Hurb reafirma promoções e garante: 'não somos aventureiros'
Agência de viagens on-line oferece altos descontos durante o período da pandemia de coronavírus
Cancún a R$ 1.999 em até 12 vezes sem juros, com aéreo e terrestre; Tóquio a pouco mais de R$ 2 mil, pacote completo; sete dias em Orlando a R$ 999, também com aéreo e terrestre incluídos, Tailândia, Maceió... entre outras promoções que parecem ser mais fantásticas do que os próprios destinos em si. A agência de viagens on-line Hurb, antiga Hotel Urbano, é a dona do burburinho entre consumidores e mercado de Turismo durante esta pandemia do novo coronavírus.
Banners de promoções da OTA rodam grupos de WhatsApp e outras redes sociais gerando entusiasmo em um consumidor ávido por voltar a viajar e desconfiança nos agentes de viagens, que estão praticamente com venda zero em um período tão caótico para o setor como o atual.
“É quente? Alguém já viajou com eles? Estou com medo de que seja fake ou que o preço final seja o dobro na hora de fechar”, é uma pergunta frequente entre colegas em grupos de família e amigos. “Mais um portal que vende ‘pacotes inacreditáveis’, é isso? O preço final não pode ser esse e se for são voos com três ou quatro conexões. Não conheço ninguém que tenha comprado e não tenha se arrependido depois”, é a dúvida em um dos grandes grupos de agentes de viagens da plataforma. “Pois é, como eles conseguem esse preço nós não sabemos, pois nós mesmos, cotando nas operadoras, não chegamos nem perto”, completa outro profissional. São exemplos reais.
Para não deixar dúvidas, a revista PANROTAS seguiu os rastros da promoção e não encontrou muitos obstáculos para notar que sim, os preços existem. Sem labirintos e charadas. As imagens não eram falsas, estão inclusive nas redes sociais da Hurb. Então exploramos ainda mais a cartola da OTA e descobrimos que não se trata de nenhuma mágica.
“O que vocês estão vendo aí é o que sempre fizemos. Promoções deste mesmo tipo fazemos há oito, nove anos. O que mudou foi apenas o contexto em volta do setor. Nós mantivemos nossa estratégia, enquanto a maioria das outras empresas parou de trabalhar e vender. Quando, em uma maratona, todos os corredores param e só um segue adiante, vão perguntar por que tem um correndo e não por que os outros pararam”, explica o CMO da agência de viagens on-line, Allan Baptista.
Mas a conta fecha? A Hurb consegue pagar por um pacote tão competitivo? “Essa é uma pergunta que ouço muito. O mercado de Turismo ainda tem um pensamento antiquado. Para nós, a resposta é: esse tipo de precificação em que a receita direta e imediata de cada venda tem de arcar com os custos deixou de fazer sentido há anos. Deixou de ser sofisticado. Nosso compromisso é com um pensamento de longo prazo, pois desenvolvemos uma excelência muito grande em termos de operação, com equipe própria dedicada a isso, e as negociações de larga escala com os fornecedores estão nos trazendo margem. Isso não aconteceu do dia para a noite e é algo que vem evoluindo com o passar do tempo. Como uma de nossas especialidades é tecnologia, a equipe está sempre se otimizando, fazendo vários processos para nos tornarmos eficientes. Hoje temos negociação direta e indireta com mais de 500 mil hotéis, em um motor de reserva avançado e interligado”, aponta o diretor de Marketing.
"NÃO SOMOS AVENTUREIROS"
Mas além de auxiliar a Hurb nas negociações com hotelaria, aéreo, receptivo e outros fornecedores, a tecnologia também foi aliada da OTA na construção de um modelo de clusterização de clientes. “Essa é uma ferramenta crucial para conseguirmos tarifas atraentes. Notamos que existe vários viajantes indo para o mesmo lugar na mesma data e, com isso, conseguimos um poder de negociação ainda maior. Temos toda uma gama de produtos verticais com a qual conseguimos capitalizar. Orlando é um desses destinos, e não à toa um dos que mais ‘fez barulho’ em nossas campanhas no início da quarentena”, aponta e, por fim, revela: “claro que não conseguiríamos fazer Orlando por R$ 999 em condições normais, mas o valor que alcançamos por upselling e cross selling nessa venda, além de todo tipo de interação que conseguimos ter com aquele cliente é algo bem mais difícil de computar. Isso é algo que fazemos há nove anos. São estratégias. Não somos aventureiros.”
MAS ENTÃO COMO?
Na Revista PANROTAS desta semana você encontra uma matéria completa sobre como a Hurb e a maior OTA do Brasil, a Decolar, estão agindo na crise. Allan Baptista fala sobre clusterização, lifetime value e fidelização dos clientes da OTA, além de escritórios no Exterior e planos para o futuro companhia brasileira.
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