Artur Luiz Andrade   |   07/01/2022 14:21
Atualizada em 07/01/2022 14:31

Deputado Bacelar, presidente da Comissão de Turismo, pede nova MP do IRRF

Presidente da Comissão de Turismo da Câmara está indignado com exclusão do Turismo da MP


Divulgação
Deputado Bacelar
Deputado Bacelar

O presidente da Comissão de Turismo, deputado Bacelar (Podemos/BA), disse nessa sexta-feira (7) que ficou surpreso com a exclusão das agências e operadoras de turismo da MP (1094/21) do IRRF sobre remessas ao Exterior, publicada na edição extra do Diário Oficial da União do dia 31 de dezembro de 2021. Ele também solicitou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a elaboração de um novo texto que contemple o setor. Durante dois anos, as agências e operadoras de Turismo negociaram, internamente, o texto da MP, com os ministérios da Economia, Turismo, Embratur e setor aéreo.

Para o parlamentar, o governo federal aproveitou as festas de final de ano para editar e excluir o segmento. “Não é a primeira vez que o governo federal usa as confraternizações para fazer um absurdo como este. Enquanto as pessoas estão com suas famílias, se distraindo, eles aproveitam para dar uma rasteira e prejudicar quem quer que seja.” afirmou.

A medida, que já está em vigor, é voltada para as empresas do setor de transporte aéreo regular de passageiros ou de cargas e reduz de 15% a zero nos próximos dois anos o imposto para leasing de aeronaves. A partir de 2024 as alíquotas terão um acréscimo gradual de 1% ao ano. Ou seja, será de 1% em 2024, 2% em 2025 e 3% em 2026.

Ao avaliar a situação, o parlamentar afirmou que o não atendimento do pleito das agências e operadoras de Viagens significa, “claramente, que houve quebra de acordo político com as entidades do setor”. Para ele, tal postura compromete a credibilidade, instrumento fundamental para elaboração e implementação de políticas públicas. “O compromisso feito com o empresariado não foi honrado e o dano pode ser geral para todo setor produtivo. Já aconteceu com o setor químico, agora com o turístico. Ou seja, pode se repetir com qualquer um”, completou.

Com a MP 1094/21, as agências e operadoras ficam 33% mais caras que uma OTA ou site direto do fornecedor internacional, que apenas pagam o IOF de 6,38%. A perda média, aproximada, é 30% da receita. “Quanto desemprego isso irá gerar?” questionou o parlamentar.

O presidente da Comissão de Turismo da Câmara também começou a articular junto à Casa Civil e aos ministérios do Turismo e Infraestrutura. Para ele, o governo federal precisa ver o Turismo como estratégico e fundamental para a economia. “Mesmo com o MTur, ainda falta priorizar o turismo, setor essencial para tirar o país da crise que estamos vivendo” finalizou.

Outros políticos se manifestaram nas redes sociais e repercutiram a matéria do Portal PANROTAS, que esmiuça o caso e pede mobilização do setor. "Inacreditável", comentou o deputado Otávio Leite, membro da Comissão de Turismo. "Retrocesso de avanço que havia sido conquistado a duras penas. E no pior momento da história do Turismo no Brasil, da pandemia mal gerida pelo governo federal", escreveu o secretário de Turismo e Viagens de São Paulo, Vinicius Lummertz.

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