Conheça Shaikha Al Nowais, 1ª mulher árabe na disputa da ONU Turismo

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A Organização Mundial do Turismo (ONU Turismo) se prepara para eleger seu próximo, ou próxima, secretário(a)-geral. Marcada para o dia 29 de maio, a eleição conta com seis candidatos, incluindo Gloria Guevara – que já atuou como presidente e CEO do WTTC – e o atual líder da entidade, Zurab Pololikashvili.

Entre eles está também Shaikha Al Nowais, que, caso seja eleita, será a primeira mulher árabe e dos Emirados Árabes Unidos a ocupar a posição. Em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, ela conta que sua gestão será focada em alguns pilares, como sustentabilidade, infraestrutura, educação e conectividade.

Confira, a seguir, o bate-papo com Shaikha Al Nowais, que concorre como secretária-geral da ONU Turismo para o período 2026-2029.

PORTAL PANROTAS – Quais são as principais propostas da sua gestão na ONU Turismo?

SHAIKHA AL NOWAIS – Atualmente sou vice-presidente corporativa de Relações com Proprietários da Rotana (grupo hoteleiro do Oriente Médio) e trabalho no setor privado há mais de duas décadas. Com a minha experiência, pretendo focar em sustentabilidade, educação, saúde, conectividade, transformação digital e como ela pode ajudar o Turismo a prosperar.

Esses recursos são muito importantes para fazer a experiência do hóspede mais interessante, assim como do viajante. No fim do dia, somos negócios orientados por pessoas, e nossa indústria prospera por meio de pessoas.

Tentarei implementar medidas, por meio de KPIs mensuráveis, que conquistei na minha experiência profissional, mas de um jeito público e escalável. É preciso ter transparência, criar diálogo entre eu [como secretária-geral], os membros executivo da entidade e as pessoas no geral, para entender como, juntos, entregamos sustentabilidade, infraestrutura, educação, conectividade, todos esses pilares que tenho enfatizado na minha candidatura.

PANROTAS – O que você acha que precisa mudar no setor? Quais são os principais obstáculos atualmente?

SHAIKHA – É muito importante quando você se desenvolve e cresce, fazer tudo de forma responsável. No Turismo, é preciso crescer de maneira responsável, em vez de focar somente em resultados comerciais. Precisamos pensar no impacto que haverá na comunidade, tendo uma abordagem balanceada. E usar as ferramentas digitais, a inteligência artificial, de uma maneira que pode ajudar tanto clientes, quanto comunidades e sociedade como um todo.

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PANROTAS – Como você pretende trazer a sustentabilidade para a pauta?

SHAIKHA – Criando as políticas certas, os subsídios certos, assegurar que as pessoas, ou países, vão desenvolver, vão de fato implementar. É oferecer os incentivos certos para assegurar a entrega.

PANROTAS – Você tem alguma ação planejada para o Brasil?

SHAIKHA – O Brasil tem sido um líder em sustentabilidade e espaço de desenvolvimento de Turismo. É um exemplo vivo do que o Turismo pode atingir. Como secretária eleita, vou trabalhar para garantir melhores práticas ao Brasil, elevar e gerar negócios por toda a América do Sul.

O País merece um papel de protagonista e, por meio do meu cargo, pretendo escalonar as ações desenvolvidas no Brasil. O escritório da ONU Turismo, no Rio de Janeiro, precisa ser mais do que simbólico. O objetivo é torná-lo um hub global para a cooperação na América do Sul. Se eleita, vou propor a expansão, focando em parcerias genuínas.

Brasil tem a credibilidade e as ferramentas prontas para inspirar mudanças significativas. No final, o Turismo precisa ser regenerativo, pois está evoluindo todos os dias. É preciso ser ágil. O Turismo tem de ser regenerativo, e não extrativista, e o Brasil tem provado que isso é possível.

PANROTAS – E qual a importância de ser mulher à frente da ONU Turismo?

SHAIKHA – Sempre digo que cheguei onde estou não por ser mulher, mas porque fui capaz de entregar resultados. Preciso falar sobre os Emirados Árabes, cujo governo sempre deu muito suporte ao meu papel e às mulheres que querem se desenvolver. O trabalho duro sempre devolverá e é preciso acreditar no que faz e fazer da melhor maneira.

Mulheres têm também inteligência emocional, e isso pode complementar a maneira que lideramos, os esforços que colocamos.

Essa é uma diferença que eu quero trazer. Realizar o que já fiz no meu papel profissional, mas em escala maior. Fazer uma mudança real. Essa campanha não é sobre continuidade e, sim, sobre mudança. Fazer a diferença real ao mundo.