Bruno Hazov   |   06/12/2023 13:44

Entenda o impacto do crime ambiental da Braskem no Turismo de Maceió (AL)

Setur-AL mostra preocupação com iminente tragédia que pode custar milhares de empregos no setor turístico

Defesa Civil de Maceió
Mais de 14 mil imóveis foram desocupados em cinco bairros próximos, afetando 60 mil moradores
Mais de 14 mil imóveis foram desocupados em cinco bairros próximos, afetando 60 mil moradores

O iminente colapso de uma das minas da mineradora Braskem já afetou milhares de vidas em Maceió, capital do Alagoas, por conta da realocação forçada de imóveis na região onde a mina está localizada. Agora, segundo a secretaria estadual de Turismo de Alagoas (Setur-AL), o setor turístico vem sendo prejudicado pela desinformação.

De acordo com a Setur-AL, as notícias sobre o possível colapso de mina estão pondo em risco o emprego de milhares de pessoas cuja atividade econômica está ligada ao Turismo. Segundo dados do Cadastur, cerca de 3,5 mil empresas de Turismo empregam 20 mil pessoas somente em Maceió.

Além disso, a iminência da tragédia provocou a evacuação de residências e até de um hospital em cinco bairros de Maceió, levando a prefeitura a declarar situação de emergência. Mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros Mutange – onde se encontra a mina –, Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro e Farol, afetando cerca de 60 mil moradores.

"A prioridade do Governo de Alagoas sempre foi de preservar vidas e por isso toda a área afetada diretamente pelo afundamento do solo foi desabitada. Entendemos a seriedade de todos os problemas causados pela Braskem, mas não podemos criar, em cima dessa situação, uma segunda crise para o Estado. Nossa economia é totalmente dependente do setor turístico, que também funciona por aqui como uma grande ferramenta de transformação social, gerando um número enorme de empregos”,

Bárbara Braga, secretária de Estado do Turismo de Alagoas

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) multou a mineradora Braskem na última terça-feira (5) em mais de R$ 72 milhões por conta do risco de desabamento da mina nº 18, que é uma das 35 que a empresa mantém para extrair sal-gema, mineral utilização na fabricação de PVC e soda cáustica.

A multa consiste em uma autuação por degradação ambiental, no valor de R$ 70 milhões e outra por omissão de informação sobre a obstrução da cavidade da mina 19, no valor de R$ 2 milhões. Desde o dia 30 de novembro, o solo no local já cedeu 1,87 metro, afundando a uma velocidade de 0,22cm/hora.

Confira abaixo a última nota oficial da Braskem sobre o caso:

A velocidade de acomodação do solo no entorno da mina 18 vem diminuindo nos últimos dias, de acordo com informações divulgadas em notas da Defesa Civil e do Ministério das Minas e Energia. A Defesa Civil também informou que não houve mais registro de microssismos. No entanto, todas as medidas de prevenção e segurança das pessoas devem ser respeitadas. As áreas de serviço da Braskem em torno da mina 18 continuam isoladas, e o monitoramento feito 24 horas por dia segue sendo compartilhado com as autoridades.

Nota oficial da mineradora Braskem

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