Práticas desleais no e-commerce estão no radar do governo, diz Alckmin
Vice-presidente também e defendeu a atuação do Estado para garantir a lealdade concorrencial
Na palestra de abertura do segundo dia do Sicomércio, evento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo) com mais de 1,3 mil representantes de sindicatos e federações de todo o País, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), destacou a preocupação do governo com práticas desleais no comércio eletrônico. Ele também e defendeu a atuação do Estado para garantir a lealdade concorrencial.
"Quem ganha com isso é o consumidor", afirmou Alckmin. Dirigindo-se ao presidente da CNC, José Roberto Tadros, o vice-presidente, que é também titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, garantiu que receberá as demandas dos empresários do setor terciário para resolver o problema. "Uma das razões do Estado (existir) é garantir a lealdade concorrencial, que a disputa na economia de mercado se faça de maneira leal", reforçou.
Em sua fala, Alckmin apresentou pontos que devem compor o contexto necessário para retomar uma agenda de competitividade. Ele citou três fatores fundamentais: juros, imposto e câmbio.
"O câmbio está bom. A carga tributária brasileira é elevada para o nível de desenvolvimento brasileiro, mas o que se pode fazer neste momento é simplificar. Aí vem o objetivo da reforma tributária: a simplificação diminui o Custo Brasil, diminui judicialização, traz mais segurança jurídica e desonera completamente o investimento e a exportação", pontuou.
Vice-presidente Geraldo Alckmin
Nesse sentido, Alckmin destacou a importância do comércio exterior e defendeu a simplificação do sistema tributário como forma de desonerar completamente a exportação. "O comércio exterior é cada vez mais relevante no mundo", avaliou. O vice-presidente e ministro também sublinhou que é preciso reconquistar os países da América Latina para fortalecer o comércio intrarregional – que hoje é de 26%, o menor índice na comparação com América do Norte (50%), União Europeia (60%) e Ásia (70%).
Alckmin também falou sobre o programa Desenrola, que promove a negociação para o pagamento de dívidas e teve apoio da CNC em sua estruturação. Ele enfatizou que há 70 milhões de pessoas negativadas no País e que a taxa Selic deve ser reduzida pelo Conselho de Política Monetária (Copom). "Estamos confiantes de que a taxa Selic vai cair", frisou, ao lembrar a importância da redução dos juros para melhorar a renda da população, em um cenário atual de inflação a 3,1%.