Nova York aposta no luxo independente: 75% dos novos hotéis não serão de redes hoteleiras

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Um estudo realizado pela Keytel, em parceria com a Braintrust Consulting Services, revela que 75,5% dos novos hotéis de luxo que serão inaugurados em Nova York nos próximos anos serão independentes, ou seja, sem a associação a grandes marcas hoteleiras.

Esse crescimento reflete uma tendência crescente do mercado de luxo na cidade, que tem visto um aumento notável nos preços dos hotéis de categoria Upscale, Upper Upscale e Luxury, que representarão 78% dos novos quartos de hotéis previstos para os próximos anos.

A pesquisa também aponta que, apesar da expansão dos hotéis independentes, de maneira geral (hotéis de todas as classificações) a maior parte das novas aberturas será de hotéis "branded", ou seja, pertencentes a grandes redes hoteleiras, com 72% das novas inaugurações previstas. Os 28% restantes serão de hotéis independentes.

A área de Midtown Manhattan concentrará 85% dos novos quartos, consolidando ainda mais a região como o centro hoteleiro da cidade.

Desafios atuais

Nos últimos anos, Nova York tem experimentado uma escassez de oferta no segmento econômico, especialmente após a conversão de 16 mil quartos para alojamentos temporários de imigrantes e o impacto das novas regulamentações sobre apartamentos turísticos.

Esse cenário tem pressionado os preços para cima, impulsionando o aumento das tarifas médias (ADR) e a rentabilidade dos hotéis, que cresceram 21,4% e 26%, respectivamente, desde 2019. Entretanto, o estudo destaca que os custos operacionais, como a inflação acumulada e o aumento dos custos com mão de obra, têm impactado negativamente a rentabilidade do setor.

Outro dado relevante é que a diferença entre o RevPAR (Receita por Quarto Disponível) dos hotéis independentes e dos hotéis de marca diminuiu de 18,4% em 2019 para 11,1% em 2024. Esse fechamento na diferença pode indicar um fortalecimento dos hotéis independentes no mercado de luxo de Nova York e a necessidade de novas estratégias por parte das grandes redes para se manterem competitivas.

Com o crescimento da oferta hoteleira e um cenário regulatório em constante evolução, o grande desafio para o futuro do turismo de luxo na cidade é saber como a oferta crescente impactará as tarifas e a ocupação. O estudo sugere que a flexibilização de leis como a Lei Local 18, que eliminou 20 mil apartamentos turísticos em 2023, poderia moderar a escalada dos preços, mas a grande incógnita permanece: será que NY conseguirá manter seu modelo de Turismo seletivo ou verá um ajuste nos preços e na ocupação nos próximos anos?

Apesar dos desafios relacionados aos custos e à sustentabilidade dos preços, a pesquisa aponta que o setor de hotéis de luxo independentes em Nova York continua a ser promissor. A demanda por experiências exclusivas e personalizadas segue forte, o que posiciona bem a cidade para continuar crescendo nesse segmento, mesmo em um mercado dinâmico e desafiador.