MICE de Luxo se reúne no Rio de Janeiro com inVOYAGE
Mais de 200 expositores e compradores estrangeiros do setor de MICE desembarcaram no Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro viveu dias de anfitrião para dezenas dos maiores tomadores de decisão do mundo no segmento de viagens incentivo, reuniões, congressos e eventos.A Cidade Maravilhosa recebeu o inVOYAGE, focado no MICE, um dos mais importantes alicerces da indústria de viagens globais.
Após dez anos de atividades em Europa, Oriente Médio e África, o encontro desembarcou pela primeira vez na América Latina. Cerca de 100 compradores de 16 países foram ao Rio, a grande maioria pela primeira vez no Brasil, e fato é que não conseguiram esconder a surpresa e o encanto causados pela maior vitrine sul-americana no Exterior.
Com uma agenda repleta de atividades, o inVOYAGE deu uma aula de como combinar de maneira harmônica os negócios com os momentos de lazer, afinal o chamado Bleisure é indispensável para o sucesso nesta indústria. Reuniões individuais com os quase 100 fornecedores ocupavam uma parte do dia, enquanto momentos livres e de lazer, como visitas à quadra da Mangueira,ao Cristo Redentor, Pão de Açúcar e outros passeios compunham a agenda.
A elite das agências de marketing e incentivo dos Estados Unidos, Europa, Reino Unido e Ásia, juntamente com compradores latino-americanos que operam programas de incentivo de alta complexidade, se encontraram com fornecedores diversos tais como DMCs, organismos de promoção de destinos, hotéis, companhias aéreas, empresas de catering, eventos e transporte de alto padrão. E se encontraram com... o Rio de Janeiro.
Com apoio da Embratur, do Visit Rio e da Avant Garde, representante do inVOYAGE no Brasil, o primeiro capítulo latino-americano deste evento internacional foi escrito com experiências autênticas e o melhor da hospitalidade brasileira. O evento ocupou metade dos apartamentos do Fairmont Rio Copacabana, onde as reuniões e grande parte das atividades aconteceu.
"O inVOYAGE Rio superou todas as expectativas. A energia da cidade, combinada com a qualidade dos participantes e das experiências oferecidas resultou em um evento verdadeiramente transformador para a indústria de viagens de incentivo e eventos de luxo", afirmou o CEO do evento, o britânico Richard Joslin.
Como uma plataforma abrangente, o evento consolida as viagens de incentivo e os eventos como ferramentas estratégicas para o engajamento corporativo, o fortalecimento de marcas e o desenvolvimento de novas parcerias comerciais — ao mesmo tempo em que reforça a imagem do Brasil e de outros destinos da América Latina no segmento de viagens de luxo.
presidente da
Embratur, e Netto
Moreira, gerente
geral do Fairmont
Copacabana. Ambos
apoiadores do
inVOYAGE
A PANROTAS foi a única mídia presente no evento e traz insights e percepções após entrevista feita com o CEO do inVOYAGE, Richard Joslin, e Sidney Alonso, CEO da Avant Garde, representante do inVOYAGE na América Latina.
Grupos menores
Administrar grupos grandes está se tornando complicado nas viagens MICE de luxo, principalmente em cidades com Turismo muito agressivo, overtourism, onde está havendo rejeição ao Turismo de massa. O incentivo de luxo não pode ser massificado, e grupos grandes são mais difíceis de administrar. Pela inegável busca dos viajantes de luxo por mais experiências personalizadas, as agências estão evitando as programações das viagens de MICE engessadas, com agendas muito intensas.
Permanências mais longas
Agências de viagens especializadas em MICE de alto padrão estão notando um maior interesse nas empresas em realizar jornadas mais longas a seus colaboradores. Assim, propicia-se um maior tempo livre, o que consequentemente permite uma maior personalização da viagem.
"Além disso, cerca de 80% da pegada de carbono em uma viagem está no voo, e já que o transporte aéreo será realizado, não faz sentido ficar um curto tempo no destino, gastar carbono para tão pouco. Então, sempre que possível, as agências de luxo oferecem uma extensão dos programas de viagens, dando maior margem ao Bleisure, um tratamento de spa, tempo livre para conhecer um bar ou restaurante local que estavam fora do programa", afirma Sidney Alonso. "Até porque o viajante corporativo não aguenta mais aquela 'gincana', aquela correria de seguir itinerários muito exaustivos."
O inVOYAGE deu uma demonstração disso em sua própria agenda no Rio de Janeiro. As reuniões individuais ocuparam cerca de seis horas, mas divididas em dois dias. A agenda contou com bastante tempo livre e atividades de lazer programadas, nas quais era favorecido o estreitamento dos laços entre compradores e fornecedores. O que nos leva ao próximo tópico.
Conexões humanas dispensam formalidades
"Os negócios são fechados principalmente nos momentos de descontração", pondera Richard Joslin.
"Eventos são fundamentais para criar conexões humanas, mas as reuniões de negócios não são a melhor maneira de concretizá-los, de fortalecer esses laços. Ter rodadas de 15 minutos cronometrados é importante para dar um pontapé de partida, criar um vínculo, mas no fim do dia uma experiência como a que vivemos no por do sol do Corcovado, na trilha no Pão de Açúcar, no brinde das caipirinhas são mais fortes. Aquele minuto compartilhado, a experiência vivida junta, é o que importa. O inVOYAGE sintetiza todo esse conceito, como sintetizou aqui no Rio. De maneira divertida", completa o CEO do evento.
Bem-estar e saúde
O bem-estar e a saúde são cada vez mais importantes para os viajantes de luxo. Os organizadores de eventos estão incluindo atividades como yoga, meditação e tratamentos de spa em seus programas. Os participantes também podem esperar opções de alimentação saudável e instalações de bem-estar de última geração.
"As empresas estão pedindo a inclusão de itens que proporcionem bem-estar a seus colaboradores, e consequentemente participantes de viagens e eventos. Nem sempre é obrigatório, mas é importante ter itens assim em seu portfólio", indica Richard Joslin.
Tecnologia e inteligência artificial
As ferramentas tecnológicas estão sendo usadas pelas agências de viagens de luxo especializadas em MICE para propiciar a individualização das experiências dos clientes desde o momento em que são convocados para a jornada. Com essas ferramentas, cada viajante corporativo pode personalizar sua experiência, encontrar dicas para seu tempo livre, organizar suas reuniões. Um aplicativo para o viajante otimiza seu tempo, deslocamento e propicia até um atendimento com seu agente de viagens na ponta.
"Vemos que IA está transformando nossa indústria e todo o mundo, e é importante ficarmos por dentro disso, de prontidão para dominar essas ferramentas, pois o mercado pode se transformar rapidamente", afirma Joslin. "Nossa indústria é apaixonada pelas conexões humanas, mas isso não significa que devemos rechaçar o avanço da tecnologia. Não podemos nos sentir ameaçados pela tecnologia, e sim vê-la como oportunidade", pontua o britânico.
É sobre pessoas
Perguntado sobre onde se encaixa o limite das viagens de lazer e de incentivo, Richard Joslin diz que depois da pandemia essas fronteiras praticamente caíram. "Afinal, o mesmo cliente de luxo de lazer é o viajante de MICE. No fim, é tudo sobre pessoas. É criar emoções e experiências. Se você o faz no lazer, você fará no MICE. O objetivo no incentivo é causar o fator 'UAU'", afirma o CEO do inVOYAGE.
... E faltam pessoas
Já quando questionado sobre o maior desafio vivido hoje pela indústria, Joslin diz que é a falta de talentos humanos. "Profissionais que deixaram a indústria durante a pandemia e não voltaram... Talvez alguns estejam voltando, mas não todos, pois muitos se encontraram em outras carreiras. Então, a falta de pessoas qualificadas é um desafio tremendo. Mas os desafios estão sempre aí, e é importante pensar em como vamos nos adaptar a eles e mostrar excelência nas coisas que faz. De qualquer forma, ainda que com os desafios, o segmento MICE vive uma curva ascendente e o futuro do setor é otimista."
Concorrência entre as empresas ´para ter a melhor viagem de incentivo
Além da concorrência natural entre as agências especializadas pela conquista de grandes contas, existe uma disputa entre as empresas para ter os melhores convidados em suas viagens de incentivo. Quem é de fora do mercado MICE pode ter dificuldade para entender essa dinâmica.
"Hoje, uma empresa que faz uma campanha de incentivo não olha só para si mesma, mas também observa o que seu concorrente está oferecendo, para que não haja repetição de destino, para tentar fazer algo mais atraente e ter vantagem competitiva também no meio MICE
Para citar o exemplo do setor de combustíveis: no Brasil, muitas vezes o dono de posto tem mais de uma bandeira e pode ser convidado por grupos concorrentes para viajar. E quem não quer ter a viagem mais memorável, mais repercutida?", explica Sidney Alonso. "Ou seja, as grandes empresas disputam talentos também pelas campanhas de incentivo, e isso afeta nosso setor. Elevou o nível dos incentivos, tornou o segmento mais popular", completa. Só a Avant Garde intermediará mais de 300 grupos em 2025, para os mais diversos destinos, o que nos leva ao próximo tópico.
Experiências diferenciadas
Os viajantes de luxo são famintos por novos destinos e experiências. Os organizadores de eventos estão explorando locais exóticos e remotos, que oferecem paisagens deslumbrantes e culturas únicas.
Está cada vez mais popular buscar lugares e atividades "fora da caixa". Nos próximos dias, a Avant Garde intermediará uma viagem de incentivo para a Antártica, em que os 40 participantes de fato dormirão no continente gelado. Mas nem só os extremos podem ser considerados destinos diferenciados.
Potencial do Rio de Janeiro
"Para empresas europeias, norte-americanas e asiáticas, o Rio de Janeiro é um destino criativo para viagens de incentivo", aponta Richard Joslin, CEO do inVOYAGE.
"A reação das pessoas foi extremamente positiva no Rio de Janeiro. A diversidade, as experiências oferecidas no destino e, claro, o serviço tão acalorado. Isso fez as coisas funcionar. Não há a menor dúvida de que o Rio pode atender os clientes de incentivo das maiores empresas do mundo. Os participantes estão encantados com a receptividade que tiveram, e revelaram surpresa com a infraestrutura e o sentimento de segurança. Pessoas perceberam agora o quão incrível o Rio é como destino, quantas opções", aponta o britânico.
Sidney Alonso acrescenta que ouviu elogios sobre o reformado Galeão, o Fairmont Copacabana, onde se hospedaram os participantes, a qualidade do transporte privado e a estrutura de orla de praia. "Quem veio depois de algum tempo ficou feliz com o contraste, e quem fez sua primeira visita ficou encantado com o Rio de Janeiro."
Fornecedores locais tais como o próprio Fairmont Rio e o receptivo Passion Brazil DMC, dois dos patrocinadores oficiais do inVOYAGE, relataram pedidos firmes de buyers internacionais para viagens futuras.
Argentinos mais maduros
Dito isso, Buenos Aires vem aí como próxima anfitriã? Segundo Sidney Alonso, a capital da Argentina era a favorita na concorrência pelo inVOYAGE, que acabou indo ao Rio graças ao engajamento do CVB local, da Embratur e outros apoiadores. Fato é que havia mais expositores "hermanos" do que brasileiros no evento de MICE, e Alonso explica essa realidade.
"O Brasil é muito alimentado pelo seu mercado doméstico, enquanto a Argentina busca mais esse contato com buyers estrangeiros em feiras e eventos internacionais. Por isso os argentinos estão mais maduros neste quesito."
Eu tenho certeza de que o investimento da Embratur e do Visit Rio no inVOYAGE terão um alto retorno
Richard Joslin, CEO do inVOYAGE, que promete voltar à América do Sul em breve depois da "feliz estreia" no continente
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