Exigência de visto no México já impacta o Turismo no Caribe
Executivos de destinos e redes hoteleiras contam como a medida está impactando negativa e positivamente
BELO HORIZONTE - Em maio, a Orinter Tour & Travel começava a planejar o evento Conexão Caribe & México, realizado nesta terça-feira (23) em Belo Horizonte. O próprio nome do evento mostra o peso que o México tem em vendas para esta que é uma das principais operadoras do Brasil.
No entanto, à época a relação entre nosso Turismo emissivo e o destino da América do Norte era de uma lua de mel duradoura, até de gratidão pela abertura célere de Cancun e arredores durante a pandemia, que salvou muita agência de um calvário ainda maior na crise.
Cerca de três meses depois, a situação é outra. O México voltou a exigir visto físico de brasileiros, a uma taxa de US$ 48, por no mínimo 180 dias e no máximo dez anos, em um processo burocrático e que ainda, mesmo já vigente, não está muito claro nem para quem viaja e tampouco para quem trabalha com Turismo.
Destinos e empresas de outros países do Caribe estão sentindo o impacto desta medida do México. Ainda é cedo para darem números, mas a procura nitidamente aumentou, relatam os representantes de Aruba e Curaçao presentes no evento da Orinter, Ingrid Santos e Vinicius Dantas, respectivamente. Ambos relatam que os clientes perguntam a respeito de visto nesses dois países.
"Muitos estão cogitando Aruba só agora na impossibilidade de ir ao México, então questionam se exigimos ou vamos exigir visto. A resposta é não", afirma Ingrid, que também relata alta na procura de Grupos e Mice. "Como já temos essa estrutura, empresas que fariam no México estão nos procurando."
Empresas hoteleiras que têm unidades no México e outros países do Caribe, estão sentindo a transferência na demanda para empreendimentos como República Dominicana, Jamaica, no caso da rede Karisma, e da AMR Collection.
"Tentamos buscar alternativas, mas é complicado, pois dos 70 resorts da rede, 42 estão no México, que é mesmo o destino preferido dos brasileiros fãs das nossas marcas", lamenta Ney Huberto Neves, da AMR Collection. "Estamos começando ações para informar que o visto americano e o passaporte europeu são válidos e que tirar o visto não será tão difícil assim. Seguimos investindo em casamentos e festas, promovendo nossos resorts e fazendo o que está ao nosso alcance."
Renata Meyer e Mari Magalhães, da Oasis Hotels & Resorts, também dizem que a rede está fazendo o possível. "Não estamos cobrando o no show e multa de passageiros afetados pela medida. É esperado um impacto negativo, mas só saberemos daqui a alguns meses. Nossos executivos estão tentando pressionar as autoridades e mostrar a importância do emissivo brasileiro para o México", afirmam, em resposta similar ao da rede Blue Bay e do Turismo de Los Cabos.
VENDAS QUALIFICADAS
O público brasileiro representa 70% do share do receptivo ATTravel, de Cancun e Riviera Maya. Com a exigência do visto, a diretora Lilian Zanon acredita que este índice cairá para 50%. Para preencher tal lacuna, Lilian orienta as agências de viagens que mudem a abordagem e façam vendas de produtos mais exclusivos e luxuosos para aumentar o tíquete médio.
"Inevitavelmente, as agências venderão menos México, então o ideal é procurar aumentar a receita com passeios mais exclusivos e privativos. Vender menos, mas com mais qualidade. A dica é: ofereça os mais sofisticados, pois nem são tão mais caros do que os passeios comuns."
PÚBLICO DE LUXO
Para destinos e produtos mais luxuosos, como é o caso de Los Cabos , dos hotéis XCaret e do Grupo Presidente, há um certo impacto esperado, mas não tão grande, como explicam Diana Pomar, Gabriel Lopez e Gisele Torrano, respectivamente. Segundo eles, o público high scale brasileiro é formado por indivíduos que geralmente têm visto americano e, portanto, podem entrar no país vizinho aos Estados Unidos. De qualquer maneira, acrescentar US$ 48 em um pacote turístico não é grande problema para este segmento.
"O que preocupa não é o visto em si, mas a dificuldade para emiti-lo. Tem gente disposta a pagar a taxa, mas o processo ainda não está claro. Ainda assim, a pior fase já passou e daqui a uns 30 dias acredito que o sistema estará estabilizado. Para vendas de imediato, o ideal é focar em cliente que já tenha o visto americano e, para os outros, vendas de médio e longo prazos. Nos colocamos à disposição para o que necessitarem", pondera Gisele Torrano, representante do Grupo Presidente.
O Portal PANROTAS viaja a convite da Orinter.
No entanto, à época a relação entre nosso Turismo emissivo e o destino da América do Norte era de uma lua de mel duradoura, até de gratidão pela abertura célere de Cancun e arredores durante a pandemia, que salvou muita agência de um calvário ainda maior na crise.
Cerca de três meses depois, a situação é outra. O México voltou a exigir visto físico de brasileiros, a uma taxa de US$ 48, por no mínimo 180 dias e no máximo dez anos, em um processo burocrático e que ainda, mesmo já vigente, não está muito claro nem para quem viaja e tampouco para quem trabalha com Turismo.
Destinos e empresas de outros países do Caribe estão sentindo o impacto desta medida do México. Ainda é cedo para darem números, mas a procura nitidamente aumentou, relatam os representantes de Aruba e Curaçao presentes no evento da Orinter, Ingrid Santos e Vinicius Dantas, respectivamente. Ambos relatam que os clientes perguntam a respeito de visto nesses dois países.
"Muitos estão cogitando Aruba só agora na impossibilidade de ir ao México, então questionam se exigimos ou vamos exigir visto. A resposta é não", afirma Ingrid, que também relata alta na procura de Grupos e Mice. "Como já temos essa estrutura, empresas que fariam no México estão nos procurando."
Empresas hoteleiras que têm unidades no México e outros países do Caribe, estão sentindo a transferência na demanda para empreendimentos como República Dominicana, Jamaica, no caso da rede Karisma, e da AMR Collection.
"Tentamos buscar alternativas, mas é complicado, pois dos 70 resorts da rede, 42 estão no México, que é mesmo o destino preferido dos brasileiros fãs das nossas marcas", lamenta Ney Huberto Neves, da AMR Collection. "Estamos começando ações para informar que o visto americano e o passaporte europeu são válidos e que tirar o visto não será tão difícil assim. Seguimos investindo em casamentos e festas, promovendo nossos resorts e fazendo o que está ao nosso alcance."
Renata Meyer e Mari Magalhães, da Oasis Hotels & Resorts, também dizem que a rede está fazendo o possível. "Não estamos cobrando o no show e multa de passageiros afetados pela medida. É esperado um impacto negativo, mas só saberemos daqui a alguns meses. Nossos executivos estão tentando pressionar as autoridades e mostrar a importância do emissivo brasileiro para o México", afirmam, em resposta similar ao da rede Blue Bay e do Turismo de Los Cabos.
VENDAS QUALIFICADAS
O público brasileiro representa 70% do share do receptivo ATTravel, de Cancun e Riviera Maya. Com a exigência do visto, a diretora Lilian Zanon acredita que este índice cairá para 50%. Para preencher tal lacuna, Lilian orienta as agências de viagens que mudem a abordagem e façam vendas de produtos mais exclusivos e luxuosos para aumentar o tíquete médio.
"Inevitavelmente, as agências venderão menos México, então o ideal é procurar aumentar a receita com passeios mais exclusivos e privativos. Vender menos, mas com mais qualidade. A dica é: ofereça os mais sofisticados, pois nem são tão mais caros do que os passeios comuns."
PÚBLICO DE LUXO
Para destinos e produtos mais luxuosos, como é o caso de Los Cabos , dos hotéis XCaret e do Grupo Presidente, há um certo impacto esperado, mas não tão grande, como explicam Diana Pomar, Gabriel Lopez e Gisele Torrano, respectivamente. Segundo eles, o público high scale brasileiro é formado por indivíduos que geralmente têm visto americano e, portanto, podem entrar no país vizinho aos Estados Unidos. De qualquer maneira, acrescentar US$ 48 em um pacote turístico não é grande problema para este segmento.
"O que preocupa não é o visto em si, mas a dificuldade para emiti-lo. Tem gente disposta a pagar a taxa, mas o processo ainda não está claro. Ainda assim, a pior fase já passou e daqui a uns 30 dias acredito que o sistema estará estabilizado. Para vendas de imediato, o ideal é focar em cliente que já tenha o visto americano e, para os outros, vendas de médio e longo prazos. Nos colocamos à disposição para o que necessitarem", pondera Gisele Torrano, representante do Grupo Presidente.
O Portal PANROTAS viaja a convite da Orinter.