Karina Cedeño   |   16/09/2024 16:53

Quais as perspectivas para o setor hoteleiro no Brasil? Veja panorama

Para 2025, projeta-se ocupação estável e crescimento modesto das diárias, com variações entre capitais

PANROTAS / Karina Cedeño
Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest
Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest

Quais são as perspectivas para o setor hoteleiro no Brasil? Durante a sexta edição do Fórum Nacional de Hotelaria (Fohb), realizada hoje (16) no Rosewood Hotel, em São Paulo, o sócio-diretor da HotelInvest, Cristiano Vasques, trouxe um panorama da hotelaria no País, em pesquisa realizada pela empresa junto ao Fohb.

Veja dados apresentados por ele:

Ocupação

PANROTAS / Karina Cedeño
Dados da ocupação hoteleira
Dados da ocupação hoteleira
  • No primeiro trimestre deste ano, a ocupação registrou queda de 5%;
  • No segundo trimestre, ela cresceu 3% e no agregado do ano ficou estável

“Das dez cidades que monitoramos, Porto Alegre registrou queda na ocupação por conta das enchentes. Em Manaus e Recife, vemos crescimentos brutais de ocupação, neste último destino principalmente por conta do segmento de eventos, que está bastante aquecido"

Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest

Vale observar que os níveis de ocupação não são de teto sazonal e há espaço para crescimento em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte. Outro fator que contribuiu para a queda no primeiro trimestre, segundo ele, foi o fato de que março de 2023 foi um mês brilhante, o que não aconteceu com o mesmo mês deste ano.

Diária Média

PANROTAS / Karina Cedeño
Dados da Diária Média
Dados da Diária Média
  • No primeiro trimestre deste ano, a diária média cresceu 5% em todas as cidades;
  • No segundo trimestre, ela cresceu 8%;
  • No primeiro semestre, ela cresceu 7. “Brasília e Salvador são os destaques. A diária média de Brasília foi maior do que a do Rio de Janeiro, isso nunca aconteceu. Recife também registra diárias robustas”.


Revpar

PANROTAS / Karina Cedeño
Dados do RevPAR
Dados do RevPAR
  • No primeiro trimestre deste ano o Revpar ficou estável por conta da ocupação;
  • No segundo trimestre, ele ficou 11% acima da inflação;
  • No primeiro semestre deste ano, ficou 5% acima da inflação. "Se não fosse a queda registrada em Porto Alegre, todas as cidades teriam crescido no Revpar", destaca Vasques.


Ocupação está estagnada

Em gráfico que mostra a média móvel da diária média e da ocupação nos últimos doze meses, é possível ver que a ocupação está estagnada há um ano e meio. "Ela esta estagnada no mesmo patamar de 2019, que não era um ano brilhante, e estabilizou em 61%, que é um número baixo para a média do Brasil. Ainda há períodos do ano em que os hotéis não estão completamento cheios", destaca o especialista.

"Além disso, na média móvel deste ano, o Rio de Janeiro foi um destaque negativo no Turismo de lazer, não porque esse mercado esteja em crise, mas porque o brasileiro preferiu viajar mais para o Exterior. Para o segundo semestre deste ano, a barra da ocupação deve aumentar um pouco, considerando que o segmento de eventos estará muito forte"

Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest
PANROTAS / Karina Cedeño
Ocupação está estagnada há um ano e meio, mostra Cristiano Vasques
Ocupação está estagnada há um ano e meio, mostra Cristiano Vasques

Baixo crescimento da oferta no Brasil

Em estudo feito pela HotelIvest com 25 redes hoteleiras no ano passado, elas divulgaram seus novos projetos e quando pretendem inaugurá-los. A pesquisa mostrou que, deste ano para 2028, entrarão no mercado brasileiro, por ano, quatro ou cinco mil quartos.

"No Brasil há 500 mil quartos de hotel qualificados e isso significa que, daqui para 2028, vai entrar 1% ou menos de oferta por ano, é um crescimento muito pequeno. Do projeto até a inauguração vão quatro, cinco anos, ou seja, não vai ter hotel aparecendo amanhã sem que alguém saiba. Nos próximos cinco anos não existe oferta nova relevante"

Cristiano Vasques, sócio-diretor da HotelInvest

Insights sobre a situação atual do setor hoteleiro

  • Ocupação: estável, com desaceleração no crescimento das diárias;
  • Lucros: abaixo do pico histórico, com impacto significativo pelo fim do PERSE;
  • Oferta: escassa em curto e médio prazos, mas com início de aceleração na estruturação de novos projetos.

Projeções Futuras

  • A expectativa é de um ciclo longo de crescimento de receita e lucros, até a entrada de nova oferta em grande escala;
  • Orçamento para 2025: projeta-se ocupação estável e crescimento modesto das diárias, com variações entre as principais capitais.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados