Victor Fernandes   |   22/11/2022 15:44
Atualizada em 22/11/2022 15:54

Lideranças do Rio apontam "falta de nomes técnicos na equipe de transição"

Para Marcelo Conde, a escolha mostra um perfil político e não há uma representatividade técnica setorial

Divulgação
Líderes do setore de Turismo e Eventos aguardam encontro com grupo de transição do governo
Líderes do setore de Turismo e Eventos aguardam encontro com grupo de transição do governo
A Associação Rio Vamos Vencer, que congrega lideranças regionais e nacionais do setor de Turismo e Eventos, se disse "preocupada com a escolha do grupo que cuidará da transição do novo governo". A nomeação foi feita no último dia 16 e, segundo o presidente da associação, Marcelo Conde, a escolha mostra um perfil político em quase sua totalidade e não há uma representatividade técnica setorial e com conhecimento das demandas do setor.

“O Turismo precisa de profissionais técnicos e com a capacidade de coordenar os investimentos necessários para a promoção do setor, a fim de triplicarmos o número de visitantes estrangeiros. Não podemos nos contentar com a atração de 6,5 milhões de turistas internacionais ao ano se temos capacidade de receber mais de 20 milhões de visitantes”, enfatizou Conde, acrescentando que todo esse esforço precisa ser coordenado por um ministro com gestão técnica, experiência setorial e com conhecimento profundo do setor.

“O novo ministro terá inúmeros desafios, dentre eles o de triplicar o número de turistas estrangeiros que visitam nosso País todos os anos; o de reverter a lastimável posição do Brasil, que ocupa o 52º lugar no ranking mundial de recepção de turistas e o de diminuir o déficit acumulado na conta corrente de gastos de turistas, que nos últimos 15 anos chegou a US$ 156 bilhões. A escolha desse líder não pode ser motivada por política ou pela busca de favorecimento de algum estado, mas sim por competência técnica e conhecimento específico. Não podemos errar nessa nomeação”, reforçou Conde.

A presidente da Abeoc Nacional, Fatima Facuri, reforça que na carta que será entregue pelo trade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que reúne as principais demandas do setor, a escolha de um nome técnico foi apontada como essencial.

“As principais entidades elaboraram um documento que apresenta os principais pleitos de Turismo e Eventos e diretrizes que levam ao avanço da atividade. Nesta carta, foi destacada a importância de um nome técnico e com experiência específica para liderar a transição da área de Turismo no novo governo. Precisamos de um líder qualificado e com profundo conhecimento para que possamos progredir na captação de recursos e na promoção internacional do destino”, indicou Fatima Facuri.

O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Alexandre Sampaio, reforça que as entidades do setor têm total interesse em se reunir com o grupo recém nomeado. “Temos certeza que o grupo gestor da transição terá sucesso ao propor nomes para o Turismo brasileiro, com os quais esperamos nos reunir o mais rápido possível”, revelou Alexandre Sampaio.

Marcelo Conde destaca que a atividade de Turismo e de eventos são uma oportunidade enorme para o aumento de emprego e renda no Brasil e que o próximo governo tem que investir, fortemente, para equilibrar a balança de gastos de turistas.

“Precisamos de fortes campanhas promocionais no exterior para atrair uma parcela dos 1,5 bilhão de viajantes mundiais. Não podemos ser tímidos nessa retomada do turismo mundial. A competição é imensa e o Brasil precisa investir pesado para evitar que tenhamos uma grande sangria de recursos e a perda de empregos e renda, conquistados pela atividade de turismo e eventos durante o período da pandemia. Não podemos aceitar passivamente um déficit de mais de US$ 17 bilhões ao ano que, ao invés de gerar emprego e renda para nós, brasileiros, cria emprego para portugueses, americanos, italianos, franceses”, finalizou Conde.

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