Pedro Menezes   |   03/10/2024 18:08

CNC: cartão de crédito é utilizado por 30% dos endividados

Números indicam que, apesar dos altos juros, o cartão de crédito ainda desempenha um papel importante

Reprodução / Pixabay
Entre os consumidores que relataram estar endividados no cartão de crédito, 30% utilizam essa modalidade para comprar alimentação, roupas e calçados
Entre os consumidores que relataram estar endividados no cartão de crédito, 30% utilizam essa modalidade para comprar alimentação, roupas e calçados

O cartão de crédito continuou sendo o principal meio de pagamento entre as famílias brasileiras com dívidas, mesmo diante de uma maior cautela no uso do crédito, de acordo com estudo inédito da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) referente a setembro.

Entre os consumidores que relataram estar endividados no cartão de crédito, 30% utilizam essa modalidade para comprar alimentação, roupas e calçados. Segundo a CNC, esses números indicam que, apesar dos altos juros, o cartão de crédito ainda desempenha um papel importante no consumo cotidiano.

“A dependência crescente do cartão de crédito, especialmente para despesas cotidianas, como alimentação e vestuário, coloca as famílias em uma posição vulnerável devido aos altos juros. Isso pode aumentar o risco de inadimplência, mesmo com a diminuição do endividamento total”

Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros

Endividamento das famílias recua, mas inadimplência volta a crescer

O endividamento das famílias brasileiras registrou sua terceira queda consecutiva em setembro de 2024, com o percentual de famílias endividadas caindo para 77,2%. Esse número é inferior ao registrado em agosto (78%) e em setembro de 2023 (77,4%), refletindo uma maior cautela das famílias na contratação de dívidas.

No entanto, essa redução no endividamento não impediu o avanço da inadimplência. O percentual de famílias com dívidas em atraso subiu para 29%, interrompendo três meses de estabilidade. Além disso, o número de famílias que não tem condições de pagar suas dívidas atrasadas aumentou para 12,4%, maior índice desde novembro de 2023.

“A queda no endividamento e o crescimento da inadimplência revelam que o peso das dívidas está cada vez mais difícil de ser administrado pelas famílias, principalmente devido aos juros elevados e à dificuldade de quitação das contas em atraso”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

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