Número de agências cai, mas atividade vê retomada no País
Volume de vendas de agências de Turismo sobem 15,9% em 2017; mesmo assim, quantidade de empregos sobe em menor número, e postos formais crescem 0,6% no ano
Por mais que as agências de viagens estejam em recuperação financeira, o número de empreendimentos do segmento caiu em 2017. Hoje são 22,5 mil agências no Brasil, contra 23 mil em 2016, decréscimo de 2,2%. Os dados são do Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitações em Turismo (Ipeturis), que acaba de divulgar a edição de 2017 dos Indicadores Econômicos do Agenciamento Turístico Nacional.
"Entre 2007 e 2014 o crescimento médio anual foi de 4,8% no número de agências, mas desde lá só caiu. Naquele ano eram 23,8 mil empresas de agenciamento turístico; em 2017 esse número foi de 22,5 mil, 1,3 mil a menos. A queda média foi de 1,8% ao ano nesse período 2014-2017", lamentou o presidente do Ipeturis e presidente executivo do Sindetur-SP, entidade que encomendou a pesquisa, Marciano Freire.
Nesta edição, a pesquisa contemplou 916 agências, sendo exclusivamente microempresas , de até nove colaboradores, já que elas representam 94,6% das empresas voltadas ao agenciamento.
VENDAS SOBEM
Os outros indicadores, por outro lado, demonstram essa "recuperação" apontada pelo Ipeturis. Um dos dados que mais comprovam isso é o aumento do volume das vendas: de 2016 para 2017 o indicador subiu 15,9%, depois de já ter crescido quase 10% de 2015 para 2016. O último trimestre do ano passado merece ainda um destaque, com vendas 32,5% a mais que no mesmo trimestre do ano anterior.
"Vale ressaltar principalmente a recuperação nas vendas de passagens aéreas (+35%) e de pacotes turísticos (+11%) em 2017 em relação a 2014, ano em que a crise se instalou de vez", explicou o coordenador da pesquisa do Ipeturis, Glauber Santos.
EMPREGOS "ESTAGNADOS"
A empregabilidade no mercado de agenciamento fechou o ano com 62,25 mil postos formais de trabalho, 342 a mais do que em 2016. O lado positivo é que, pela primeira vez em três anos, houve um aumento no número de postos de trabalho formais. Mesmo sendo um crescimento pequeno (+0,6%), é um bom resultado se comparado aos dados mais recentes, que apontaram queda de 1,9% em 2014; 6,5% em 2015 e 5,9% em 2016.
Pelo lado negativo, porém, foi notado que o aumento foi extremamente menor que o visto no aumento do volume de vendas. "Uma possível explicação disso é que o mercado se recuperou, mas se recompôs de uma maneira diferente. A relação renda-número de empregados está mudando: as empresas estão preferindo investir em novas tecnologias e em capacitar melhor seus agentes, mas mantendo uma equipe enxuta", explicou Marciano Freire.
Sua análise é ilustrada pelo indicador de expectativas de contratações e demissões, em que 70% das empresas questionadas apontaram que não devem contratar em breve - tampouco demitir. "Cerca de 3% das empresas pensam em demitir neste ano, enquanto 27% consideram trazer colaboradores novos. Veremos contratações, mas em menor taxa que o aumento no volume de vendas", argumentou o presidente executivo do Sindetur-SP.
Outra explicação é na questão da rentabilidade das agências: mesmo com recuperação das vendas, os agentes estariam "sufocados" no mercado, com comissões cada vez menores. "Desde que as companhias aéreas pararam de fornecer comissões a situação tem piorado. São poucos os pacotes de viagens que são fechados sem o aéreo, e sem as comissões, os agentes sofreram o prejuízo. Mais que isso, uma competição desleal é praticada por algumas companhias, que abaixam os preços fora do horário comercial, não dão as boas condições das vendas diretas para as agências... Tudo isso faz o público migrar para as compras diretas", finalizou Freire.
"Entre 2007 e 2014 o crescimento médio anual foi de 4,8% no número de agências, mas desde lá só caiu. Naquele ano eram 23,8 mil empresas de agenciamento turístico; em 2017 esse número foi de 22,5 mil, 1,3 mil a menos. A queda média foi de 1,8% ao ano nesse período 2014-2017", lamentou o presidente do Ipeturis e presidente executivo do Sindetur-SP, entidade que encomendou a pesquisa, Marciano Freire.
Nesta edição, a pesquisa contemplou 916 agências, sendo exclusivamente microempresas , de até nove colaboradores, já que elas representam 94,6% das empresas voltadas ao agenciamento.
VENDAS SOBEM
Os outros indicadores, por outro lado, demonstram essa "recuperação" apontada pelo Ipeturis. Um dos dados que mais comprovam isso é o aumento do volume das vendas: de 2016 para 2017 o indicador subiu 15,9%, depois de já ter crescido quase 10% de 2015 para 2016. O último trimestre do ano passado merece ainda um destaque, com vendas 32,5% a mais que no mesmo trimestre do ano anterior.
"Vale ressaltar principalmente a recuperação nas vendas de passagens aéreas (+35%) e de pacotes turísticos (+11%) em 2017 em relação a 2014, ano em que a crise se instalou de vez", explicou o coordenador da pesquisa do Ipeturis, Glauber Santos.
EMPREGOS "ESTAGNADOS"
A empregabilidade no mercado de agenciamento fechou o ano com 62,25 mil postos formais de trabalho, 342 a mais do que em 2016. O lado positivo é que, pela primeira vez em três anos, houve um aumento no número de postos de trabalho formais. Mesmo sendo um crescimento pequeno (+0,6%), é um bom resultado se comparado aos dados mais recentes, que apontaram queda de 1,9% em 2014; 6,5% em 2015 e 5,9% em 2016.
Pelo lado negativo, porém, foi notado que o aumento foi extremamente menor que o visto no aumento do volume de vendas. "Uma possível explicação disso é que o mercado se recuperou, mas se recompôs de uma maneira diferente. A relação renda-número de empregados está mudando: as empresas estão preferindo investir em novas tecnologias e em capacitar melhor seus agentes, mas mantendo uma equipe enxuta", explicou Marciano Freire.
Sua análise é ilustrada pelo indicador de expectativas de contratações e demissões, em que 70% das empresas questionadas apontaram que não devem contratar em breve - tampouco demitir. "Cerca de 3% das empresas pensam em demitir neste ano, enquanto 27% consideram trazer colaboradores novos. Veremos contratações, mas em menor taxa que o aumento no volume de vendas", argumentou o presidente executivo do Sindetur-SP.
Outra explicação é na questão da rentabilidade das agências: mesmo com recuperação das vendas, os agentes estariam "sufocados" no mercado, com comissões cada vez menores. "Desde que as companhias aéreas pararam de fornecer comissões a situação tem piorado. São poucos os pacotes de viagens que são fechados sem o aéreo, e sem as comissões, os agentes sofreram o prejuízo. Mais que isso, uma competição desleal é praticada por algumas companhias, que abaixam os preços fora do horário comercial, não dão as boas condições das vendas diretas para as agências... Tudo isso faz o público migrar para as compras diretas", finalizou Freire.