Quase 70% das operadoras Braztoa realizaram vendas em junho
Abril foi o pior mês de vendas e junho indica uma leve e gradativa recuperação nos resultados.
Quatro meses depois da confirmação do primeiro caso em território nacional, a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), em parceria com o Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB), consolida sua quarta pesquisa mensal e, além de mostrar dados referentes às consequências da pandemia nos negócios das operadoras de turismo no mês de junho, traz um panorama do primeiro semestre dessas empresas, que representam cerca de 90% das viagens de lazer comercializadas no Brasil. A pesquisa apontou, por exemplo, que abril foi o pior mês de vendas, enquanto junho indica uma leve e gradativa recuperação nos resultados, com 69% das empresas realizando comercializações.
Para que o atual cenário do setor seja refletido com clareza, alguns dados precisam ser conectados. Exemplo disso é a correlação entre o número maior de operadoras que estão com suas vendas ativas e o volume dessas comercializações. Para a maior parte das associadas Braztoa (72%), essas vendas, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019. Se levarmos em conta o faturamento dessas empresas em 2019 (R$ 15,1 bilhões) estima-se que as operadoras de turismo deixaram de faturar R$ 4,5 bilhões, nos quatro meses da pandemia.
Apesar do cenário desafiador, o aquecimento gradual das vendas trouxe uma perspectiva positiva e, para 48% dos pesquisados, junho foi melhor que maio. Para outros 37%, os meses foram similares e isso pode ser um reflexo do perfil de atuação de cada empresa, já que o anúncio da abertura das fronteiras foi divulgado apenas na noite de ontem (29/07).
“Os dados de junho apontam para uma leve melhoria na visão das operadoras. Nota-se uma parcela crescente de empresas que realizaram vendas. Chama atenção uma sensação geral de melhora ou semelhança em relação ao mês anterior. Em tempos tão turbulentos, é valiosa a percepção dos empresários de que não houve piora”, disse a líder do LETS/UnB, Helena Costa.
Já comercializações cujos embarques acontecerão entre agosto e dezembro de 2020 alcançaram 60% das operadoras, e as vendas de viagens que serão realizadas em 2021, 62% das empresas.
Apesar das dificuldades enfrentadas, 18% das empresas pesquisadas não realizaram demissões. 56% das operadoras tiveram redução de até 50% das suas equipes, uma ação condizente com o cenário de queda de vendas e de fluxo de trabalho. Já para 26% das empresas, suas equipes tiveram redução acima de 51%.
O gráfico acima mostra a movimentação das demissões, que chegaram a aproximadamente 1.400 postos de trabalho. Quase 50% aconteceram no mês de março e, em junho, voltaram a crescer. O prolongamento da interrupção das atividades, a dificuldade para captação de linhas de crédito e a insegurança quanto à aprovação de medidas que flexibilizem as relações trabalhistas e de consumo, levaram à contenção dos custos e, consequentemente, às demissões.
Considerando o cenário atual da pandemia, mais da metade (54%) das empresas espera atingir o mesmo volume de faturamento pré-pandemia apenas em 2022. Os que aguardam esses resultados em 2021 somam 13%, ficando quase empatados com os que esperam o mesmo apenas para 2023. Quase um quarto das empresas (23%) não soube opinar. Esse aspecto da pesquisa é muito volátil e tende a ter grandes mudanças de acordo com os acontecimentos, como a descoberta de uma vacina, abertura mais ampla das fronteiras, entre outras coisas.
A retomada das vendas, das viagens e das atividades depende de diversos fatores e geram alguns pontos de preocupação, cujos destaques estão no fechamento das fronteiras (88%), condições sanitárias (75%), posicionamento de marca (74%), câmbio (67%), fluxo de caixa (65%), segurança sanitária e medo por parte do consumidor (65%).
FATURAMENTO
Sinais positivos, porém cautelosos. A maior parte (69%) das associadas Braztoa realizou vendas em junho, o que mostra que a comercialização alcançou 15% mais empresas que no mês de maio (quando este patamar estava em 60%). Este número é importante, pois culmina no momento em que 25% das operadoras abriram seus escritórios físicos e também reflete o aquecimento gradativo que está chegando a essas empresas, desde maio, à medida que os consumidores começam a sentir mais segurança para viajar, principalmente por conta dos sucessivos protocolos de biossegurança lançados por diversos órgãos, entidades e segmentos, e pela abertura de alguns destinos.Para que o atual cenário do setor seja refletido com clareza, alguns dados precisam ser conectados. Exemplo disso é a correlação entre o número maior de operadoras que estão com suas vendas ativas e o volume dessas comercializações. Para a maior parte das associadas Braztoa (72%), essas vendas, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019. Se levarmos em conta o faturamento dessas empresas em 2019 (R$ 15,1 bilhões) estima-se que as operadoras de turismo deixaram de faturar R$ 4,5 bilhões, nos quatro meses da pandemia.
Apesar do cenário desafiador, o aquecimento gradual das vendas trouxe uma perspectiva positiva e, para 48% dos pesquisados, junho foi melhor que maio. Para outros 37%, os meses foram similares e isso pode ser um reflexo do perfil de atuação de cada empresa, já que o anúncio da abertura das fronteiras foi divulgado apenas na noite de ontem (29/07).
“Os dados de junho apontam para uma leve melhoria na visão das operadoras. Nota-se uma parcela crescente de empresas que realizaram vendas. Chama atenção uma sensação geral de melhora ou semelhança em relação ao mês anterior. Em tempos tão turbulentos, é valiosa a percepção dos empresários de que não houve piora”, disse a líder do LETS/UnB, Helena Costa.
PRÓXIMOS EMBARQUES
Surpreendentemente, as vendas de roteiros para embarques em julho tiveram um crescimento repentino e alcançaram 77% das operadoras, saindo do terceiro lugar no ranking de procuras para o topo da lista. Em abril, as vendas para esse período alcançaram apenas 24% das empresas. Acredita-se que o home office, que permite trabalhar remotamente de qualquer lugar, aliado à suspensão das aulas presenciais e também ao desejo reprimido de viajar e mudar os ares, tenham contribuído para esse inesperado número.Já comercializações cujos embarques acontecerão entre agosto e dezembro de 2020 alcançaram 60% das operadoras, e as vendas de viagens que serão realizadas em 2021, 62% das empresas.
DESACELERAÇÃO DOS CANCELAMENTOS
Os pedidos de cancelamento fizeram parte do cotidiano de 88% das empresas consultadas. A diminuição desses pedidos foi apontada por quase metade das empresas (44%), uma mudança que chama a atenção e indica o início de um novo caminho para esse tipo de solicitação, já que, em maio, apenas 26% disseram ter identificado uma queda nesse quesito. 29% mantiveram essa demanda nos mesmos patamares do mês anterior e 15% registraram aumento. Estima-se que, desde o início da crise, os valores de reembolsos já ultrapassaram a marca de meio bilhão de reais.EMPREGOS E ECONOMIA
O Turismo foi um dos primeiros a serem afetados pela pandemia. O setor, que é responsável por 7,7% do PIB nacional, que impulsiona direta ou indiretamente cerca de 570 atividades econômicas, e é forte gerador de empregos, trabalha diariamente desenvolvendo ações para mitigar os impactos do covid-19.Apesar das dificuldades enfrentadas, 18% das empresas pesquisadas não realizaram demissões. 56% das operadoras tiveram redução de até 50% das suas equipes, uma ação condizente com o cenário de queda de vendas e de fluxo de trabalho. Já para 26% das empresas, suas equipes tiveram redução acima de 51%.
O gráfico acima mostra a movimentação das demissões, que chegaram a aproximadamente 1.400 postos de trabalho. Quase 50% aconteceram no mês de março e, em junho, voltaram a crescer. O prolongamento da interrupção das atividades, a dificuldade para captação de linhas de crédito e a insegurança quanto à aprovação de medidas que flexibilizem as relações trabalhistas e de consumo, levaram à contenção dos custos e, consequentemente, às demissões.
EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS
Questionados sobre expectativa de faturamento no segundo semestre de 2020 (julho a dezembro), considerando o mesmo período do ano anterior, 37% das operadoras espera uma redução entre 76% e 100%. Já para 33% das empresas, a redução deve ficar entre 51% e 75%. Enquanto isso, 13% acreditam que a diminuição fique entre 26% e 50%, percentual que se repete entre as empresas que não conseguem prever como será o período. Por fim, apenas 4% das pesquisadas espera que a retração seja de até 10%.Considerando o cenário atual da pandemia, mais da metade (54%) das empresas espera atingir o mesmo volume de faturamento pré-pandemia apenas em 2022. Os que aguardam esses resultados em 2021 somam 13%, ficando quase empatados com os que esperam o mesmo apenas para 2023. Quase um quarto das empresas (23%) não soube opinar. Esse aspecto da pesquisa é muito volátil e tende a ter grandes mudanças de acordo com os acontecimentos, como a descoberta de uma vacina, abertura mais ampla das fronteiras, entre outras coisas.
A retomada das vendas, das viagens e das atividades depende de diversos fatores e geram alguns pontos de preocupação, cujos destaques estão no fechamento das fronteiras (88%), condições sanitárias (75%), posicionamento de marca (74%), câmbio (67%), fluxo de caixa (65%), segurança sanitária e medo por parte do consumidor (65%).