Quantos hotéis o Brasil possui? Quais são as maiores redes? Veja dados
Veja ainda quais são as maiores administradoras hoteleiras e o perfil dos hóspedes dos hotéis urbanos
O Brasil não tem dados oficiais sobre o número total de hotéis. Para responder esta pergunta, o que chega mais perto é a estimativa feita por um estudo da JLL, em parceria com Resorts Brasil e Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que utilizou como base o próprio banco de dados, constantemente atualizado, além de informações obtidas de sites especializados e informações do mercado.
O Hotelaria em Números - Brasil 2024 identificou os hotéis que são afiliados a cadeias hoteleiras nacionais e internacionais e fez uma estimativa dos hotéis independentes. Os hotéis pertencentes a cadeias hoteleiras nacionais com menos de 600 quartos também foram considerados hotéis independentes.
Em resumo: o Brasil tem 10,6 mil hotéis, de acordo com estimativa do estudo. Mais de 83% são hotéis independentes. Por outro lado, a fatia de apenas 17% de hotéis de redes responde por quase metade dos leitos
Pois bem. Segundo o estudo, o Brasil reúne cerca de 10,6 mil hotéis, somando pouco mais de 565 mil quartos. É bom frisar que isso inclui hotéis, flats e resorts, sendo que hotéis independentes respondem por mais de 83% do número de hotéis e por 57,8% das unidades habitacionais
Por outro lado, mesmo com pouco menos de 2 mil hotéis, somando apenas 16,8% do share, os hotéis de marcas nacionais e internacionais respondem por 42,2% dos leitos disponíveis (238,8 mil). Isso demonstra a imponência das redes hoteleiras, com muito mais quartos por hotel construído.
O estudo revela que o percentual de empreendimentos afiliados a cadeias hoteleiras ainda é pequeno em número de hotéis (16,8%), mas em número de apartamentos é mais representativo, chegando a 42,2%, do total de apartamentos disponíveis no Brasil, demonstrando que os hotéis afiliados a cadeias têm, em média, maior número de quartos, especialmente aqueles afiliados a cadeias internacionais.
Quais são as maiores marcas hoteleiras? E quais bandeiras lideram?
O estudo divide o ranking em três categorias: as maiores marcas hoteleiras; as maiores administradoras hoteleiras; e as maiores bandeiras hoteleiras. E o spoiler que damos aqui é: uma só empresa lidera os três rankings, alguns com certa folga. E essa empresa se chama Accor.
A Accor é a líder em administração de hotéis no Brasil, líder de marcas hoteleiras e líder de hotéis de bandeira (todos em número de quartos). Neste caso, a bandeira campeã é a rede ibis, com mais de 37 mil quartos em todo o Brasil. Veja abaixo o Top 50 das marcas, que tem ainda Ameris e Atlantica no pódio.
A Accor tem mais do que o dobro de número de quartos da segunda colocada, a Ameris (27,2 mil quartos em 400 unidades), mesmo com menos hotéis (334 unidades). A Atlantica, com quase 12 mil quartos, a Choice, com cerca de 11,5 mil quartos, e a Nacional Inn, com 8,8 mil UHs, fecham o Top 5.
Já no ranking das maiores bandeiras do Brasil, o domínio da Accor é ainda maior. As quatro bandeiras com mais quartos disponíveis no Brasil são dela! A família ibis e os hotéis da Mercure juntos somam 46 mil quartos.
As marcas hoteleiras Intercity, com 6,5 mil quartos, e Novotel, com 4,8 mil quartos, fecham o Top 5. Destaque também para o Windsor, que está presente apenas em Rio e Brasília, mas tem 4,5 mil quartos.
No ranking das maiores administradoras hoteleiras, como já adiantamos, a Accor também lidera, mas apenas em número de quartos, com cerca de 30 mil. Em número de hotéis, é a Atlantica que lidera, com 159 unidades, mas perde no ranking da JLL em números de quartos (26,8 mil).
Átrio, com 12,1 mil quartos em 81 hotéis, Nacional Inn, com 8,8 mil quartos distribuídos em 79 hotéis, e Intercity, com 5,7 mil quartos em 36 hotéis, fecham o Top 5 do estudo. O Top 10 ainda conta com Nobile, Windsor, Hotéis Slaviero, Grupo Roma e Blue Tree (veja abaixo o Top 50).
Demanda corporativa lidera hotéis urbanos
O estudo também revelou o mix de mercado da hotelaria nacional. Até o fim de 2023, a demanda de viajantes a negócios era de 55,2%, enquanto o lazer respondia por 24,2%. O maior share do público corporativo, segundo o estudo, está em hotéis com diária média abaixo de R$ 380.
No caso do lazer, a maioria dos hóspedes com este fim se hospeda em hotéis com diária média acima de R$ 642. Já em grupos de eventos, que representa 6,3% da demanda de hotéis urbanos, o share da diária média é muito bem dividido, com pequena liderança de hotéis com diária média entre R$ 380 e R$ 642.
Estrangeiros representaram apenas 12% dos hóspedes em 2023
Por fim, a origem dos hóspedes dos hotéis urbanos. Neste caso, o público brasileiro é dominante, com 88% do share de hóspedes, contra 12% do público internacional. E estamos economizando! O estudo revela que o share de brasileiros é ainda maior nos hotéis mais baratos (com diária média abaixo de R$ 380), chegando a 91,8%.
Por outro lado, quando a diária média supera os R$ 642, o domínio brasileiro não é tão absoluto assim, com queda significativa para 64,6%. Por outro lado, os estrangeiros, que muitas vezes se beneficiam do câmbio favorável, representam 35,4% dos hóspedes dos hotéis com as diárias mais caras do País.
Ainda segundo o estudo, em 2023, os turistas estrangeiros totalizaram cerca de 5,9 milhões. No entanto, no primeiro semestre de 2024, já houve um crescimento de cerca de 9,7% em relação ao mesmo período de 2023
Ainda é destacável a questão da origem das reservas, com domínio das reservas indiretas (70,6%), ou seja, via agências de viagens ou OTAs, por exemplo. Isso mostra que as reservas diretas, ou seja, por email, telefone ou site do hotel ainda é bem menor, embora já represente 1/3 da fatia de mercado.
Resultados financeiros
Spoiler: em breve, também divulgaremos o estudo completo dos resorts.