Instituto Semeia lança Visitômetro e debate potencial dos parques para o Turismo
Encontro reuniu especialistas e lideranças para debater o potencial e a relevância do Turismo em parques

Nesta segunda-feira (17), o Instituto Semeia realizou em São Paulo a 9ª edição do Parques do Brasil, evento voltado à conservação da biodiversidade e ao aprimoramento da gestão dos parques brasileiros. O encontro reuniu especialistas e lideranças para debater o potencial e a relevância do Turismo em parques naturais.
Segundo dados do Instituto Semeia, os parques nacionais podem contribuir com até R$ 44 bilhões para o PIB do Brasil e gerar cerca de um milhão de postos de trabalho.
Em 2023, o total de visitas aos parques brasileiros atingiu o maior patamar já registrado, com 15,9 milhões de visitantes, dos quais 11,8 milhões estiveram em parques nacionais e 4,1 milhões em estaduais.
Para a diretora executiva do Instituto Semeia, Renata Mendes, o evento representa uma oportunidade única de reunir especialistas de diferentes setores para discutir a conservação dos parques e o papel do Turismo nessa agenda.
"O Brasil possui um enorme potencial para o Turismo de natureza sustentável, podendo alcançar até 56 milhões de visitas anuais em seus parques nacionais e estaduais. Hoje, reunimos as pessoas que podem viabilizar esse crescimento de forma estruturada e responsável", acrescentou Renata.
Visitômetro

Durante o evento, foi lançado também o Visitômetro, uma ferramenta para o acompanhamento de dados de monitoramento dos parques nacionais e estaduais brasileiros.
Atualmente, o Brasil conta com 308 parques cadastrados na plataforma, número três vezes maior do que o monitorado em 2012.
Pela primeira vez, um estudo conseguiu acesso aos dados dos parques estaduais. Entre os dez mais visitados do Brasil, seis são nacionais e quatro são estaduais. Confira o ranking:
- Parque Nacional da Tijuca (RJ) – 4,4 milhões
- Parque Nacional do Iguaçu (PR) – 1,8 milhão
- Parque Nacional de Jericoacoara (CE) – 1,2 milhão
- Parque Nacional da Bocaina (RJ/SP) – 715,53 mil
- Parque Nacional de Fernando de Noronha (PE) – 618,23 mil
- Parque Estadual do Cocó (CE) – 598,74 mil
- Parque Estadual do Jaraguá (SP) – 457,33 mil
- Parque Estadual do Utinga (PA) – 451,29 mil
- Parque Estadual das Dunas (RN) – 408,32 mil
- Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA) – 408,23 mil
Renata Mendes destacou a importância dos dados de visitação para o planejamento e gestão dos parques. "Até então, não havia uma visão detalhada sobre quais parques estaduais são mais visitados. Agora, operadores locais e nacionais terão acesso a informações estratégicas sobre o fluxo de visitantes, permitindo um melhor planejamento e a ampliação sustentável do Turismo nessas áreas", explicou.
A gerente de políticas públicas do Instituto Semeia, Mariana Haddad, reforçou que o estudo é essencial para o monitoramento da visitação. "Ele reúne informações sobre quem visita os parques e os motivos dessa visita, dados essenciais para a tomada de decisão tanto do poder público quanto do trade turístico e agentes que atuam nesses territórios", afirmou.
Segundo ela, a análise desses números ajuda a entender como se dá a visitação, quais são os parques mais e menos visitados e quais têm potencial para ampliar seu fluxo de turistas. "O Semeia acredita muito no poder da visitação, não apenas pelo impacto econômico, mas também como uma ferramenta para conscientização ambiental. É uma forma de fazer com que a população se aproxime, valorize e se apaixone por esses espaços", completa Mariana.
Por fim, Renata revelou que um dado interessante do estudo é que apenas 5% das pessoas que visitaram parques o fizeram por meio de um produto turístico estruturado, como parte de um pacote de visitação. “Isso mostra que há um grande espaço para o desenvolvimento de novas experiências e para a atuação de operadores turísticos na criação de roteiros mais acessíveis e atrativos", explicou.
Confira fotos do evento: