Hotelaria registra alta nas diárias, mas ocupação cresce lentamente
Mesmo estudo mostrou que setor deverá receber R$ 8,4 bilhões de investimentos até 2028
O setor de hotelaria corporativa no Brasil apresentou um aumento significativo nas diárias em 2023, compensando o crescimento modesto na taxa de ocupação. As diárias médias subiram 18% em relação a 2022, alcançando R$ 368 nas dez principais capitais do País. Esse aumento nos preços foi o principal responsável pelo bom desempenho do mercado, já que a taxa de ocupação teve um incremento tímido de apenas 2% na média anual.
Apesar do aumento modesto na ocupação, este fator foi crucial para elevar em 20% o RevPar (receita por apartamento disponível), que chegou a R$ 223. A ocupação média anual do segmento ficou em 60,7%.
Tais números fazem parte do estudo Panorama da Hotelaria Brasileira em sua 18ª edição. O relatório foi produzido pela HotelInvest, com o apoio institucional do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). As cidades consideradas no estudo foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Manaus.
Na comparação com 2019, período anterior à pandemia, os números são bem semelhantes, com acréscimo de 2% na ocupação, subida de 16% na diária média e alta de 19% no RevPar.
Entre as capitais analisadas, Fortaleza ainda não recuperou o RevPar de 2019, ao contrário do Rio de Janeiro e Brasília, que superaram os índices pré-pandemia em 31% e 28%, respectivamente. Comparando 2023 com 2022, Manaus e Fortaleza foram as únicas cidades que não acompanharam a tendência de crescimento.
Investimentos na Hotelaria Nacional
O mesmo levantamento mostrou que o setor hoteleiro brasileiro estima R$ 8,4 bilhões de investimentos até 2028, representando um aumento de 26,9% em relação ao ano anterior.
Esse avanço resultou na assinatura de contratos para 137 hotéis nos próximos quatro anos, totalizando aproximadamente 21.863 quartos em diferentes segmentos
Recomendações para o setor
A parceria das organizações responsáveis pelo estudo oferecem um conjunto de recomendações que sugerem um já iniciado reaquecimento do mercado.
"Embora vários projetos tenham avançado com o reaquecimento do mercado hoteleiro, outros foram interrompidos devido ao aumento nos custos de construção e à alta taxa de juros, elevando o custo de oportunidade. Mesmo com indicadores de ocupação, diária média e RevPar acima dos níveis de 2019, a hotelaria brasileira começou 2024 com ritmo moderado. Para que o desempenho continue crescendo, é essencial a redução das taxas de juros, o aumento dos investimentos e da renda".