Hotelaria deve superar receita pré-pandemia pela primeira vez em 2024
Em 2023, o mercado atingiu os patamares pré-pandemia e, agora em 2024, tem a previsão de ultrapassá-los
O mercado hoteleiro global ainda segue se recuperando dos impactos da pandemia. Após anos duros de 2020 e 2021, com drástica queda na taxa de ocupação e receita, o mercado começou a dar sinais de retomada em 2022, onde já foi possível observar uma recuperação acelerada.
Em 2023, o mercado atingiu os patamares pré-pandemia e, agora em 2024, tem a previsão de ultrapassar os resultados de 2019, de acordo com pesquisa da consultoria Bain & Company. A empresa ainda identificou 7 tendências relevantes que podem ajudar o mercado brasileiro a acompanhar essa movimentação (veja abaixo).
Ao comparar a taxa de ocupação atual com a de 2019, houve uma redução anual acumulada de 8% no período, que continua a pressionar o mercado de hotelaria brasileiro. Porém, esse impacto foi suavizado por um aumento significativo na Diária Média (ADR), que subiu de R$ 188 para R$ 222. Esse aumento de 6% ao ano na ADR tem ajudado a equilibrar a queda na receita por quarto disponível (RevPAR).
“O mercado hoteleiro brasileiro está se reinventando e adaptando rapidamente às novas demandas e desafios pós-pandemia. Com foco nas tendências emergentes e uma abordagem centrada no cliente, há um vasto potencial de crescimento e inovação à vista. Este é o momento de aproveitar as oportunidades e liderar a transformação no setor”
Bernardo Sebastião, sócio da Bain & Company
Sete tendências relevantes que podem ajudar o mercado hoteleiro
- Experiência como um novo produto: os consumidores buscam cada vez mais experiências imersivas de lifestyle, intensificando a concorrência em toda a cadeia de hospedagem. Marcas de nicho têm a oportunidade de ganhar escala regional.
- Mistura entre trabalho e lazer: a distinção entre viajantes de negócios e lazer está caindo gradualmente. Para se adequar a esse novo cenário, os hotéis devem repensar suas ofertas, incluindo espaços físicos, serviços e operações.
- Impacto da alta inflação e escassez de mão de obra: é provável que a alta inflação e a escassez de mão de obra continuem no curto e médio prazo, forçando a otimização de custos e ajustes nas decisões de investimento.
- ESG como exigência básica: sustentabilidade e impactos socioeconômicos locais já são considerados fundamentais por grande parte dos consumidores, o que exige investimentos incrementais nas operações hoteleiras.
- Hiperpersonalização: a personalização das experiências dos hóspedes, desde a reserva até a estadia, baseada em necessidades individuais, deve mudar o paradigma de fidelidade e retenção de clientes.
- Corrida para dominar e monetizar a jornada do cliente: hotéis e marcas que utilizam dados para evoluir suas ofertas, personalizando atrações e atividades para os clientes, têm mais chances de captar valor de forma mais eficaz.
- IA generativa como impulsionadora de novos modelos de negócio: a captura e análise de dados via IA Generativa tem se tornado um facilitador para todas as demais tendências, impulsionando novos modelos de sucesso.