CNC: Reforma Tributária pode afetar negativamente comércio e serviços
Aumento de impostos no setor de serviços poderá ser superior a 170%
Um estudo recente realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária pode ameaçar o emprego de 3,8 milhões de pessoas no setor de serviços. O aumento de impostos no setor poderá ser superior a 170%.
Segundo o estudo, divulgado nesta sexta-feira (23), os cinco segmentos mais impactados por aumento da carga tributária no setor de serviços, serão os das seguintes atividades:
- atividades recreativas e culturais (171%);
- serviços pessoais (160%);
- seleção, agenciamento e locação de mão de obra (157%);
- serviços de alojamento (153%);
- e serviços para edifícios e atividades paisagísticas (145%).
Já no setor de comércio também haverá grande impacto tributário, sendo os mais atingidos os do varejo e atacado de calçados (41,2% e 37,3%, respectivamente); atacado de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico (32,2%); varejo de vestuário (31,8%); e varejo de tecidos (31,4%).
A CNC revelou ainda que, somente no setor de serviços, o impacto pode chegar a 260% na carga tributária, causando elevação de mais de R$ 200 bilhões no recolhimento de impostos pelo setor terciário, ameaçando cerca de 3,8 milhões de postos de trabalho.
O presidente da CNC, José Roberto Trados, ressaltou que a reforma tributária é necessária, porém não pode penalizar o setor de serviços, que foi o que mais avançou na recuperação da economia no período pós-pandemia, lembrando que, entre 2002 e 2021, sua participação na força de trabalho formal avançou de 35% para 59%.
“O Brasil precisa, neste momento, da sensibilidade e empatia dos deputados e senadores para com esse setor, que vem absorvendo trabalhadores que perderam seus empregos por conta da automação da indústria e da agropecuária ao longo das duas últimas décadas”
José Roberto Trados, presidente da CNC
Os resultados do estudo realizado pela CNC podem ser acessados aqui. A PEC da reforma tributária, apresentada no último dia 22 pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ainda está sendo discutida e aguarda aprovação pelo Congresso Nacional.