de R$ 34,4 milhões, mas que representa uma redução de 73,1% sobre a perda de R$ 128 milhões de um ano atrás, destaca-se a melhora de índices como EBITDA e take rate, além do aumento da receita líquida da companhia em 19,6%. A empresa também teve uma redução nas vendas, devido especialmente aos canais B2B e Argentina. Em call com investidores, o CEO da empresa, Fabio Godinho, destrinchou alguns pontos sobre o desempenho.
De acordo com ele, o EBITDA ajustado do primeiro trimestre deste ano vem “muito mais limpo” em relação aos dos períodos passados. Isso porque o grupo vem "limpando" a base de lojas que iam fechar, vem realizando ajustes operacionais, introduzindo a nova gestão, entre outros movimentos.
“A tendência agora é uma recorrência de resultados mais normalizados e sem ajustes não recorrentes. A companhia fez um esforço muito grande para limpar os resultados. E a expectativa é seguir nessa linha, tendo poucos ajustes", diz.
Fabio Godinho
Sobre o incremento do take rate, Godinho credita, principalmente, ao ajuste de preço e às condições comerciais com os principais fornecedores. Ele também citou a iniciativa interna que começará a ter foco no segundo trimestre, para de fato acontecer a partir de 2025, da nova sala de performance.
“Entre os projetos transformacionais, estamos tendo esse approach diferente no revenue managemt, em sistemas e TI, além de nível de decisão em ajustes de preços e competitividade. A CVC fazia isso uma vez por semana e, agora, é real time, 20 vezes por dia. Essa sala terá novos processos e sistemas conectados. Isso nos dará um nível de agilidade e profundidade no revenue management que é comparável às companhias aéreas”, afirma.
Potencial de crescimento
Durante a teleconferência, os executivos da CVC Corp foram questionados sobre o potencial de um crescimento mais acelerado. Este movimento viria por meio de um ajuste de capital de giro? De aumento de pacotes exclusivos? Mais eficiência? Qual seria o caminho?
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As vendas de R$ 3,2 bilhões representaram uma queda de 21,4% sobre o mesmo período de 2023. Essa diminuição de cerca de R$ 800 milhões é atribuída à Argentina (diminuição de 50%) e ao B2B, que deixou de fazer negócios com milheiras e que está mais focado em rentabilidade que volume de vendas. Resultado: vendas 21% menores.
“Em relação ao B2C, olhamos para o 1º trimestre e agora na metade do segundo, ajustamos condições comerciais para ter capital de giro mais favorável, como desconto em Pix. E à medida que vamos colocando mais produto exclusivos, vamos tendo esse mix. Aumentamos em mais de 50% o número de assentos contratados em voos nacionais. Então, de forma geral, vamos crescer. Queimamos R$ 200 milhões de caixa e não temos hipótese de repetir esse tipo de dinâmica. Então, mesmo em patamar elevado de vendas, bom take rate, bom nível de despesas, claro que ainda está longe do que queremos, mas temos uma queima de caixa menor e assim seguiremos”, pontua Godinho.
Em relação a conseguir esse crescimento, o CEO cita mais produtos exclusivos, acordos melhores com as companhias aéreas, além de número de aberturas de lojas e nível de fechamento condizente com o histórico da CVC.
“Isso vai empurrar a questão do crescimento de venda do B2C no segundo trimestre e segundo semestre. No histórico do mercado de Turismo, 40% das margens, take rate de receita, é feito no 1º semestre e 60% no segundo”, diz.
Fabio Godinho
