Novidades para entrada de estrangeiros no Brasil que Turismo deve ficar de olho; confira
Diretor da Fragomen aponta exigências, como vistos e autorizações, que podem impactar o setor este ano
Em 2024, o Brasil registrou um número recorde de turistas estrangeiros no País e se prepara para um cenário parecido neste ano com a realização de grandes eventos globais, como a COP30 em Belém do Pará e a reunião de cúpula dos Brics, programada para o Rio de Janeiro. Em meio às expectativas de grande movimento, o País prevê a exigência de vistos para cidadãos do México e a retomada para estrangeiros dos EUA, Canadá e Austrália.
Para o diretor executivo da Fragomen no Brasil, Diogo Kloper, empresa de imigração e mobilidade internacional, esse é um dos desafios do ano para a área de imigração. “Estamos falando de grupos de nacionalidades relevantes. Os Estados Unidos ocuparam a segunda posição em número de visitantes ao Brasil ano passado", lembra Kloper
A retomada deve entrar em vigor a partir de 10 de abril de 2025 e terá um processo 100% eletrônico e on-line, no qual será exigido desses cidadãos o e-Visa, com valores que partem de US$ 80,90. Para ele, isso permite a emissão de forma mais rápida e acessível. “O Brasil deu um passo rumo à modernização e desburocratização do processo, sem abrir mão do princípio da reciprocidade que fortalece a estratégia do governo de colocar o Brasil como protagonista no cenário mundial. Esse é um sinal positivo, mas nos resta ainda garantir um sistema de emissão eficiente, sem falhas, para que a nova medida não impacte o Turismo", afirma Kloper.
Impacto no offshore
Outro grande destaque apontado por Kloper, é que o País também bateu recordes na indústria de cruzeiros, com crescimento de investimentos no Brasil e o maior número de cruzeiristas da história na última temporada de 2023/2024. A realização da COP30 em Belém deverá impulsionar a chegada de navios internacionais, movimentando o Turismo fluvial na região amazônica.
Dados preliminares sugerem um aumento considerável no número de cruzeiros aportando em Santarém, Alter do Chão e outras localidades do Pará, consideradas destinos de destaque no Turismo de lazer e ecológico. "Além do boom dos cruzeiros no Turismo, as hospedagens fluviais e marítimas irão funcionar como alternativa para a escassa e já superfaturada oferta de acomodações na cidade durante a COP30", conta Kloper.
Por essas razões, o executivo afirma que se faz ainda mais urgente que o Brasil resolva a falta de informação quanto à aplicação da Convenção nº 185 da OIT, que regula o uso do Documento de Identidade da Gente do Mar (SID). “A interpretação atual da legislação tem limitado o direito dos marítimos a ‘baixar terra’ nos portos brasileiros, o que impacta tanto os trabalhadores quanto as operações logísticas no setor marítimo, sem contar a exigência de visto para mais nacionalidades a partir de abril deste ano. Em um momento em que o País desempenha papéis de destaque global para a economia verde, transição energética, Turismo sustentável, não podemos oferecer um ambiente de insegurança jurídica às empresas que contam com mão de obra estrangeira para atuar no País", finaliza.