Filip Calixto
| 25/05/2021 14:07 | Atualizada em 25/05/2021 14:09
Pier Mauá participa de debate sobe a volta do Turismo marítimo
Pier Mauá participou de audiência pública promovida pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados
O terminal de cruzeiros internacional do Rio de Janeiro, Pier Mauá, participou na última sexta-feira (21), de uma audiência pública on-line promovida pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados em atenção ao requerimento nº 32/21 de autoria do deputado Herculano Passos (MDB-SP). O tema principal foi sobre os cruzeiros marítimos: cenário atual e perspectivas para o Brasil.
A comissão ouviu o ministério do Turismo, Embratur, pessoas que estão trabalhando para o turismo nacional, além de Marco Ferraz, presidente Clia Brasil, representando todo o trade dos cruzeiros marítimos, e Américo Relvas, diretor do Pier Mauá.
Divulgação/Hayla Leite
O Pier Mauá, no Rio de Janeiro, é um dos principais portos para paradas de cruzeiros do Brasil
Relvas, inclusive, participou demonstrando preocupação com o que pode acontecer com os terminais marítimos enquanto não há navegação no Brasil. “O terminal de cruzeiros tem uma vida útil curta, ou seja, infelizmente se perdermos o início da temporada, ficaremos mais um ano com receita zero, com consequências imprevisíveis para a empresa e seus colaboradores. Diferente de outros portos estrangeiros, que têm a alta, a média e a baixa temporada, no Brasil, por enquanto, só temos a alta temporada. Desta forma, se não tivermos êxito, se os terminais de cruzeiros aqui no Brasil não tiverem a temporada 21/22, estamos falando em mais um ano sem receita”, apontou.
“Outros segmentos do Turismo podem ir crescendo aos pouquinhos, já os terminais de cruzeiros ou a gente viabiliza a temporada com os vários aspectos que estão sendo estudados e trabalhados até agosto, setembro, talvez, ou nós vamos perder mais uma temporada”, completou Relvas.
“Os principais terminais dos portos do Brasil estão preparados para atender com folga essa demanda crescente que a Clia supõe trazer para o Brasil, com mais investimentos possíveis que os acionistas têm condição de fazer e sempre com a parceria operacional com os principais atores dos portos: polícia, receita federal, companhia Docas, e o dono dos navios, que é o Marco Ferraz aqui no Brasil”, ressalta Relvas.
NÚMEROS DO SETOR E EFEITO DA PANDEMIA A receita anual dos navios de cruzeiros é de cerca de R$ 2,2 bilhões de arrecadação de impostos diretos e indiretos. Segundo o diretor do Pier Mauá, pelo menos 50% desses valores ficam nos portos de embarque, os portos onde realmente o navio atraca. Isso significa que perto de R$ 1 bilhão ficam nos três portos mais importantes do país, Rio, Santos e Salvador.
Relvas acredita que provavelmente os números apresentados pela Clia referente ao crescimento pós-pandemia vão ser antecipados e que existe uma enorme massa de pessoas querendo viajar.
A pandemia fez com que a temporada de 2020/2021 de cruzeiros marítimos fosse cancelada, nove navios deixaram de ser enviados ao Brasil e R$ 2 bilhões e meio de serem movimentados. O país teve um prejuízo muito grande com a pandemia em especial no setor do turismo marítimo. Empresas estão elaborando protocolos e negociam com a Anvisa para realizar viagens no próximo verão. A previsão é de que a partir de novembro sete embarcações venham para o Brasil.