Filip Calixto   |   17/03/2021 10:18
Atualizada em 17/03/2021 10:27

Turismo perdeu um terço do faturamento em janeiro, diz FecomercioSP

Segundo informa a FecomercioSP, setor registrou queda de quase um terço do faturamento em janeiro

O agravamento da crise gerada pala pandemia do novo coronavírus segue afetando de maneira significante o Turismo brasileiro. O setor registrou queda de quase um terço (30,2%) do faturamento em janeiro de 2021, numa comparação feita com o mesmo mês do ano passado. Em números absolutos, o prejuízo foi da ordem de R$ 4,5 bilhões. Os dados são do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Vale destacar que janeiro foi o mês de mais operações aéreas desde abril de 2020, com 1.798 voos por dia na malha doméstica brasileira. Esse número já caiu para 1.258 em março e deve atingir valores próximos a agosto de 2020 em abril, quando as companhias estão cortando drasticamente suas malhas. Com o agravamento dos números da covid, tanto de casos, internações e mortes, o Turismo está paralisado uma vez mais.



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Em números absolutos, o prejuízo foi da ordem de R$ 4,5 bilhões apenas em janeiro
Em números absolutos, o prejuízo foi da ordem de R$ 4,5 bilhões apenas em janeiro
Como tem sido a tônica da crise no setor turístico, a retração mais expressiva em janeiro foi registrada na aviação civil, que encolheu 46,2% em janeiro. Considerando o acumulado de um ano, a atividade já perdeu, sozinha, R$ 2,5 bilhões em meio à pandemia.

Os grupos de alimentação e alojamento (hotéis e pousadas) e de atividades culturais, esportivas e recreativas registraram a mesma taxa de retração em janeiro: 29%.

Na avaliação da federação, os indicativos podem ser explicados principalmente pelo cancelamento das férias de muitas famílias no começo do ano, em meio ao recrudescimento da crise de covid-19 no País, com aumentos nos números de contaminados e de mortes. Diante desse cenário, muitas pessoas desistiram de viajar ou pediram anulação dos pacotes já comprados – fazendo com que as companhias aéreas ajustassem as malhas e que os hotéis, restaurantes e agências ficassem novamente paralisados de forma parcial.

Ainda de acordo com a FecomercioSP, há um entendimento geral dos empresários do Turismo nacional de que a recuperação só começará quando houver uma vacinação em massa da população, que deve ser atingida no segundo semestre do ano.

As perdas de momento são um agravamento de perdas que começaram a ser sentidas no ano passado. O setor perdeu R$ 55,6 bilhões em faturamento em 2020, em comparação ao ano anterior. A receita final de R$ 113,2 bilhões significou o pior resultado da receita desde que a entidade começou a fazer o estudo, em 2011, representando um rombo de 33% em comparação com o que o setor faturou em 2019.

MOBILIZAÇÃO PELO PL 5.638
Como parte da mobilização em torno do tema, a FecomercioSP enviou, nesta semana, ofícios para os relatores do Projeto de Lei (PL) 5.638/2020 no Senado Federal pedindo celeridade na aprovação do texto. Aprovado na Câmara dos Deputados no início de março, ele prevê a criação do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que, inicialmente direcionado para o setor, agora contempla também atividades turísticas, como agências de viagens, parques temáticos e locadoras de veículos.

Para a federação, uma vez aprovada, a lei sustenta um tripé que impede o colapso do setor: a liquidez, a manutenção dos empregos e o crédito.

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