Artur Luiz Andrade   |   18/07/2024 17:03
Atualizada em 18/07/2024 17:19

Operadores aprovam Cruzeiro pelo Ártico com a Swan Hellenic; veja análises

A opinião sincera, as dicas para vender e mais detalhes desta expedição de luxo


PANROTAS
Grupo em uma dos passeios com caminhada em terra firme
Grupo em uma dos passeios com caminhada em terra firme

SH DIANA - O primeiro famtour da companhia marítima de luxo Swan Hellenic com operadores brasileiros pelo Ártico termina no próximo sábado (20), em Tromso, Noruega, de onde o SH Diana partiu em 10 de julho.

A experiência foi dividida em duas partes: uma 100% expedição, com dois passeios nos barcos Zodiac por dia, visitando geleiras, ilhas e recantos remotos do Círculo Polar Ártico, e outra com parada em cidades pequenas e pitorescas, como Longyearbyen, de onde partem também algumas saídas em direção ao Ártico.

A primeira comparação é em relação a uma expedição à Antártica, no extremo oposto do planeta, mas o ideal é não comparar e sim vivenciar as duas expedições, de preferência começando pelo Ártico, que oferece uma viagem menos radical, visitando vilarejos, descendo em terra firme, e não no gelo, e com uma operação mais fácil.

O Ártico vai oferecer aventura moderada e menos isolamento, mas paisagens deslumbrantes e remotas, na parte mais Norte do planeta. A Antártica, além de um isolamento maior, tem dois dias na ida e dois na volta de travessia pela Passagem de Drake, que pode ser a mais radical das aventuras.

Navio da Swan Hellenic estará no Brasil

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Operadores brasileiros na cabine de comando do SH Diana
Operadores brasileiros na cabine de comando do SH Diana

Vale lembrar que a Swan Hellenic terá um navio fazendo três roteiros no Brasil pela primeira vez, desde seu relançamento há menos de três anos. O SH Vega terá duas saídas de Salvador, focadas em bem estar, em uma parceria com Deepak Chopra, e visitando Abrolhos, e depois uma saída do Rio de Janeiro para Buenos Aires, já a caminho da Antártica. Tudo isso a partir de 31 de outubro.

Todas as operadoras presentes no cruzeiro estarão vendendo essas saídas no Brasil, que devem se repetir em 2025.

Segundo Edi Guerreiro, diretor da Swan Hellenic para América Latina, o Brasil já é o terceiro mercado para a companhia, atrás apenas de Estados Unidos e China.

A opinião dos operadores a bordo

Pedimos aos operadores que estão na Expedição ao Ártico que avaliassem a viagem e o navio SH Diana. Alguns fazem uma expedição pela primeira vez. A aprovação foi unânime, com destaque para a parte expedicionária mais raiz. Foi destacada a qualidade dos serviços e atendimento, o tamanho das cabines e seu conforto, a elegância do navio e o conhecimento dos guias das expedições.

Um cruzeiro intimista, para quem quer ir além do óbvio, aprender, explorar e ter uma estrutura de luxo com muito conforto na volta ao navio.

Confira a seguir os depoimentos:

CUSTÓDIO JR., Kangaroo Tours

Arquivo pessoal
Custódio Jr, da Kangaroo
Custódio Jr, da Kangaroo

Para o diretor da Kangaroo, a consciência ambiental pesou durante a viagem ao constatar o quanto as mudanças climáticas e a ação do homem estão impactando a natureza e a vida dos ursos polares, símbolo do Ártico. “O Turista precisa ter um papel ativo nas mudanças necessárias em prol da preservação. Precisamos apoiar iniciativas como as que já recuperaram a população de morsas na região”, disse.

Custódio elogiou a quantidade e qualidade dos passeios nos barcos Zodiac, que permitiram uma proximidade grande com a natureza remota do Ártico.

Ele, que já esteve na Antártica, confirma que lá há mais aventura e intensidade na expedição e recomenda, para quem vai explorar os dois polos, que comece pelo Norte.

Quanto ao navio, o executivo elogiou a empresa nova e a qualidade das instalações e da gastronomia. “O amadurecimento virá com o tempo, criando um DNA próprio da Swan Hellenic. A empresa tem menos de três anos e já mostra que está no caminho certo.”

PARA QUEM VENDER: “Para todos os tipos de clientes, desde crianças de 10, 12 anos até os mais velhos. Lembrando que as crianças pagam apenas 10% da tarifa dos adultos.”

MÁRIO BORGES, R11 Travel

Arquivo pessoal
Mário Borges, da R11 Travel
Mário Borges, da R11 Travel

O gerente de Operações da R11, acostumado a navios gigantescos, aprovou a experiência de uma expedição em um navio pequeno, de apenas 13 mil toneladas e para 192 passageiros.

Borges elogiou a organização dos passeios nos Zodiac, e confessa que esperava ter visto mais animais. O grupo viu muitas morsas e aves, presenciou um show privado de cerca de 30 baleias, mas ficou um pouco deslustrado por não ter visto ursos polares de perto, afinal eles são a estrela dos folhetos de venda.

Mas o grupo também aprendeu que é preciso visitar o Ártico e outros destinos remotos de mente aberta. A natureza está no comando e vamos ver o que ela permitir. Sorte? Feeling da tripulação? Clima bom? Um mix de tudo isso.

Essa explicação é necessária, segundo ele, para os clientes.

Mario Borges foi um dos 30 felizardos a bordo que fizeram o passeio de caiaque, o que segundo ele, foi um dos pontos altos da viagem. Um momento de desconectar da rotina e sentir a natureza.

Ele destaca ainda a tripulação, que consegue chamar os hóspedes pelo nome e cria um clima muito bom de intimidade. Também concorda que é uma viagem de luxo e que os ajustes virão com mais tempo de operação.

PARA QUEM VENDER: Para clientes mais aventureiros. A faixa etária não faz tanta diferença, segundo ele, mas não é para quem busca cruzeiros com baladas e agito.

SABINE HABERSTOCK, Inguz Viagens

Arquivo pessoal
Sabine Haberstock, da Inguz Viagens
Sabine Haberstock, da Inguz Viagens

Experiente no setor de cruzeiros e agora com sua própria operadora, Sabine já fez a Antártica e aprovou a expedição ao Ártico, que, segundo ela, é bem mais amigável pois oferece mais contato com vilarejos, passeios em terra firme e não no gelo, e clima mais ameno.

O navio é idêntico ao que a levou a Antártica, o SH Vega, e ela achou o serviço lá um pouco melhor.

“Considero sim um cruzeiro de luxo. Sei que há marcas mais luxuosas, mas a Swan Hellenic proporcionou uma viagem excelente, e eu passei a preferir navios menores para meus cruzeiros”, analisa.

PARA QUEM VENDER: “Para todo tipo de público, para os que querem fazer algo diferente. Não é para quem quer festa é entretenimento. É para quem quer conhecimento e deseja aumentar sua consciência ambiental.”

MAURICIO VOSS, Cia. Marítima (SC)

Arquivo pessoal
Mauricio Voss, da Cia. Marítima
Mauricio Voss, da Cia. Marítima

Uma das referências em cruzeiros marítimos, Mauricio Voss veio ao Ártico para ver de perto o urso polar. Não viu, mas aprovou a viagem. “Já vi o urso pardo, o preto, o vermelho, o Panda… Me faltava o urso polar. Vimos de longe, mas a expedição superou minhas expectativas quanto à experiência dos passeios. Valeu muito à pena”, disse.

Voss elogiou a equipe dos passeios e disse que as paisagens lhe agradam mais que na Antártica, onde tudo é mais inóspito e não há vegetação, por exemplo.

Foi seu 67° cruzeiro e ele já marcou o próximo para outubro, de Quebec a Nova York.

Ele acha que o SH Vega, que fará três saídas do Brasil em outubro e novembro, tem tudo para cair no gosto dos brasileiros que gostam de novidade e vão amar a Swan Hellenic. E será um pouco antes da temporada brasileira de cruzeiros, servindo como um warm-up luxuoso.

“A viagem foi sim luxuosa, não apenas pelo que o navio oferece, e o serviço, mas pelo que proporcionou em passeios e contato com a natureza. Ficamos uma hora vendo um show de 30 baleias em volta do navio… Isso é luxo.”

PARA QUEM VENDER: “Para quem, como eu, já é um cruzeirista experiente e quer ver e fazer coisas diferentes. O mercado de cruzeiros e expedições de luxo só cresce.”

PRISCILA VIEIRA, MG Travel (Curitiba)

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Priscila Vieira, da MG Travel
Priscila Vieira, da MG Travel

Para Priscila Vieira a viagem superou todas as suas expectativas: organização dos passeios, acessórios oferecidos a cada passageiros (parka, mochila e garrafa d’água de presente e bota e binóculos emprestados) e estrutura com segurança. Mesmo nos imprevistos da natureza, em que a equipe teve de adaptar o roteiro.

“Me senti realmente em uma expedição, com dois passeios por dia nos Zodiac, e contato intenso com a natureza. A proposta foi cumprida”, avalia ela.

Faltou sim ver mais animais e isso, segundo ela, precisa estar claro para o cliente: não há garantias sobre o que ver. Ela elogiou ainda as palestras a bordo e disse ter saído com uma boa bagagem de conhecimento sobre a região e sobre preservação.

No navio, só elogios para a tripulação e a gastronomia que atende a vários gostos. Nas cabines, a roupa de cama e banho e as amenidades ganharam destaque, assim como a decoração elegante. “Minha mala não chegou no voo para Tromso e embarquei só com a de mão e os produtos de banheiro do navio me salvaram.”

PARA QUEM VENDER: “Para um público que esteja buscando a proposta de uma expedição. Sabendo que não tem balada no navio e que os passeios exigem certa energia.”

JOÃO JATOBÁ, Píer Operadora (DF)

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João Jatobá, da Píer Operadora
João Jatobá, da Píer Operadora

“Foi uma experiência diferente de tudo o que eu já tinha feito e achei fascinante”, conta o diretor da operadora de Brasília. Ele destacou que a natureza está no comando da viagem e que a equipe de expedição é quem busca alternativas de itinerários e paradas. “O urso polar vende a viagem, mas também limita os passeios, pois não podemos descer se avistarem algum urso na região.”

Para ele a viagem não teve rotina e seguiu um padrão cinco estrelas. “Existem produtos com mais luxo a bordo, mas o SH Diana não deixou nada a desejar. Vale o preço”, avalia.

Jatobá ficou com vontade de fazer uma expedição com mais intensidade, com mais aventura. Sentiu falta de caminhadas mais longas e, na parada de Longyearbyen, foi um dos que alugaram uma bike para explorar melhor a cidade.

PARA QUEM VENDER: “Para pessoas que já viajaram bastante e querem algo diferente. Para os de mente aberta, que não querem perder o conforto.” Jatobá acredita que o público-alvo seja o 60+ e destaca o ponto alto da viagem a proximidade com uma das geleiras. “Quando o Zodiac desligou o motor e ficamos ouvindo a natureza, aquilo me tirou o fôlego. E lágrimas.”

MARCOS SOUZA, Cia. Marítima (SC)

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Marcos Vinícius de Souza, da Cia. Maritima
Marcos Vinícius de Souza, da Cia. Maritima

O gerente comercial da operadora de Santa Catarina disse que a viagem ao Ártico com a Swan Hellenic superou suas expectativas. “Em uma hora estamos de frente para uma geleira e minutos depois no lounge do navio, com champanhe nas mãos e apreciando baleias. Isso é luxo.”

Ele também reforça que é preciso avisar aos clientes que não se controla a natureza, portanto o roteiro é dinâmico e pode trazer mudanças e boas surpresas.

PARA QUEM VENDER: “Para casais entre 30 e 50 anos, que buscam aventura.” E também, segundo ele, para os com mais de 70 ou 80 anos, que querem viagens de conhecimento e um nível conservador de aventura. Com segurança.

ISABELLA BERNARDO, Orinter

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Isabella Bernardo, da Orinter
Isabella Bernardo, da Orinter

A gerente de Cruzeiros da Orinter não esquece a entrada no santuário das aves guillemots, símbolo do Ártico. “Eu não esperava aquele visual e aquela sensação, foi o ponto alto da viagem para mim”, afirma. “É um produto muito bom, que dá para vender sem medo. Da gastronomia aos passeios, tudo é muito bem cuidado e organizado.”

Isabella também gostou das palestras a bordo, mas acha que os guias dos passeios poderiam dar mais detalhes sobre os locais visitados. Mas como eles, além de mostrar os destinos, pilotam os barcos, ela entende a limitação.

PARA QUEM VENDER: “O público-alvo é o 50+. Famílias também são bem-vindas, mas é preciso brifar bem sobre o que vão encontrar a bordo - ou o que não tem, como as festas e baladas.” Isabella aprovou a quantidade de passeios e elogiou bastante o serviço do seu camareiro.

RENATA D’ANGELO, Matueté

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Renata D’Angelo, da Matueté
Renata D’Angelo, da Matueté

Esse foi o primeiro cruzeiro da vida de Renata, advisor Virtuoso na Matueté. “Sempre tive preconceito em relação aos cruzeiros, pois sou uma slow traveller. Gosto de parar nos lugares e conhecer bem. E os navios ficam muito pouco em casa destino. O que, em uma expedição, considero uma virtude. Num destino remoto, sem possibilidade de dormir o local, quanto mais pontos visitarmos melhor”, analisa.

Por isso aprovou sua primeira expedição e seu primeiro cruzeiro. Ela diz que a busca por expedições de luxo está crescendo e foi bom ter vindo conhecer o produto. “Temos destinos consolidados como Antártica e Galápagos, mas o Ártico ainda precisamos entender e a viagem foi ótima para isso.”

PARA QUEM VENDER: “Para todas as idades. Vimos pessoas mais velhas e até alguma com dificuldade de mobilidade. É um produto para quem quer fugir do óbvio, para quem já viu muita coisa e quer ir além.”

É um produto de luxo? “Tendo em vista onde estamos, em um dos lugares extremos do planeta, o que o navio oferece é sim luxo. Se olharmos isoladamente para os itens talvez não, mas no todo sim, é luxo. Luxo com conhecimento e aventura.”

Para ela, a experiência de ter feito o passeio de caiaque foi determinante para sua avaliação da viagem. “Foi o que mudou minha percepção. Me senti em uma aventura, meu coração disparou, senti e adrenalina que eu tinha expectativa antes da viagem. E também o mergulho polar. Foi uma coisa intensa que marcou a viagem também.”

A PANROTAS viaja a convite da Swan Hellenic, voando Lufthansa e com proteção GTA.

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